Ataques e contradições dominam primeiro debate em Salvador

Na noite de ontem (8), a Band Bahia realizou o primeiro debate televisionado entre os candidatos à Prefeitura de Salvador. Em determinado momento, o candidato Kleber Rosa, do PSOL, apontou a contradição do candidato do governo estadual, Geraldo Júnior (MDB), que foi aliado do atual prefeito, Bruno Reis (União Brasil), e ajudou a construir a gestão que agora o emedebista critica. Por outro lado, Bruno, além de fazer um balanço da gestão, teceu críticas ao governo do Estado, principalmente no que se refere à segurança e à educação. A estratégia foi adotada também por Kleber, que assim como Bruno não poupou a gestão estadual. Geraldo, por sua vez, não se furtou a atacar Bruno.

O emedebista também foi questionado sobre ter votado em Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e seu vínculo com o partido que capitaneou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Logo no início do debate, os candidatos foram questionados pela apresentadora Carolina Rosa sobre a situação das pessoas em situação de rua. No entanto, ao ser provocado por Geraldo sobre sua ausência no debate da rádio Bahia FM, Bruno respondeu que o vice-governador não tinha conhecimento suficiente sobre o assunto levantado pelo programa. Em seguida, Kleber Rosa foi sorteado para escolher um candidato para uma pergunta e optou por Bruno, criticando o sistema de transporte público da cidade. Bruno rebateu, afirmando que o Estado havia solicitado a retirada de linhas de ônibus que competiam com os trajetos dos metrôs.

Na sequência, Bruno direcionou uma pergunta a Geraldo sobre propostas para a cultura. No entanto, o emedebista fugiu do tema e aproveitou a oportunidade para reiterar sua crítica, chamando Salvador de "capital do desemprego". Um dos momentos mais marcantes do debate ocorreu quando Kleber Rosa criticou Geraldo, lembrando que, quando era presidente da Câmara Municipal de Salvador, ele garantiu a aprovação de projetos do grupo de Bruno Reis.

Líder nas pesquisas, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) chegou à emissora acompanhado da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT), que permanece como sua candidata a vice na disputa pela reeleição. No pré-debate, Bruno disse que a sensação até aqui "é de dever cumprido". "Dei o meu melhor. E ainda temos muito para fazer, por isso quero ser prefeito", acrescentou.

O atual gestor da capital baiana ressaltou seus quatro anos à frente do Palácio Thomé de Souza. "Tenho uma vida limpa; um governo referência em transparência e boa aplicação dos recursos públicos, melhor gestão fiscal, um time de excelência. Então, estou tranquilo, em paz de espírito. Venho pedir o apoio da minha cidade que tanto amo, das pessoas que me conhecem e sabem que o prefeito não é de fake news, não é de laboratório, não é lero lero, lá e low. É um prefeito de trabalho, compromisso, de honrar tudo o que assume na vida pública. Que tem posição, tem lado, princípios e valores", continuou Bruno.

O vice-governador Geraldo Júnior, candidato pelo MDB, reforçou a parceria com o Estado para trabalhar pela cidade. Na ocasião, o emedebista declarou ser o único candidato da base política que está no governo da Bahia. "O riso demonstra a nossa relação, a nossa relação de confiança. É uma motivação estar ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, como vice-governador, como candidato único do nosso grupo político. Ele, como líder político desse processo, em alinhamento com o presidente Lula. Então, é uma satisfação muito grande estar ao lado do governador", afirmou.

Geraldo voltou a criticar Bruno Reis, mencionando sua ausência na primeira oportunidade de confronto direto entre os dois candidatos. "O prefeito parece que entende que não tem muita discussão, não tem ônibus na cidade, não tem médico nas unidades de saúde. Mães aguardam uma posição. Não tem creche em Salvador para os seus filhos", provocou.

Já o professor Kleber Rosa, representante do PSOL, voltou a ironizar Geraldo ao afirmar que Lula "sempre foi o seu presidente", aludindo à mudança de posicionamento político de Geraldo. Em 2018, Geraldo declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu não sei se eu sou candidato de Lula, mas eu sei que Lula é o meu presidente. E sempre foi. E nós temos a obrigação de defender Lula agora e, na gestão, vamos defender o governo, porque é a nossa fronteira entre a barbárie do fascismo do bolsonarismo e a garantia da democracia. Então, para mim, mais importante nessa eleição do que reivindicar um apoio de Lula é a gente não ter dúvida do compromisso que nós temos em defender o governo de Lula”, disse Kleber.