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Bahia é o quarto estado em identificação de potenciais doadores de órgãos

Entre janeiro e julho deste ano, o estado realizou 593 captações entre órgãos e tecidos (córneas), o que representou um crescimento de 24% quando comparado ao mesmo período de 2023 (479).

03/09/2024 08h40
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Divulgação/Internet
Foto: Divulgação/Internet

Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre janeiro e setembro de 2023, o país registrou o maior número de transplantes de órgãos em 10 anos, com o total de 6.766 procedimentos do tipo, que representa alta de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na Bahia, o número de transplantes também tem crescido e o estado ocupa a quarta posição no ranking nacional quanto à identificação de potenciais doadores, o que ocorre após diagnóstico de morte encefálica do paciente.

Entre janeiro e julho deste ano, o estado realizou 593 captações entre órgãos e tecidos (córneas), o que representou um crescimento de 24% quando comparado ao mesmo período de 2023 (479), segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Porém, segundo Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, o número de doações ainda está aquém do necessário para atender toda a população, de maneira efetiva.

Isso porque 3.436 pacientes estão na lista de espera por um novo órgão, número superior ao registrado no ano passado (2. 930). E entre os 1.878 que esperam na fila de transplantes por um rim, está Edson da Silva, que há três anos “aguardo ansioso para sair dessa máquina”, conta, se referindo ao aparelho de hemodiálise, necessário para filtrar o sangue e mantê-lo vivo.

Como estratégia para enfrentamento deste cenário, a Sesab investe em mobilização da população para a importância da doação de órgãos, já cerca de 60% das famílias baianas que perderam seus entes queridos se recusam a autorizar o procedimento. Na manhã do último domingo (1), por exemplo, médicos, enfermeiros e profissionais de saúde da Central de Transplantes da Bahia, realizaram uma caminhada do Farol da Barra ao Cristo, em Salvador, com o mote: “doar órgãos é salvar vida”.

“Trabalhamos muito com informações e conscientização, durante todo o mês de setembro, com atividades junto à população, com o objetivo de que esse tema faça parte do dia a dia da sociedade”, afirma Moura. Como, no país, o transplante só é realizado com autorização familiar, o esforço mostra-se necessário, pois segundo ele, 15% das famílias recusam o procedimento por desconhecerem se o parente, em vida, desejava ser doador.

Por isso, ele orienta que a intenção de doar seja informada à família e acrescenta que, há seis meses, o Conselho Nacional de Justiça criou, através dos cartórios, a autorização eletrônica de doação: qualquer brasileiro pode entrar em contato com um cartório e deixar oficializado que deseja ser doador, passando a fazer parte de um cadastro nacional. “Isso vai fazer com que a família tenha também essa segurança”, completa.

Novo programa de transplante de pulmão

Além da conscientização dos doadores e suas famílias, a Sesab atua na interiorização do programa de transplantes. Transplantes de córnea são realizados em Salvador (Hospital das Clínicas e Ipoc), além de cidades como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Teixeira de Freitas e Ribeira do Pombal, entre outros.

O transplante de fígado é realizado Salvador (hospitais São Rafael e Português), enquanto o de rim, nas unidades da capital (Hospital Ana Nery, Roberto Santos, Português, Aliança, Cárdio Pulmonar) e do interior (Vitória da Conquista e Feira de Santana). Segundo o médico Eraldo Moura, Itabuna terá o serviço de transplante de rim reativado em breve, assim como Juazeiro, que tem previsão para o próximo ano.

“A gente reativou o programa de transplante cardíaco, com uma média de um cada um transplante realizado no estado a cada mês e meio. Estamos na fase de organizar o programa de transplante de pulmão, que no próximo ano já estará sendo realizado no estado”, adianta o Sistema Estadual de Transplantes. Segundo ele, por enquanto, pacientes que precisam realizar o transplante de pulmão em outros estados, têm o tratamento fora domicílio custeado pelo Estado.

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