O União Brasil é um dos principais ativos políticos do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Apesar de adversários - e até aliados - tentarem descrever a fundação do novo partido como a derrocada do DEM, a robustez da legenda vai permitir que o futuro secretário-geral negocie de igual para igual com candidaturas já consolidadas ao Palácio do Planalto. Isso inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro.
Para qualquer lado que for, a sigla pode ser decisiva para o resultado do pleito. No caso de Lula e a virtual filiação de Geraldo Alckmin para ser vice do petista, o impacto seria mais simbólico como “conciliação nacional” do que político. Já para Bolsonaro e Moro, o peso é medido pela musculatura partidária, pelo tempo de rádio e televisão e pelo acesso ao fundo eleitoral. Por isso, o União Brasil é uma peça importante no tabuleiro nacional. ACM Neto não apenas sabe disso como arvorou para si a função de secretário-geral, permitindo que Luciano Bivar seja a rainha da Inglaterra do partido.
O principal foco do ex-prefeito de Salvador é ser governador em 2022. E qualquer candidatura nacional que o beneficie será escolhida por ele. Até mesmo a não escolha de uma única candidatura pode ser uma estratégia relevante para ACM Neto - atualmente esse tem sido o caminho indicado por ele. Ainda que insista na tese de que a disputa federal pode não ter influência na campanha para o governo da Bahia, o próprio Neto sabe que é muito difícil manter esse distanciamento. Por isso, vai escolher uma via que reduza danos no processo eleitoral.
Caso haja um acordo com Lula e Alckmin, a política da não agressão pode provocar uma campanha de Jaques Wagner mais tímida. Sem o principal cabo eleitoral para fazer campanha, o ex-governador teria que encontrar outras estratégias para se catapultar. Esse é o caminho mais improvável, mas seria um dos mais benéficos para o ex-prefeito de Salvador. Só é complexo demais imaginar ACM Neto e Lula em um lado próximo, especialmente com o histórico da ameaça da “surra”, um dos momentos mais icônicos da CPI dos Correios.
A moeda de troca com Bolsonaro seria a retirada da candidatura de João Roma (Republicanos) ao governo. O ministro da Cidadania segue nessa utopia por incentivo do presidente e da mosca azul e o apoio do União Brasil à reeleição pode ser condicionado a transformar em natimorto o sonho romano de ser candidato. É uma boa opção, já que eliminaria um adversário com potencial de “roubar” votos importantes para uma eventual vitória em um único turno. O problema desse acordo é a toxidade de Bolsonaro para uma corrida eleitoral na Bahia.
Na hipótese de adesão a Moro - algo mais palpável -, Luciano Bivar poderia sonhar com a vice-presidência da República e ACM Neto teria uma candidatura fraca nacional para chamar de sua, sem se comprometer com a direita radical ou sem flertar com a esquerda clássica e perder apoios já consolidados. De quebra, ainda poderia lidar com a reaproximação com o Podemos baiano, algo improvável até muito recentemente.
Esses são alguns dos cenários possíveis. O União Brasil é um trunfo que ACM Neto vai usar no momento certo da corrida de 2022. Tanto ele quanto os adversários sabem disso, razão pela qual a legenda causa tanto burburinho desde que foi anunciada. O desafio do ex-prefeito é saber usar a carta na hora adequada – e não deixar que tudo não passe de um blefe.
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