O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve aproveitar sua visita ao Japão, prevista para os dias 24 a 27 de março, para pedir às autoridades japonesas que agendem uma visita técnica sanitária necessária para liberação de exportação de carne bovina in natura brasileira para o país asiático.
De acordo com o Itamaraty, a visita técnica é uma das condições para a abertura desse mercado, um pleito antigo do governo brasileiro. Os japoneses, no entanto, ainda não definiram data para a inspeção.
O Brasil já exporta carne de frango para o Japão e busca, além da autorização para carne bovina, também maior abertura para o mercado de proteína suína in natura.
Segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), o Japão é o terceiro maior país importador de carne bovina do mundo, sendo 80% desse volume proveniente dos Estados Unidos e da Austrália. O Brasil, maior exportador mundial do produto, atende cerca de 160 países e busca essa habilitação há mais de 15 anos.
A visita é parte de uma série de procedimentos técnicos necessários para concluir a abertura desse mercado no Japão.
"O Brasil vem melhorando sua condição sanitária há muitos anos, e hoje essa condição já deveria habilitar o Brasil a ter acesso ao mercado japonês", afirmou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.
O Brasil se autodeclarou um país livre de febre aftosa sem vacinação em maio do ano passado. A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres.
O presidente brasileiro também vai tentar que o governo japonês se posicione a respeito de um possível acordo entre Japão e Mercosul. O Brasil quer avançar no tema, mas Tóquio não deixa claro se quer de fato iniciar negociações, segundo o Itamaraty.
"A gente quer saber o seguinte: vamos ficar nessa conversa ou vai ter negociação? O Brasil, com o Mercosul, concluiu a negociação com a União Europeia, concluiu a negociação com Singapura. Há um ponto de interrogação", disse Saboia.
Lula deve chegar ao Japão no próximo dia 24 para visita de Estado, a mais alta categoria de visita oficial no país, e fica até o dia 27. Ele será recebido pelo imperador Naruhito e a imperatriz Masako, e terá reunião de trabalho com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Além disso, uma comitiva de cerca de 500 empresários acompanha o presidente brasileiro, e haverá um fórum empresarial Brasil-Japão no hotel New Otani, em Tóquio.
De acordo com o embaixador japonês no Brasil, Teiji Hayashi, a presença de Lula no Japão será um impulso às relações entre os dois países, que completam 130 anos em novembro deste ano.
Esta será a segunda ida do presidente Lula ao Japão neste mandato. Em maio de 2023, ele foi a Hiroshima durante a cúpula do G7, quando se reuniu com outros líderes mundiais e com o então premiê japonês, Fumio Kishida, que por sua vez visitou o Brasil em 2024.
À época, em declaração à imprensa após reunião com Kishida no Palácio do Planalto, Lula falou em tom de brincadeira para o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), levar o líder japonês a uma churrascaria em São Paulo.
Lula visita o Vietnã após Tóquio, e há expectativa do setor agropecuário exportador de abertura desses mercados. O Japão importa carne bovina principalmente da Austrália e dos Estados Unidos.
Em Hanói, o petista se reunirá com o presidente, o primeiro-ministro, o líder da Assembleia Nacional e com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, à frente do país.
O fluxo comercial entre Brasil e Vietnã tem crescido nos últimos anos, representando cerca de US$ 8 bilhões, de acordo com o Itamaraty. O plano do ministério é elevar o comércio a US$ 15 bilhões até 2030.
O governo busca ainda ampliar a parceria com Hanói por meio da elevação das relações ao nível de parceria estratégica, status existente apenas nas relações do Brasil com a Indonésia no Sudeste Asiático. O ministério quer terminar a visita de Lula ao menos com um plano de ação para esse aprofundamento das relações entre os dois países.
A ampliação das relações com países asiáticos é uma das prioridades da política externa do governo Lula para 2025. O brasileiro pode ainda visitar a China no primeiro semestre. No segundo semestre, há a possibilidade de Lula viajar à Malásia e à Indonésia -o primeiro país é membro parceiro do Brics, presidido pelo Brasil neste ano, e o segundo foi admitido como membro pleno em janeiro.
A possível abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira representa um importante avanço para o setor, de acordo com a Abiec.
O presidente da entidade, Roberto Perosa, diz que o Brasil tem um dos sistemas de controle sanitário mais avançados do mundo, cumprindo as exigências de mercados rigorosos, como Estados Unidos, União Europeia e China.
"Além disso, as exportações brasileiras de carne seriam complementares à produção local no Japão, garantindo maior oferta ao consumidor japonês sem afestar a cadeia produtiva do país", diz a Abiec.
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