O deputado estadual Vitor Azevedo (PL-BA) vive um momento decisivo. Embora eleito pelo Partido Liberal, o parlamentar já integra a base do governador Jerônimo Rodrigues desde o segundo turno de 2022 e não esconde que avalia uma mudança partidária para siglas aliadas ao governo estadual. Em entrevista ao site, ele confirma que recebeu convites de MDB, Avante, Cidadania, PSD, PDT e Solidariedade, mas afirma que só definirá seu destino na janela de março e abril do ano que vem.
Reforça, porém, que já tem uma certeza: disputará a reeleição. Segundo ele, não há contradição entre ter sido eleito por um partido ligado ao bolsonarismo e integrar um projeto governista na Bahia. “Meu alinhamento sempre foi com o trabalho, não com radicalismos. Meu compromisso é com a Bahia”, diz. Ao longo da conversa, Azevedo trata ainda de temas como sua aproximação com Ivan Cordeiro, presidente da Câmara de Conquista, a parceria com Carlos Muniz e Carlos Muniz Filho em Salvador e o movimento para atrair lideranças da oposição para o grupo do PT.
O senhor está desenhando uma migração do Partido Liberal (PL) para algum partido da base do governo estadual, como MDB, Avante, Cidadania, PSD, PDT ou Solidariedade. Já decidiu para qual irá?
Vitor Azevedo - Recebi convites de alguns partidos da base do governo e estou analisando todos com muita responsabilidade. Política é feita com calma, conta e estratégia. Mas a decisão só será tomada no ano que vem, quando abrir a janela partidária em março e abril. Como diz o senador Otto Alencar (PSD), as decisões na política são tomadas só quando é o momento certo. O que já está definido é que vou disputar a reeleição. Tenho muito orgulho do trabalho que estamos fazendo neste primeiro mandato, ampliando minhas bases e entregando resultados concretos para a população baiana. Aliás, antes mesmo de ser deputado eu já trabalhava pela Bahia, e quero continuar fazendo isso.
Em entrevista, o senhor afirmou que apoia a reeleição do Jerônimo Rodrigues e que está alinhado à base governista, apesar de ter sido eleito pelo PL. Como equilibra esse alinhamento com o governo estadual com o fato de ter vindo por um partido aliado de Bolsonaro?
Vitor Azevedo - Na verdade, não existe equilíbrio a ser feito. Eu estou na base do governador Jerônimo desde o segundo turno de 2022. Isso sempre foi público e transparente. A direção estadual do PL soube desde o início e respeitou. O mesmo vale para o deputado Raimundinho da JR. E veja: em Brasília há deputados do PL que também apoiam o governo federal. Ou seja, não existe contradição. Meu alinhamento sempre foi com o trabalho, não com radicalismos. Meu compromisso é com a Bahia.
Como avalia a correlação de forças na Bahia para o ano que vem? ACM Neto tem chances de se eleger governador?
Vitor Azevedo - Eleição não se vence na véspera. Mas acredito muito no trabalho do governador Jerônimo Rodrigues, que vem sendo reconhecido pela população. A Bahia tem avançado em diversas áreas. O que se vê hoje é que prefeitos da oposição têm migrado para a base porque acreditam na sensibilidade política e administrativa de Jerônimo. E mesmo quem permanece na oposição sabe que o governador trata todos com respeito institucional. Eu não tenho dúvida da reeleição de Jerônimo. E prefiro continuar focado no trabalho, não no time adversário.
Nos bastidores, comenta-se sobre uma aproximação crescente do senhor com Ivan Cordeiro, presidente da Câmara de Vitória da Conquista. Inclusive, o senhor participou recentemente de uma solenidade com ele. Ivan vai apoiar o senhor em 2026? Como o senhor avalia essa parceria política e qual o papel de Ivan nas articulações regionais que o senhor vem construindo?
Vitor Azevedo - Ivan é meu amigo e aliado político. Temos uma parceria sólida por Vitória da Conquista, cidade da qual sou, com muita honra, cidadão conquistense. Trabalhamos juntos tanto na pauta estadual quanto federal. Uma prioridade agora é a construção dos viadutos do anel viário, que vão transformar o acesso ao município. E também já articulamos, inclusive, reunião de Ivan com o governador para tratar de investimentos. Ivan é uma liderança regional importante e tem um papel estratégico na política de Conquista.
