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Bahia Violência

Cinco das dez cidades mais violentas do país estão na Bahia

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou que, nos últimos dois anos, o estado apresentou reduções consecutivas nos índices de mortes violentas: 6% em 2023 e 8,2% em 2024.

25/07/2025 08h16
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Divulgação/Ascom/SSP
Foto: Divulgação/Ascom/SSP

A Bahia ganha destaque no cenário da violência no país. Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24), o estado é o segundo em taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI), em 2024: foram 6.036 casos em 2024, o que corresponde a 40,6 por 100 mil; atrás apenas do Amapá, que registrou 45,1 por 100 mil.

Das dez cidades brasileiras mais violentas, cinco estão na Bahia: segundo o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Jequié é o segundo município com maior número de mortes violentas intencionais registradas no ano passado, ficando atrás apenas de Maranguape, no Ceará. Conforme a entidade, a taxa de mortalidade do município baiano localizado na região Sudoeste foi de 77,6 para cada 100 mil habitantes no ano passado.

“Embora tenha apresentado uma redução de 2,2% no número de mortes violentas intencionais entre 2023 e 2024, passando de 134 para 131 vítimas, a cidade permanece como uma das mais violentas do país”, reforça o Fórum, que aponta que as dez cidades com maiores taxas de MVI estão na Região Nordeste, distribuídas nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco.

As quatro cidades baianas que também figuram neste cenário da violência são: Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana, em terceiro, quarto, sétimo e décimo lugares no ranking nacional, respectivamente. “De modo geral, todas as cidades que compõem o ranking apresentam elevados níveis de violência letal associados a disputas entre facções do crime organizado pelo controle do tráfico de drogas. Esses conflitos têm resultado em confrontos sangrentos, com predominância de vítimas jovens, do sexo masculino, via de regra negros e moradores de áreas periféricas”, explica o Fórum.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirmou que, nos últimos dois anos, o estado apresentou reduções consecutivas nos índices de mortes violentas: 6% em 2023 e 8,2% em 2024. Segundo a pasta, no primeiro semestre de 2025, a queda foi de 7,3% nos registros de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

“Esses avanços refletem os investimentos estratégicos realizados, como a contratação de 6 mil novos profissionais da área e a modernização do aparato tecnológico das Forças de Segurança. Foram entregues novas viaturas, delegacias e pelotões em todos os territórios baianos, além de equipamentos para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), contribuindo para tornar as investigações mais ágeis e precisas. Também se destaca o fortalecimento do programa Bahia pela Paz, que promove ações permanentes de prevenção, justiça e reintegração social, ampliando o enfrentamento ao crime organizado”, detalhou a SSP-BA.

A secretaria pontuou ainda que a integração destas ações e a intensificação das operações resultaram na redução de 27% das mortes violentas em Feira de Santana, além das diminuições de 23% em Simões Filho, de 18% em Camaçari e

de 13% na cidade de Juazeiro. Além disso, que em Jequié, após ações direcionadas e também um trabalho específico com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), não houve registro de aumento.

Perfil das vítimas e letalidade provocada pela polícia

Ainda de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, no ano passado, foram registradas 44.127 mortes violentas intencionais em todo o país. O documento traça ainda o perfil das vítimas: 91,1% homens, 79% negros, 48,5% com até 29 anos, 73,8% mortos com arma de fogo e 57,6% em via pública.

Outro dado alarmante trazido pelo estudo se refere à letalidade provocada pelas polícias: entre 2014 e 2024, foram contabilizadas 60.394 vítimas, 6.243 delas, no último ano. No topo do ranking das polícias mais letais, ainda conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, estão: Amapá (17,1 mortes por 100 mil), Bahia (10,5) e Pará (7,0).

Quanto aos casos de mortes decorrentes de intervenções policiais, a SSP-BA afirmou que todas as ocorrências são investigadas pela Polícia Civil e pelas respectivas corregedorias. “Além disso, medidas de aperfeiçoamento do controle da atividade policial vêm sendo adotadas, a exemplo da Portaria nº 070-CG/2025, da Polícia Militar da Bahia, que estabelece o afastamento e acompanhamento psicológico de policiais envolvidos em ocorrências com mortes por intervenção legal, garantindo também suporte jurídico, emocional e profissional”, completou a pasta. 

 
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