Gerinaldo Costa fala sobre eleições de 2024 e sobre futuro político do PT em Feira

O presidente municipal do PT, professor Gerinaldo Costa, fez uma avaliação das últimas eleições municipais que aconteceram no dia 6 de outubro, onde José Ronaldo se saiu como vencedor. Conforme Gerinaldo, fez uma analogia dizendo que eleição é jogo e o seu time deve ter falhado em algum lance da partida ou não quis desenvolver lances mais ríspidos para a sua própria característica de partido. “Perdemos a eleição por uma margem pequena como nunca houve. Fica claro que José Ronaldo continua sendo uma grande liderança, mas perdeu muito fôlego e vai ter que se desdobrar no cumprimento das promessas de campanha para poder conseguir uma reeleição”.

Questionado sobre se Zé Neto continuará como candidato do partido em eleições que virão, ele disse que é muito cedo para se especular sobre isso. “Zé Neto continua sendo uma grande liderança e agora mais forte ainda porque foi um embate que quase deu empate no jogo. Ele é nosso deputado federal, provavelmente vai para a reeleição, mas a política é muito dinâmica. É cedo para especularmos o que vai acontecer daqui a três anos. Vamos ver 2026 o que vai acontecer a nível nacional. O partido tem um grande desafio que é o de retomar a força que ele perdeu ao longo dos anos enquanto uma opção da classe trabalhadora”.

O PT nasceu e continua sendo um instrumento de defesa da classe trabalhadora, ressalta. “Nossa sociedade é dividida em classes e não tem como negar isso. E a classe trabalhadora precisa do seu instrumento para lutar, construir e garantir os seus direitos. E o PT perdeu forças, principalmente depois de 2011 para cá, com o golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência e com a prisão de Lula. Perdemos forças em termos de participação nos poderes desde os municípios até o Congresso Nacional. Nossa preocupação imediata é retomar essas forças, só que agora sob um cenário muito mais difícil”.

Ao longo dos anos, salienta o professor, enquanto se combatia o PT, crescia no país uma serpente que colocou suas garras de fora e esteve presente na disputa em Feira de Santana chamada nazifascismo, destaca. “O nazifascismo cresceu demais no país, ganhou fôlego e tem peso grande hoje, inclusive nas esferas superiores de poder. O nosso desafio é retornar as bases, reconstruir e reconquistar o terreno perdido”, explica.

Perguntando se ele, como presidente do partido, defende que Zé Neto continue com a sua candidatura em Feira de Santana, Gerinaldo disse que defende que ele continua com sua trajetória como grande liderança. “Mas insisto: colocar essa questão da disputa em 2028 no tabuleiro é prematuro. Vamos trabalhar para em 2026 reelegermos o governador Jerônimo, uma bancada forte como temos na Assembleia Legislativa, deputados e deputadas federais que efetivamente representem uma força da classe trabalhadora no poder”.

Ele admite que o PT tem dificuldades. “Lula é nossa grande liderança a nível nacional, mas estamos vendo que ele está tendo dificuldade de implementar um governo que favoreça os mais pobres. Ele disse que tem que taxar aqueles que ganham muito dinheiro com a especulação. Tirar dinheiro deles, que é uma minoria da população, para poder garantir que aqueles que ganham até R$ 5 mil não paguem imposto. Por enquanto ele não pode tirar. Para garantir essa isenção tem que se tirar de algum lugar e tem que ser dos grandes que é uma minoria, 1% da população brasileira, mas eles não querem. O que foi que aconteceu com a declaração de Lula? O dólar subiu”.

Para Gerinaldo, a população brasileira vive sobre as amarras do capital financeiro. “Temos que desconstruir isso. O caminho é começar agora um trabalho que possam garantir que em 2026 os deputados e deputados do nosso partido e partidos aliados tenham uma bancada significativa para dificultar menos a vida do presidente da República”, diz.

O nome da secretária de Saúde do Estado, Roberta Santana, poderia ser uma renovação na cidade para ser candidata a prefeita. Outros nomes ainda são ventilados para tal. Gerinaldo continua dizendo que ainda é cedo para se falar sobre o assunto. “A própria Roberta surgiu a pouco tempo no cenário político de Feira quando foi alçada ao posto de secretária. Pode ser um nome. O próprio Felipe Freitas, que é de Feira, criado no Feira VI e é um jovem com experiencia política e acadêmica forte. E outros nomes que poderão surgir e pode até não ser o nome do PT”.

Ele volta a ressaltar que o PT fez algo inédito na cidade onde o PT é o único partido que disputou todas as eleições desde 1982. “Só teve um ano que o PT não disputou como cabeça de chapa que foi em 2000, quando foi para a vice com Colbert Filho. Fora daí, disputou todas. Isso nos orgulha. Porque muita gente mudou de nome, de sigla, partido que mudou de dono e nós continuamos de forma insistente e persistente porque tem firmeza ideológica. A classe trabalhadora precisa de ter os seus instrumentos que lhe garantam direitos porque vivemos num sistema capitalista e sabemos que a essência do capitalismo é o acúmulo de riqueza na mão de poucos em detrimento da pobreza da maioria. E lutamos contra isso”, finaliza.