O provedor da Santa Casa da cidade de Cachoeira, Luiz Antonio Costa Araújo, conhecido como Lu Cachoeira, questionou a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, porque o local está recebendo pacientes da rede municipal, que teria a necessidade de ir para um Posto de Saúde da Família (PSF), mas está indo para a urgência e emergência da unidade. “A urgência e emergência praticamente se transformou em um Posto de Saúde da Família (PSF) e atendemos pacientes com esse perfil. Essa não é a nossa competência, mas atendemos”, afirmou.
Lu disse que existe usuários do SUS que vem da zona rural da cidade apenas para trocar receita de medicamentos, para fazer troca de sonda e até mesmo troca de curativos. “Isso sobrecarrega o hospital que não deveria fazer esses atendimentos. Esse é um problema antigo que pensávamos que seria resolvido com a nova prefeita, que sempre dialogou com nosso hospital, como deve ser a gestão municipal do SUS”, explicou.
Lu chamou a situação de lamentável, afirmou que os serviços estão mantidos e aguarda uma manifestação da prefeita Eliana. “Antes dela ser prefeita conversávamos a qualquer hora, até mesmo de madrugada. Depois que ela virou prefeita, mudou o comportamento na relação com a Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira. Todos os funcionários lamentam essa atitude e ter que explicar porque a urgência e emergência está sobrecarregada”, disse.
Ele ressalta que, quando chega pacientes em ambulâncias do SAMU, toda a urgência e emergência tem que ir cuidar dele por ser uma situação de urgência, o que deixa a população que espera no local impaciente querendo atendimento. “Assim fica difícil o dia a dia dentro de um hospital, que deveria dar uma atenção especial a quem está em estado grave. Ficamos administrando um pronto atendimento transformado em PSF”, lamentou.
Ambulâncias
No convênio firmado com a Prefeitura, existe ainda a contrapartida de que as ambulâncias que servem para casos graves estejam estacionadas no hospital. Segundo Lu, Hospital não administra ambulância. Ambulância, no SUS, é uma prerrogativa de transporte da Secretaria Municipal de Saúde, mas tem que ter no estacionamento do Hospital uma ambulância e outra de reserva.
“Muitas vezes transportamos do hospital pacientes graves e imediatamente precisa transportar outro. E aí tem que se chamar motorista em casa, o celular não funciona, não sabe onde está. Tem que chamar técnica de acompanhamento do transporte que tem que ser uma profissional da Prefeitura, aí não sabem qual é a técnica, tem que buscar em casa. Só que não precisa disso. Nós temos um local que garante o conforto deles no hospital. Quando estão lá, esses funcionários almoçam no mesmo lugar do médico, do provedor, de todos. Tem um tratamento de plantão 24h”, explicou.
Lu disse que os médicos tem chamado a atenção e que essa situação pode, em determinado momento, atrapalhar o transporte de um paciente em que o profissional diz que tem que ser levado imediatamente. “E demora até meia hora para a ambulância conduzir o paciente”. O provedor acredita que há algo estranho em quem está fazendo a interlocução dos problemas. “O SUS é cada um cumprindo com o seu dever com suas atribuições”, afirmou.
Ele está trazendo o problema à tona porque todos na unidade estão cansados de lidar com problemas que não são de competência deles. “A atual secretária de Saúde lidava com esses problemas lá no plantão. Tem conhecimento dele. E se morrer um paciente porque a ambulância não está lá para transportar? Ficamos todos vulneráveis porque não sabemos como a família reagirá”, alerta.
Ainda sem receber verbas
Lu Cachoeira ressaltou ainda que a unidade está há quatro meses sem receber as verbas da Prefeitura. “Estamos a quatro meses, indo para completar o quinto mês, sem receber e bancando pediatra, obstetra, ortopedista. O cardiologista saiu e não podemos contratar outro. Nem o urologista. Estamos pagando com o dinheiro da UTI esses profissionais e não podemos contratar mais”.
Ele cobrou da prefeita Eliana uma manifestação. “Se ela acha que errou ao ter feito o convênio, que diga isso. Nós precisamos da transparência e saber o porque de estarmos fazendo PSF, atendimentos de especialidades. Não sei quem está assessorando pessimamente a prefeita nesse quesito”, lamentou.
Para Lu, uma manifestação da prefeita evitará que a Santa Casa vá até a justiça cobrar judicialmente as verbas que não estão sendo repassadas. “Espero que possamos sentar e sermos sinceros institucionalmente e pessoalmente e de uma vez por todas dar um basta nisso. Sou muito direto e muito franco”.
Seminário
Em janeiro, Lu disse que um seminário seria realizado com o objetivo de discutir a saúde pública do SUS de Cachoeira. O evento será presencial. "Enviaremos ofício para a Câmara de Vereadores de Cachoeira para estimulá-los a debater o tema. Levaremos especialistas para explicar aos vereadores e vereadoras o que é o SUS e a PPI, Programação Pactuada Integrada. É preciso que façamos uma revisão dessa PPI".
Lu disse que seria explicado para os funcionários e funcionárias como funciona a Santa Casa. "Não queremos uma equipe de funcionários alienados. Precisamos que eles ensinam a sociedade a defender o SUS que está ameaçado", finalizou.
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