Após a detenção de Gilmara Daiam de Souza Brito no mesmo dia da morte da estudante Cristal Pacheco, na última terça-feira (2), a comparsa identificada como Andréia Carvalho Brito foi presa após se apresentar à Polícia Civil nesta quinta-feira (4). A mulher admitiu ter desferido o tiro fatal no peito da estudante de 15 anos. O depoimento aconteceu nas primeiras horas da tarde, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Andréia, conhecida como ‘Rasta’, estava com um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça e compareceu ao local com um advogado, sendo ouvida pela delegada Andréa Ribeiro, diretora da DHPP. O representante de ‘Rasta’ disse ao portal G1 que ela teria feito o disparo por estar ‘fora de controle’ e em ‘abstinência de drogas’.
Anteriormente, Gilmara assumiu em seu depoimento que tinha participado da tentativa de assalto, mas negou ter sido a autora do disparo. Tanto ela quanto Andréa devem passar por exames de lesão corporal antes da transferência para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde podem responder por tentativa de latrocínio, já que nenhum pertence de Cristal foi levado durante a abordagem. Durante coletiva de imprensa na DHPP na tarde de ontem, a delegada Andréa disse que ‘Rasta’ foi localizada em Nova Soure (a 225 km de Salvador); ela teria conseguido dinheiro com familiares para fugir de Salvador, mas acabou regressando com seu advogado por conta do mandado expedido pela Justiça e pela repercussão do caso, que gerou comoção nacional.
A diretora da DHPP informou que a Polícia Civil está apurando se Gilmara e Andréia costumavam praticar delitos em conjunto. Entretanto, acredita-se que ‘Rasta’ também tenha uma ficha tão corrida quanto a de Gilmara. “Estamos fazendo um levantamento sobre a vida pregressa, mas o que nos chega é que são muitas passagens por furtos na região do Centro. Ela confessou o crime e confirmou que foi ela que efetuou os disparos”. A arma, uma pistola calibre 653 utilizada na abordagem contra Cristal, sua mãe e irmã nas proximidades do Palácio da Aclamação ainda não foi encontrada, mas diligências estão sendo realizadas para encontrar o objeto. “Não temos informações sobre a arma, estamos em busca dessa cadeia para saber como essa arma chegou às autoras do crime”, disse a delegada.
Outra questão que está sendo levantada na investigação da Polícia Civil é a natureza do disparo que alvejou Cristal: se foi acidental ou proposital. “São muitos pontos a serem esclarecidos, vamos somar tudo que foi apurado para chegar a um resultado. Elas não disseram o que queriam, mas a princípio nos parece que a motivação é de cunho patrimonial, elas queriam levar os pertences”, argumentou a titular da DHPP, frisando que como ambas as suspeitas são usuárias de drogas, os objetos que elas conseguissem pegar seriam usados para trocar por entorpecentes. A mãe de Cristal, contudo, disse que ela não estava com o celular ou outros pertences de valor no momento do crime.
O crime
Na última terça-feira (02), Cristal Pacheco, 15 anos, saiu do Corredor da Vitória e estava indo para a aula no Colégio Nossa Senhora das Mercês, em companhia da mãe e da irmã de 12 anos. Ainda no Campo Grande, faltando menos de 500 m para chegar à escola, o trio foi abordado por Gilmara e Andréia, que deram voz de assalto. Andréia, que tinha o porte da arma no momento do crime, disparou contra Cristal, que morreu ainda em frente ao Palácio da Aclamação. A mãe e a irmã não se feriram. Gilmara foi presa ainda na terça-feira, numa residência no Alto do Cabrito (Subúrbio Ferroviário).
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