Eremita Mota explica embargo das obras na Casa pela Prefeitura de Feira

No último dia 12 de janeiro, a Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), interditou a obra de reforma do prédio da Câmara Municipal. Segundo o órgão, o imóvel se enquadra como Área de Proteção Cultural e Paisagística (APCP). Neste sentido, o prédio não pode sofrer nenhuma interferência sem a autorização do Poder Executivo.

A presidente da Casa, a vereadora Eremita Mora (PSDB), falou com o site Boca de Forno News sobre o assunto. Conforme ela, as obras já foram retomadas. “A Câmara merecia fazer esses reparos a muito tempo. Estou na Casa há 20 anos e nunca vi reparos no telhado. E sabemos muito bom que telhado, se não for consertado, mesmo ele tendo laje, a casa pode ser invadida pela água. Já aconteceu isso comigo. Por isso acho que é necessário sempre fazer reparos para ver o que está danificado”, afirmou.

Ainda de acordo com a presidente, há mais ou menos três anos que a Casa fica “numa molhação total” quando chove. “No prédio anexo já se perdeu documentos, vereador já saiu as pressas de sua sala. No prédio da Casa, salas do financeiro já foram invadidas pela água e tivemos que colocar baldes. Na presidência também tinha balde dentro da sala. É impossível estarmos como presidente e não ter esse cuidado”, explica.

Infelizmente, ressalta Eremita, o prefeito interpretou de outra forma. “Eu acho que ele inventou que a Câmara ia quebrar paredes, o que não acontecia, e resolveu embargar a obra. O que eu acho engraçado é que ele mandou um pedido de informação para que respondêssemos em 72 horas. Já estávamos formulando toda a resposta para mandar e em menos de 72 horas ele embargou a obra”, lamenta.

Para a vereadora, Colbert fez as coisas de forma grotesca e por isso a obra ficou parada por seis dias. “Mas graças a Deus a retomamos e com fé em Deus finalizaremos os reparos do prédio da Câmara. No prédio anexo demorará um pouco mais porque tem muitas salas, elevador, coisas maiores”.

O investimento foi feito dentro da legalidade, com estudo de impacto para tudo ser certo. “Não vou fazer nada que possa ser prejudicial. Tenho zelo pelo erário público e vou continuar assim. Vamos devolver esses prédios para a população com tudo certinho”.

Ela disse que esse reparo deveria ter sido feito antes e não esperar que chegasse ao ponto que chegou. “Para você ter um exemplo, tiramos telhas esfarelando. Os trabalhadores puxavam e ela virava farelo pelo tempo que tinha e não aguentou”.

Relação com Colbert

Sobre sua relação com o prefeito Colbert Martins, Eremita disse que nunca teve nada contra ele e que só trata das ideias políticas. “Essas devem ser sempre conversadas. Quando se faz isso e se chega em um denominador comum, tudo dá certo. A única coisa que ele tenha queixa é sobre um projeto de empréstimo que só pode ser aprovado na Casa e dado o aval da presidência se tiver dizendo o porque de ele estar sendo pego. Fiz desafios a ele para descrever o que é que seria feito com o empréstimo que eu marcaria até uma sessão extraordinária para aprovar”.

Eremita salientou que não é contrária a ninguém, mas que quer fazer tudo dentro da legalidade e o prefeito sabia disso. “Se ele disser como será investido o dinheiro, tudo bem. Se ele vai investir em três obras, ele diga quais. Se vai investir em uma, diga qual também. E não sou eu que digo a ele que tem que fazer isso. Quem diz isso é a lei. Se outros presidentes não fizeram, não sei porque. Não custa nada a ele dizer isso”.

Ela citou como exemplo o BRT em Feira de Santana, a qual em sua opinião não funciona. “Não existe BRT em Feira de Santana. Fizeram a obra de boca. Não estava escrito. Como ficou de boca, fizeram umas ‘gaiolinhas’ e está aí fingindo que existe”, finalizou.