Uma moção de repúdio contra o deputado federal Antônio Brito (PSD/BA) foi aprovada pela maioria na Câmara Municipal de Jequié, no Médio Rio de Contas, na terça-feira (10). A votação aconteceu após o parlamentar se desentender e quase chegar às vias de fato com o prefeito da cidade, Zé Cocá (PP), na última sexta (6). Uma celeuma vem se desenrolando desde então no município.
Foram 13 votos a favor, 4 contra e 1 abstenção. Votaram a favor da moção os vereadores Soldado Gilva, Cida, Colorido, Júnior Braga, Marcinho, Gutinha, Duda Simões, Bui Bulhões, Walmiral Marinho, Ziel Cavalcante, San David, Marcos do Ovo e Joaquim Caíres. Já os edis João Paulo, Moana Meira, Sidney Magal e Ivan do Leite votaram contra o documento. O vereador Ramon Fernandes se absteve da votação.
Moção envolta em polêmica
Os momentos que antecederam a votação da moção foram marcados por polêmicas. Isso porque Zé Cocá foi acusado de liderar um movimento para a aprovação do documento contra Antônio Brito na Câmara.
O gestor teria pressionado os vereadores para que a moção fosse aprovada. Além disso, relatos obtidos pelo site apontam que o prefeito ficou insatisfeito com a abstenção de Ramon Fernandes, filho do deputado estadual Euclides Fernandes (PT), e exonerado da prefeitura oito servidores comissionados supostamente ligadas ao edil.
As oito exonerações foram publicadas no Diário Oficial desta quarta-feira (11).
No diário constam as seguintes exonerações:
- Ana Rita Pessoa Del Rei, do cargo em comissão de Assistente Técnica da Secretaria Municipal de Educação;
- Erick Aguiar da Cunha, do cargo em comissão de Assistente Técnico da Secretaria Municipal de Educação;
- Jessica Rodrigues Bispo, do cargo em comissão de Assistente Técnico da Secretaria Municipal de Educação;
- Ediane Ribeiro de Oliveira, do cargo em comissão de Coordenadora do CRAS da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;
- Emili Braga Novaes, do cargo em comissão de Assessora Jurídica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;
- Camila Meireles de Abreu dos Santos, do cargo em comissão de Assistente Técnica da Secretaria Municipal de Educação;
- Alanna Silva Leite, do cargo em comissão de Assistente Técnica da Secretaria Municipal de Educação;
- Jarbas Ribeiro Aragão, do cargo em Comissão de Coordenador Geral da UEL/UGP, unidade vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura.
As exonerações teriam estremecido as relações do vereador Ramon e do deputado Euclides Fernandes com o prefeito, acirrando o clima de disputa nas eleições municipais de 2024.
Prefeito e vereador negam
Ao site, Zé Cocá negou que tenha pressionado os vereadores a aprovarem a moção de repúdio. “Eu defendo a independência e a liberdade democrática que separa os poderes constituídos. A Câmara Municipal é independente e eu respeito cada vereador e sua importância enquanto representante da população e valorizo suas ideologias político-partidárias. Jamais fiz, faria ou farei esse tipo de interferência junto aos vereadores do município”, afirmou.
Sobre a moção de repúdio aprovada, o prefeito disse que “a proposição partiu deles e eles votaram conforme a vontade e o desejo de cada um”.
Em relação às exonerações de servidores comissionados se tratarem de perseguição, o gestor disse que é uma “inverdade”. “Quando acontece a exoneração de pessoa que ocupa algum cargo comissionado é, na grande maioria das vezes, em função da necessidade de otimização operacional, para que a máquina pública seja mais ágil”.
Muitas vezes precisamos optar por um profissional que seja mais técnico ou mais experiente em uma ou outra área e aí, pode ocorrer a exoneração. Não existe isso de perseguição!”, completou.
Procurado pela reportagem, o vereador Ramon Fernandes afirmou que os servidores exonerados não são ligados a ele. “Desconheço. Isso não procede”, disse. O edil também negou que o prefeito Zé Cocá pressionou os vereadores a aprovarem a moção.
Relembre a confusão
Na última sexta-feira (6), o deputado federal Antonio Brito (PSD-BA) se irritou e gritou palavras indignadas contra o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), durante um evento oficial do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na cidade do sudoeste baiano.
O deputado explicou ao site o motivo da sua irritação durante o evento.
“O que aconteceu foi antes do vídeo, lá embaixo do palco. O prefeito foi ao evento, que não era do lado político dele. É um evento do governador, de um grupo que o prefeito não ajudou. O prefeito foi chamado de traidor por militantes, veio tirar satisfações comigo e eu disse: ‘não tem nada a ver comigo, me respeite’. Eu sou um sujeito muito tranquilo. Jamais entro em negócio de briga. Eu tenho horror a briga”, afirmou Brito.
Segundo o parlamentar, no momento capturado pelo vídeo, ele estava explicando a Wilson Paulista, assessor ligado ao governo de Jerônimo, o motivo da sua irritação com o prefeito de Jequié.
No momento do vídeo, eu estava passando para Paulista o que tinha acontecido lá embaixo. Eu disse que não tinha medo do prefeito. O meu problema foi com o prefeito de Jequié. Quando dizem que ele traiu Rui, ele enlouquece. E o povo estava chamando-o de traíra. Ele se irritou e foi tirar satisfações comigo. No palco, colocaram a gente um do lado do outro. Eu estava informando a Paulista o que aconteceu”, contou o deputado federal.
O prefeito de Jequié, Zé Cocá, também contou a sua versão da história. De acordo com ele, não chegou a haver uma discussão entre os dois adversários políticos.
“Não teve discussão. Quando eu entrei naquela roda que o governo fica no final do palanque, uns 5 ou 10 apoiadores dele [Antonio Brito] começaram a me chamar de traíra. O governador passou por mim e eu falei a ele: ‘isso, governador, são os funcionários fantasmas da Santa Casa, que vêm aqui para falar mal dos outros’. E, quando ele [Antônio Brito] ouviu eu falando isso, ele veio me responder”, relatou Zé Cocá.
Eu respondi a ele que tenho provas, que eu vou provar sobre os funcionários fantasmas da Santa Casa. O que ele fez no palco, na frente da minha esposa, foi uma aberração. Eu jamais faria isso com ninguém”, completou o prefeito de Jequié.
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