Coordenador regional da ADAB em Santo Amaro ressalta importância da última vacinação para a febre aftosa

Evandro Morais, médico veterinário e coordenador regional da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) de Santo Amaro da Purificação, esteve no programa Rádio Total, das Rádios Paraguassu FM e Santo Amaro FM, ancorado pelo radialista Nivaldo Lancaster, para falar sobre os últimos dias de vacinação contra a febre aftosa. Essa é a última campanha, já que a Bahia, conforme a Portaria Mapa de nº 665, de 21 de março de 2024, será reconhecida como livre de febre aftosa sem vacinação a partir do dia 1º de maio.

Conforme Evandro, é preciso chamar a atenção para que os produtores vacinem seu rebanho, principalmente para aqueles que deixam tudo para a última hora. “Temos frisado a necessidade da vacinação porque é importante finalizarmos com o rebanho 100% vacinado. Dia 30 é o último dia. Não deixe para a última hora porque pode ter problema de faltar vacina, problemas de logística. Não haverá prorrogação porque já existe o decreto de que a partir do dia 1º de maio é proibida a venda de vacinas para febre aftosa no estado da Bahia. O criador tem que ficar atento”, disse.

Até o momento, o percentual do rebanho vacinado ainda é muito baixo. Ainda tem muitos criadores que não compraram a vacina e por isso a preocupação. “Não deixem para a última hora, não deixe de comprar a vacina. Ainda tem produtores com rebanho considerável que ainda não fez isso. Tem muita gente desligada achando que é maio e é até o dia 30 de abril. O criador tem até o dia 17 de maio para declarar, mas para vacinar até o dia 30 de abril”.  

O criador que não vacinar terá penalidades. O que não vacinar, será autuado de acordo com a legislação de defesa sanitária animal. A multa é por cada cabeça de animal não vacinada. São R$ 100 por cabeça. “Não é uma multa barata e o estado cobra. As vezes o pessoal é multado, deixa correr a revelia, mas o estado sempre cobra de forma judicial. Uma hora ele cobra, mas esse é o último recurso que usamos. Queremos educar o criador e tê-lo como parceiro”.

Evandro ressalta que é importante manter esse status sanitário de livre da febre aftosa para a Bahia e para o Brasil. “Só o fato de o país ter se tornado de livre da febre aftosa em alguns estados sem vacinação há alguns anos, nos possibilitou abrir mercados internacionais que o criador ganha com isso. Toda a cadeia se fortalece porque se abre mais mercados. A China passou a comprar mais e por isso é importante para todos. É extremamente importante a questão da sanidade”, explicou.

Ele colocou a ADAB a disposição para atender o criador para que ele fique atento e atendo o chamado do órgão. “Falta uma semana para finalizarmos. Não deixe para a última hora porque a multa não é barata. Hoje é 23 de abril e se dia 30 ele não comprou a vacina e não vacinou, infelizmente será isso que vai acontecer. A partir de maio será proibida a venda de vacina”.

Febre aftosa

A febre aftosa é uma doença causada por um vírus que causa febre, lesões na boca, no casco do animal que para de comer e traz prejuízos econômico. “É uma doença de barreira comercial e que não causa muita mortalidade. Para se ter noção, se sai um caminhão de soja em Barreiras para exportação, tem que ter um documento atestando que não houve casos de febre aftosa nos últimos 60 dias naquela localidade. Alguns países exigem até isso para a exportação de carro. Imagine, uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas exige que seja declarado que naquele país, naquele estado não teve casos de febre aftosa. É uma barreira comercial muito grande se você não for declarado como livre da febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal. E o Brasil pleiteia isso para maio de 2025. Isso é um passo muito grande não apenas para a questão da bovinocultura, como também suínos, no Brasil. É uma cadeia muito grande”.

Não existe a exportação está desvinculada da febre aftosa. Essa questão impacta muito. “Temos que trabalhar, tornar o produtor consciente de que ele é o principal ator em toda essa situação e que não deixe de cumprir com sua obrigação que é vacinar os animais até o dia 30 de abril para que terminamos essa campanha de forma grandiosa com índices acima de 95%”, finalizou.