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Greve de funcionários dos Correios completa uma semana, após derrota no STF

Greve de funcionários dos Correios completa uma semana, após derrota no STF

25/08/2020 06h41 Atualizada há 5 anos
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Greve de funcionários dos Correios completa uma semana, após derrota no STF

A greve nacional de funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos completa uma semana nesta terça-feira (dia 25). Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), a adesão nacional segue em 70%. E a próxima reunião para decidir os rumos do movimento será nesta quinta-feira (27), às 18h30.

— A greve se mostrou estável. A operação está 70% paralisada a nível nacional, pois o movimento no Rio e em São Paulo corespondente a 80% do fluxo postal. Essa greve é causada pela negligência e falta de diálogo do presidente dos Correios, general Floriano, que em plena pandemia e com a empresa lucrando R$ 460 milhões no primeiro semestre do ano, propõe a retirada de 70 cláusulas do acordo coletivo e não respeita a decisão do Tribunal Superior do Trabalho — afirma Douglas Melo, diretor da Findect.

Os empregados pedem o cumprimento do acordo coletivo de 2019, que deveria ter duração de dois anos, de acordo com decisão de outubro de 2019 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mas, no mesmo ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, concedeu liminar à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), suspendendo cláusulas do documento. E na última sexta-feira (21), o STF manteve a posição.

Segundo o diretor de comunicação do Sindicato de Trabalhadores dos Correios (Sindect) do Rio de Janeiro, a postura trouxe mais trabalhadores para o movimento. Na última assembleia online, a continuidade da greve foi apoiada integralmente pelos presentes.

Estão em discussão benefícios como o auxílio-alimentação e o desconto relativo a este pagamento, entre outras mudanças que, implementadas, representaram R$ 4.800 a menos para cada trabalhador ao fim de um ano inteiro, diz o sindicato da categoria.

— Juristas e advogados têm falado que a decisão do STF fere a própria Constituição, tendo em vista que tínhamos uma sentença do TST a nosso favor, que é superior. Então repercutiu de forma muito negativa entre os trabalhadores, aumentando até a adesão ao movimento. Posso garantir que no Rio de Janeiro, fora os trabalhadores afastados por conta da pandemia, pararam com a greve de 70% a 80% — diz Pedro Santana, diretor de comunicação do Sindect: — A empresa teve que utilizar gestores e funcionários do administrativo para entregar encomendas no fim de semana. Nós não queríamos a greve, mas não há outro caminho. Mães que têm filhos especiais e eram reembolsados por parte do tratamento psicológico deles, por exemplo, perderam isso. Elas estão desesperadas.

Os Correios contaram ter feito, neste fim de semana, a entrega de mais de 1,2 milhão de cartas e encomendas em todo o país. A ação contou com o reforço de empregados da área administrativa e de veículos extras, entre outras iniciativas do plano de continuidade da empresa, que fizeram a triagem de 4,7 milhões de objetos postais. A empresa afirmou que vai manter o ritmo das entregas durante a semana, "de forma a manter a qualidade operacional e minimizar o impacto aos clientes, durante a paralisação parcial dos empregados".

Toda a rede de atendimento e todos os serviços, inclusive o SEDEX e o PAC, continuam disponíveis, segundo a empresa — com exceção das postagens em hora marcada, suspensas desde o anúncio da pandemia. O serviço de telegrama, no entanto, teve acréscimo de um dia no prazo de entrega. Já a Coleta Programada não sofreu alteração, assim como a Logística Reversa.

Em nota, os Correios afirmaram que "têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios dos empregados.A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade".

Fonte: https://extra.globo.com/noticias/economia

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