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Feira de Santana Fake news

Efeitos negativos das fake news nas eleições presidenciais de 2026

Pesquisas indicam que o impacto da desinformação nas eleições vai além da radicalização das posições

29/12/2025 05h49
Por: Mayara Nayllanne Fonte: Alberto Peixoto
Foto: Divulgação
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Fake news são informações intencionalmente falsas ou distorcidas, que se espalham na Internet, especialmente nas redes sociais. Geralmente a desinformação alimenta debates, discussões e interações entre pessoas que ocupam posições opostas. Essas interações são rápidas e deliberadas, mas a propagação da desinformação nunca foi tão rápida. Para alguns, o uso de fake news pode ser uma estratégia para reafirmar e aumentar a polarização da sociedade, fazendo com que o voto se torne um símbolo de pertença, acima da racionalidade.

Pesquisas indicam que o impacto da desinformação nas eleições vai além da radicalização das posições. A desinformação também desengaja as pessoas da participação eleitoral e compromete a qualidade da escolha, gerando um efeito negativo sobre a democracia.

Esse efeito é produzido por três mecanismos principais, sendo o primeiro o desengajamento. Por um lado, a desinformação reduz a mobilização eleitoral de uma parte do eleitorado; por outro, a falsa sensação de que as propostas são irrelevantes desmotiva os eleitores mais engajados, tornando-os menos propensos a votar.

O segundo mecanismo é a desinformação em relação às propostas, que leva a escolhas decisivas em vez de escolhas informadas. O terceiro é o aumento da racionalidade emocional, que foca no apoio a candidatos preferidos e na rejeição aos demais, mas não na avaliação das propostas eleitorais.

Essas mentiras podem vir disfarçadas de ordem informativa e espalhadas, por exemplo, em sites de notícias. A Internet permite a disseminação dessas enganações de maneira rápida e barata. Em tempos de campanha, as fake news proliferam ainda mais. Os candidatos e seus apoiadores se utilizam desse recurso para atacar o adversário ou reforçar o apoio a si.

O crescimento das redes sociais, em especial Facebook e WhatsApp, contribui para que esse tipo de conteúdo se espalhe com rapidez. Diversas pesquisas revelam que, em tempo de campanha, os candidatos e seus apoiadores são as principais fontes de fake news. No Brasil, há a adição de uma terceira fonte: uma parte do jornalismo, que, por razões comerciais e eleitorais, se deixou levar pela desinformação.

As fake news têm forte potencial de polarização da sociedade. E quanto mais polarizada a sociedade, maior o risco de que a confiança nas instituições, nas normas democráticas, nas regras do jogo e nos adversários se fragilize.

A partir de 2023, no Brasil e no mundo, a disseminação de notícias falsas por meio das redes sociais se tornou assunto de amplo debate. Embora a noção das notícias falsas não seja nova, a intensidade e a velocidade com que os vírus da desinformação se espalham alteraram a forma de comunicação e impactaram as eleições presidenciais de 2022.

Os efeitos negativos das fake news nas eleições de 2026 são indiscutíveis, e a literatura apresenta diferentes mecanismos por meio dos quais a desinformação afeta o processo democrático. O fenômeno pode ser analisado como um problema que faz a sociedade girar em torno de discussões fúteis e que desvia a atenção sobre temas relevantes. O quadro da desinformação reduz a confiança em algumas instituições e compromete a participação eleitoral.

A análise dos efeitos negativos deste comportamento nas eleições presidenciais de 2026 torna-se pertinente pela crescente desinformação que afeta o debate público e pelas consequências que ela traz para a democracia, como o desengajamento do eleitorado, a dificuldade de avaliação das propostas dos candidatos e a polarização da sociedade. O impacto das notícias falsas ocorre sobretudo em três frentes: a velocidade com que a desinformação se espalha, a erosão da confiança nas instituições e a redução da capacidade crítica da população.

Alberto Peixoto

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