O programa Boca de Forno, da Rádio Sociedade News, entrevistou, neste domingo (6), o vereador mais votado da cidade de Salvador, com 36.065 votos, o radialista Jorge Araújo. Ele contou que nasceu na cidade de Canudos e foi para Salvador porque as coisas na cidade não estavam fáceis para ele. “Eu tinha duas opções: ir para São Paulo ou ir para Salvador. Minha esposa já havia morado em Salvador e queria ir morar lá mais uma vez, então fui para Salvador. Isso foi há mais de 20 anos. Eu já era radialista”.
Ele não escondeu a gratidão pelas emissoras que passou no interior do estado, mas disse que sempre procurou melhorar. Em Salvador, ele disse que teve que quebrar protocolos para entrar na comunicação da cidade. Isso porque antes só havia radialistas das grandes cidades como Feira de Santana e Itabuna. “A maioria das pessoas que estão hoje aqui pertencem a essas cidades. Ainda hoje é difícil radialista do interior ter DRT. Eu já tinha, bati em várias portas e trabalhei na CBN de Lauro de Freitas. Conheci Raimundo Rui que trabalhava na Rádio Sociedade da Bahia que disse que conseguiria algo para mim”.
Raimundo Rui conseguiu um teste para ele em uma vaga para repórter. “Fiz esse teste e pedi uma oportunidade para a diretora que me contratou. Foram dez anos de Rádio Sociedade da Bahia e como é o mesmo prédio do Grupo Record foi quando uma amiga produtora da televisão me chamou para ficar em seu lugar de produtora enquanto cuidava da sua saúde. Era o famoso Se Liga Bocão, de Zé Eduardo. Nunca passou pela minha cabeça fazer televisão”.
Ele ficou seis meses fazendo produção e quando surgiu a vaga de repórter pediu a Zé Eduardo a oportunidade. “Fiz o teste e foi quando tudo aconteceu. Ajudei muita gente, mudamos vidas com matérias sociais, sem fazer nada tendencioso. Quando comecei a tomar as pancadas, como a primeira demissão da Record, quando eu não tinha feito anda de errado, pensei em me tornar político para medir a minha popularidade. Na eleição de deputado, Bruno Reis queria falar comigo e me chamou para ser candidato a deputado federal”.
Nas contas de todos, eles pensavam que ele teria no máximo quatro mil votos. “Só que eu fui para cima. Sem dinheiro, só com a força do povo e tive 32.700 votos para deputado federal. Foi um feito inédito. O PP só não fez o quinto colocado como deputado porque não acreditaram nele, senão eu estaria hoje como deputado federal. Fiquei como 1º suplente. Como tive 32.700 votos em Salvador, aquilo me interessou para que na próxima eleição eu saísse como candidato a vereador. Fui o mais votado da Bahia dos últimos 80 anos. Sabia que iria bem, mas nunca passou pela minha cabeça que teria essa votação tão expressiva”.
Como vereador, ele diz que o cargo não é fácil. “Você faz dois papéis: o dentro da Câmara e o fora, que é o mais importante. Falar com o povo tem sido uma responsabilidade grande”. Questionado sobre se se candidataria a concorrer em um novo cargo, ele disse que está trabalhando para se credenciar como vereador e, se o povo achar que ele deve concorrer a outro cargo, ele disse que está à disposição para trabalhar para isso. “Temos um prazo para definir isso e se eu entender que esse é um sentimento do povo, vou para cima e vejo no que vai dar. Vou pensar direito e analisar porque não posso aventurar”.
Quando diz aventurar, ele lembra que existem políticos que investem muito dinheiro em eleições, o que prejudica aqueles que não podem fazê-lo. “Todos sabem como as coisas funcionam, mas o meu perfil é outro. Sou mais de agregar e conversar com o povo, no corpo a corpo, de casa em casa. Meu voto é conquistado, é difícil. O povo está cansado, há um desgaste, mas como em todo o meio tem o que presta e o que não presta, mas vamos fazendo nosso trabalho, nosso papel e as pessoas vão sentindo a diferença, que pessoas honestas precisam invadir a política para mudar”.
PP
Sobre a situação do seu partido, o PP, que membros querem ter relação com o Governo do Estado e outros não, Jorge disse que Bruno Reis soube trabalhar o partido tanto na esfera federal quanto na estadual. Ele tomou para si essa responsabilidade. “Ele organizou o PP depois que saiu da base do Governo do Estado, prova disso é a votação expressiva dos candidatos. O PP vai federar com o União Brasil, isso já é fato ainda para essa eleição. Havendo essa federal, com certeza alguns deputados sairão do partido e anote o que eu digo: por mais votação expressiva que tenham vai ser difícil”.
Isso porque, diz o vereador, o PP foi todo costurado para beneficiar quem está no poder. “E todo mundo sabe disso. Se esses deputados saírem e migrarem para outro partido, pode ser que não tenham sucesso. É perigoso. Se o governo atual estivesse tão bem nas pesquisas, nadando de braçada como dizem, estariam preocupados em agregar para o lado deles agora, faltando dois anos para a eleição? Claro que não. Quando você está bem avaliado, a conversa acontece com calma. Mas quando você vê que a coisa está pegando, começa a agregar a partir de agora. O que eu entendo é que está acontecendo uma festa de aniversário, que o cara está comendo o bolo e depois ele cai fora”, finaliza.
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