Os baianos seguem enfrentando um cenário preocupante de tentativas de fraudes. De acordo com o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, o Nordeste do país registrou mais de 220 mil ocorrências pelo segundo mês consecutivo em 2025. Em fevereiro, a região foi responsável por 227.367 tentativas de fraude evitadas — o equivalente a uma a cada 2,3 minutos — representando 20,3% do total nacional.
O estado da Bahia se destacou negativamente no ranking, concentrando 5,3% de todas as tentativas registradas no Brasil. Foram 59.410 ocorrências em fevereiro, uma a cada 40 segundos. O Ceará vem logo em seguida, com 41.785 casos, e Pernambuco aparece com 38.773. No extremo oposto, Sergipe teve menos de 10 mil registros, com 4.129 tentativas para cada um milhão de habitantes.
O advogado Felipe Vieira, alerta para os perigos da boa-fé no uso de tecnologias de pagamento, como o Pix, que foi a principal forma de transação adotada pelos brasileiros em 2024. “O coração da maioria das pessoas é bom, e elas agem com confiança, sem pedir comprovantes ou mesmo conferindo de forma superficial os dados na tela do celular”, afirma.
Para se proteger de golpes, Vieira recomenda atenção a detalhes e atitudes simples, mas eficazes. Sempre desconfie de pedidos de dinheiro ou vantagens fáceis enviados por redes sociais, ainda que pareçam vir de amigos ou parentes. Em casos de dúvida, o ideal é ligar para a pessoa ou encontrá-la pessoalmente. Se a solicitação for feita por vídeo, uma forma de testar se há uso de tecnologia para enganar é pedir que a pessoa balance a mão na frente do rosto, observando possíveis distorções que indicam o uso de aplicativos como o DeepFake.
No comércio, o uso de maquininhas de cartão exige cautela. O cliente deve sempre conferir o valor exibido na tela da maquininha antes de autorizar o pagamento. “Se a tela estiver quebrada ou ilegível, a recomendação é clara: não use”, reforça Vieira.
Outra medida preventiva é estabelecer limites baixos para pagamentos por aproximação. Muitos relatos envolvem fraudes cometidas em locais movimentados, onde criminosos circulam com maquininhas ativas para captar pagamentos sem que a vítima perceba.
Em caso de suspeita de fraude eletrônica, como no Pix, o consumidor pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Criado para facilitar a devolução de valores em casos de golpes, o MED permite que a vítima registre a reclamação na sua instituição financeira em até 80 dias. Se o banco constatar que houve fraude, os valores na conta do recebedor são bloqueados. O caso é analisado em até sete dias e, se confirmada a irregularidade, o dinheiro pode ser devolvido à vítima em até 96 horas, parcial ou integralmente, conforme o saldo disponível na conta do fraudador.
O MED também vale para situações de falhas operacionais da própria instituição, como transações duplicadas, com devolução do valor em até 24 horas nesses casos.
Além das medidas preventivas e dos mecanismos de devolução, Vieira orienta que, caso o problema persista ou uma empresa se recuse a corrigir o erro, o consumidor deve reunir documentos como identidade com foto, nota fiscal ou contrato, laudos técnicos, registros de atendimentos e quaisquer imagens ou mensagens relacionadas ao caso, para formalizar sua reclamação.
Em nível nacional, fevereiro de 2025 registrou 1.119.316 tentativas de fraude evitadas, de acordo com a Serasa Experian — uma alta de 37,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. É o segundo mês seguido com mais de um milhão de tentativas, o que equivale a uma a cada 2,2 segundos. A escalada das fraudes reforça a importância de atenção e preparo da população para se proteger de golpes cada vez mais sofisticados.
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