 
 A oposição da Bahia entendeu que a segurança pública é o grande calo do governo de Jerônimo Rodrigues e de seus antecessores petistas. Se ao longo dos últimos meses o líder do grupo adversário, ACM Neto (União), trazia o tema por meio de publicações em redes sociais, o marco da última quinta-feira (5), batizado como “SOS Bahia”, é inaugural da estratégia para tentar vencer a tentativa de reeleição de Jerônimo no próximo ano.
O próprio tom da carta fica entre a crítica e uma perspectiva mais populista do enfrentamento à violência. Em alguns trechos, chega a ser um compêndio de frases de efeito, num esforço comunicacional para tentar atingir a população baiana – inicialmente a classe média e formadores de opinião, que devem ter acesso facilitado ao documento. No entanto, o discurso pode funcionar, principalmente pela falta de uma resposta efetiva à sensação de insegurança que ainda permeia a sociedade local.
Com bons números na educação e na saúde, o governo da Bahia enfrenta uma crise sem precedentes na segurança pública, ainda que tenha havido investimentos expressivos na área e que o principal gestor da pasta, Marcelo Werner, seja considerado sério e comprometido o suficiente para reduzir índices de violência. Todavia, o resultado prático não é sentido facilmente, especialmente a partir da escalada de relatos e dados que corroboram para uma mudança de perspectiva no curto prazo – e, para a eleição, esse prazo é curtíssimo.
Jerônimo ainda carece de uma marca própria e isso não chega a ser um assunto novo para quem acompanha a cena política local. Dos projetos apresentados até aqui, a maioria é uma mescla entre um museu de grandes novidades (vide o Bahia pela Paz, uma versão remasterizada do Pacto pela Vida, importado por Jaques Wagner de Pernambuco) e a entrega de programas da época de Rui Costa, como as policlínicas e escolas de tempo integral. A ausência de um marco de governo somada a uma espécie de vácuo na resposta efetiva à sensação de insegurança gera uma janela de oportunidade para os oposicionistas.
ACM Neto percebeu uma avenida livre para tentar impulsionar a própria candidatura. O “SOS Bahia” remete a uma estratégia que o então candidato à presidente pela quarta vez, Luiz Inácio Lula da Silva, utilizou com a Carta aos Brasileiros. À época, o documento serviu para o petista conseguisse uma conciliação com parcelas da população que eram resistentes a chegada dele ao Palácio do Planalto. Já na Bahia, o esforço da oposição é no sentido de responsabilizar os governos de Wagner, Rui e Jerônimo pela manutenção de índices ruins de emprego e renda, associado a problemas de décadas – e não resolvidos – na educação, que provocam a avalanche de violência que convivemos na capital e também no interior do estado.
O desafio a ser vencido pelos adversários é fazer “colar” essa responsabilidade em Jerônimo. Em eleições passadas, o fator violência já começava a aparecer como algo relevante para os eleitores e, na Bahia, não chegou a ser preponderante para a escolha dos votos – vide, por exemplo, os números que Jair Bolsonaro obteve também com o discurso armamentista. Todavia, caso consiga fazer a pecha de não reagir adequadamente à crise vivenciada na segurança pública, ACM Neto pode ter alguma vantagem no embate direto contra Jerônimo.
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