A relação do senhor com Carlos Muniz, presidente da Câmara de Salvador, também tem sido observada com atenção. Fala-se que o senhor deve apoiar Carlos Muniz Filho para deputado federal em 2026 e que há uma parceria política em construção em Salvador. Essa aliança já está consolidada? O que ela representa para a sua estratégia eleitoral?
Vitor Azevedo - Carlos Muniz e Carlos Muniz Filho são amigos e pessoas com espírito público. Sou um incentivador da candidatura de Muniz Filho a deputado federal. Fui um dos primeiros a defender que Salvador e a Bahia ganhariam muito com ele na Câmara dos Deputados. E vou trabalhar para que esse projeto dê certo, porque acredito que ele tem muito a contribuir.
O senhor tem um histórico de boa relação com João Roma, mas recentemente defendeu Ivan Cordeiro quando o PL, presidido por Roma na Bahia, anunciou que poderia expulsá-lo, mesmo sem ele ser oficialmente presidente do partido em Conquista. Como está hoje a sua relação com João Roma e com o PL nacional e estadual? Há algum tipo de ressentimento político nessa transição?
Vitor Azevedo - Nenhum ressentimento. João Roma é meu amigo pessoal, temos uma relação excelente. Mas politicamente seguimos caminhos diferentes. Hoje não tenho mais atuação política ou partidária no PL. Minha relação é apenas pessoal, e isso é natural na política. Não guardo mágoas e não fecho portas. Apenas sigo minha trajetória.
Ainda sobre Conquista, após a reunião de Ivan Cordeiro com o governador Jerônimo Rodrigues, cresceu a especulação de que ele possa migrar para a base governista. O senhor acredita que o presidente da Câmara Municipal de Conquista caminhará para o grupo do governador, e o senhor tem atuado para facilitar esse diálogo?
Vitor Azevedo - O encontro foi institucional, buscando recursos para Conquista. Mas é claro que, se depender de mim, do governador e do secretário Adolpho Loyola, Ivan será muito bem-vindo na base. A decisão cabe exclusivamente a ele. Houve, na época, muita especulação desnecessária, inclusive sobre expulsão da presidência do PL, sendo que Ivan nunca presidiu o partido no município. Eu apenas esclareci os fatos. Política se faz com verdade, não com boatos.
Há informações de que o senhor tem trabalhado nos bastidores para atrair prefeitos da oposição para a base de Jerônimo, com destaque para Edinaldo Ribeiro, de Cruz das Almas, que ainda não decidiu a quem apoiará em 2026. Como tem sido essa articulação e qual é a sua avaliação sobre o peso político dessas alianças municipais para o cenário eleitoral estadual do próximo ano?
Vitor Azevedo - Jerônimo tem uma relação institucional correta com Ednaldo. Eu torço para que ele venha para a base, e acredito que a Bahia só tem a ganhar, mas essa decisão é dele e do grupo político de Cruz das Almas. O governador já abriu as portas. Eu também trabalho para isso, dentro do meu papel. Mas sem pressão, sem imposição.
O senhor vem fortalecendo sua presença política no Recôncavo Baiano, uma região que tende a ser das mais disputadas nas eleições de 2026, com nomes como o deputado estadual Rogério Andrade (MDB), e o ex-prefeito Tiancre, o empresário Ditinho. Qual tem sido a sua estratégia para ampliar espaço nessa região e como pretende se destacar diante de tantos nomes fortes com atuação local?
Vitor Azevedo - Com humildade, trabalho e presença. Meu trabalho no Recôncavo começou antes do mandato e se intensificou depois dele. A região é grande e há espaço para todos. Tenho prefeitos aliados, vereadores, suplentes e lideranças que acreditam no nosso projeto. Eu não concorro com ninguém, eu entrego. E quem entrega, cresce.
João Roma, do seu partido, é pré-candidato ao governo, mas se comenta que o objetivo dele é ser candidato ao Senado na chapa de Neto. Há chances contra os prováveis candidatos governistas?
Vitor Azevedo - Essa é uma pergunta que deve ser feita diretamente a ele. Não participo mais das articulações internas do PL, não faço parte do projeto político do partido e não acompanho de perto esse movimento. Respeito João Roma, mas hoje sigo outro caminho. E por isso não tenho como avaliar as chances dele.
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