Quinta, 13 de Novembro de 2025 04:42
75 98160-8722
Bahia Festival Finisterra

Paulo Lobo lançará livro no Festival Finisterra Film Art & Tourism Brasil Afrobarroco

Festival começa hoje, dia 20, e vai até o dia 24 de abril, na cidade de Cachoeira.

20/04/2022 10h30 Atualizada há 4 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

O poeta e escritor Paulo Lobo falou sobre o seu livro que será lançado no Festival Internacional de Cinema: Finisterra Film Art & Tourism Brasil Afrobarroco, que acontecerá no município de Cachoeira, entre os dias 20 e 24 de abril. O festival seguirá precauções para evitar o contagio da Covid-19.

O livro de contos já estava sendo gestado há algum tempo pelo escritor, quando ele começou a escrever contos e causos sobre personagens de Cachoeira, pessoas que ele conheceu desde a sua infância que fazem parte do folclore da cidade e estão caindo no anonimato. Ele será lançado no dia 23 de abril junto com o livro de Davi Rodrigues.

“No início escrevi esse livro de contos por passatempo e depois que um amigo leu disse que parecia um documentário sobre a cidade. Escrevi pensando no lançamento futuro. E aí veio o Finisterra e deu um arranque nisso”, disse.

A poetisa Isa Lobo é a responsável por coordenar, corrigir, editar e mandar o livro para a gráfica, mesmo sendo médica. “O livro germinou e já foi parido. Ele é um pedaço de um sonho que eu tenho. O festival propiciou isso para mim e estou entusiasmadíssimo”, disse.

Em seu livro existem histórias pitorescas de figuras folclóricas da cidade como a de Bertinho, que era pobre, humilde, montado numa bicicleta Monark, que fazia times de futebol com crianças e as treinava. “Ele morreu e ninguém mais lembra de uma pessoa como ele que produziu tanto e deve ser lembrado pela eternidade. As bibliotecas da cidade terão esse livro para que a poesia que emana desses personagens seja lembrada”.

Ele pediu ainda que o festival se estabeleça na cidade anualmente para atrair turistas para a cidade e consequentemente recursos. “A ideia dele é maravilhosa. Nós respiramos um ambiente cultural. Cachoeira me inspira profundamente do ponto de vista cultural. Já andei em outros lugares e é difícil achar um lugar como Cachoeira”, disse.

Isa lobo

A médica e escritora Isa Lobo disse que entrou há um mês no festival e elogiou Lu Cachoeira, idealizador do evento, que o fez mesmo sendo complicado. “Foi uma atitude visionária dele de pluralizar o festival porque temos uma riqueza enorme e palpitante, que sobrevive o tempo inteiro. A cultura popular não acaba porque é feita pelo povo”.

Ele disse que nesse mês fez o chamamento dos escritores da região para participarem do evento porque literatura também é arte, a arte poética. “Fui empolgada por essa expectativa de mexer um pouco com a literatura porque não damos valor aos nossos escritores que escrever coisas fantásticas sobre a nossa cidade”.

Isa disse que convidou escritores e pediu a eles indicações. São 20 escritores que ela conseguiu reunir nesse mês que está ajudando na coordenação do festival. “E um foi indicando o outro para mim. Pessoas de Saubara, Itaparica, de vários lugares”. Ela espera que eventos como esse aconteçam com mais frequência para trazer literatura, música e a população possa usufruir disso. Isa patrocinou ainda o livro do seu irmão, Paulo Lobo. “A Medicina me trouxe algumas possibilidades e eu pude patrocinar o sonho do meu irmão nesse momento que ele está um pouco apertado de dinheiro. Esse era o momento de lançar essa coisa linda que são esses personagens pelo mundo”.

A capa do livro é de Davi Rodrigues. “Davi e Paulinho tem as mesmas ideias e pensam as coisas. Davi tem 40 gravuras de personagens cachoeiranos e vários deles Paulinho escreveu. Eles vão fazer outro livro juntos porque eu vou ficar em cima e vou ser produtora deles juntando a arte visual e a arte literária”.

Isa também está lançando um livro de sonetos, o “Sonetos dos Amores Primeiros”. Ele remete aos primeiros amores da adolescência. “Tenho uma paixão por sonetos, uma forma de escrever poesias da idade média. Sempre fui fascinada por eles e juntei todos os que escrevi nesse livro”.

A literatura será apresentada na Igreja Ordem Terceira do Carmem. Na abertura, haverá uma homenagem ao poeta Castro Alves. “Não percam. Será a poesia viva dos jovens de nossa cidade que será apresentada nesses dias de festival. Estamos abrindo espaço para dar força e energia a eles que falam sobre a temática da abolição da escravatura. Termina com o samba de roda do Recôncavo. Começa às 17h30. Convoco os cachoeiranos a estarem presentes”, disse.

Davi Rodrigues

O xilogravador David Rodrigues explicou a importância do Festival para a cidade. Ele acredita que ele será um ponto importante para a construção da literatura da cidade. Terá ainda no local as artes visuais, artistas que tem tudo pouca visibilidade nos últimos tempos.

“Quero agradecer a toda a coordenação do festival pela ideia e pela disposição. Pedimos ao povo de Cachoeira que tenha esse sentimento e vá lá ver seus escritores, artistas visuais e o povo do recôncavo”, pediu.

Alice Portugal

A deputada federal Alice Portugal falou sobre a participação do seu mandato na realização do Festival. Ela disse que esse festival é de grande importância porque traz artistas de Portugal e do Brasil, demonstrando a riqueza do Recôncavo Baiano que tem como capital histórica a cidade de Cachoeira. “Cachoeira tem uma importância histórica comemorada em cada 25 de junho quando é transformada em capital da Bahia. É uma cidade rica culturalmente, uma síntese da Bahia e da baianidade. Esse resgate do período barroco linka diretamente com as cidades portuguesas, incentivando a cultura e as artes”, explica.  

A deputada é presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e foi provocada pelo Lu Cachoeira, parceiro de muitos anos, buscando apoio de órgãos governamentais e de outros parlamentares para o festival. Ela ainda elogiou a cidade de Cachoeira por ser um celeiro cultural da cidade. “Não é à toa que a batizamos de cidade heroica pela sua carga histórica que traz consigo a cultura de resistência. É uma grande iniciativa. Quero parabenizar toda a coordenação do evento”.

Alice lembrou ainda que esse festival acontece em meio as comemorações pelos 193 anos da Santa Casa de Cachoeira. “Quero abraçar a toda mesa provedora, comunidade e profissionais que zelam pelos serviços sociais dessa unidade que a fazem respeitada em toda a Bahia”.

Ela espera que esse festival continue a ser realizado porque trará para a cidade de Cachoeira e todo o recôncavo olhos da cinematografia brasileira e internacional. “Estarei em alguns momentos do festival. Farei um discurso na Câmara Federal sobre o festival hoje que é o dia de sua abertura. Convido ainda toda a comunidade a se fazer presente nos atos que acontecerão na cidade”, garantiu.

 

 

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.