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Brasil Desemprego

Desemprego fica em 11,2% em janeiro e ainda atinge 12 milhões, diz IBGE

Rendimento real do trabalhador voltou a cair, ficando em R$ 2.489 na média, encolhendo 9,7% em 1 ano. Informalidade recua, mas ainda alcança 40,4% da população ocupada, ou 38,5 milhões de brasileiros.

18/03/2022 12h16
Por: Karoliny Dias Fonte: G1
Foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press
Foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press

A taxa de desemprego no Brasil ficou no 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, com a falta de trabalho ainda atingindo 12 milhões de brasileiros, informou nesta sexta-feira (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desemprego recuou 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre encerrado em outubro (12,1%). Segundo o IBGE, é a menor taxa para o período desde 2016, quando registrou 9,6%.

Apesar do mercado de trabalho seguir em trajetória de recuperação no país, o rendimento real do trabalhador segue em queda para todas as categorias. A renda do trabalho diminuiu 1,1% em 3 meses e encolheu 9,7% frente ao mesmo trimestre de 2021, ficando em R$ 2.489 de média. Trata-se do menor rendimento médio da série de trimestres comparáveis.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desemprego estava em 11,1%, atingindo 12 milhões de pessoas. Na mínima histórica, registrada em 2014, chegou a 6,5%.

Embora o desemprego tenha ficado levemente acima do registrada no trimestre encerrado em dezembro (11,1%), o IBGE considera comparáveis apenas os trimestres móveis com um intervalo de 3 meses.

O resultado veio um pouco melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa de desemprego ficaria em 11,4% no período.

Número de ocupados cresce, mas renda cai

O número de ocupados no país atingiu 95,4 milhões de pessoas estavam ocupadas, uma alta de 1,6% (1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e de 9,4% (8,2 milhões de pessoas) na comparação interanual.

Já o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,3%, contra 54,6% no trimestre anterior. Na máxima histórica, em 2012, chegou a 58,4%.

Em meio à queda do rendimento médio do trabalho, a massa de rendimento real habitual ficou em R$ 232,6 bilhões, um recuo de 0,9% em 1 ano.

"A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, destacou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”.

Aumento do emprego formal

No que diz respeito à informalidade, janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%), mas maior que o mesmo período do ano passado (39,2%).

Diferentemente do observado nos últimos meses, quando o trabalho informal e por conta própria puxaram o aumento do número de ocupados no país, o emprego formal foi o destaque.

Do acréscimo de 1,5 milhão de ocupados no trimestre encerrado em janeiro, 1,15 milhão foram de trabalhadores formais, sendo 681 mil empregados com carteira assinada. "Ou seja, 79% da expansão da ocupação veio do aumento da formalidade", destacou a pesquisadora.

O número de trabalhadores com carteira assinada subiu para 34,6 milhões, mas ainda distante da máxima de 37,6 milhões registrada em 2014.

Apesar do aumento do número de ocupados no país, analistas avaliam que a recuperação do mercado de trabalho tende a perder ritmo em 2022, em razão da inflação persistente, dos juros em alta, impactos da guerra na Ucrânia na economia global e incertezas políticas relacionadas à corrida presidencial.

Outros destaques da pesquisa

  • Número de desempregados (12 milhões de pessoas) diminuiu 6,6% (menos 858 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (12,9 milhões de pessoas);
  • População desalentada (que desistiu de procurar emprego) somou 4,8 milhões, com redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em 3 meses;
  • O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada atingiu 34,6 milhões de pessoas, subindo 2% (681 mil pessoas) em 3 meses;
  • número de empregados sem carteira assinada somou 12,4 milhões de pessoas, subindo 3,6% (427 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior;
  • o total de trabalhadores por conta própria somou 25,6 milhões, ficando estável no comparativo com o trimestre anterior, mas saltando 10,3% (mais 2,4 milhões de pessoas) em 1 ano.
  • A população subutilizada foi estimada em 27,8 milhões de pessoas, queda de 7,2% (menos 2,2 milhões) frente ao trimestre anterior;
  • população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas somou 6,9 milhões de pessoas, um recuo de -9,7% (menos 741 mil pessoas) em 3 meses;
  • O aumento da ocupação foi puxado pelo comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (alta de 2,4% o trimestre, ou mais 436 mil pessoas), outros serviços (6,8%, ou mais 310 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,8%, ou mais 282 mil pessoas).

 

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