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Bahia Eleições 2022

“Uma gestão mais enxuta faz sobrar dinheiro para o cidadão”

ACM Neto apresenta as primeiras ideias que pretende implementar no estado, caso seja eleito no pleito do próximo ano

03/11/2021 08h52
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Reprodução / Facebook
Foto: Reprodução / Facebook

A um mês de oficializar sua pré-candidatura, ACM Neto (União Brasil) apresenta as primeiras ideias que pretende implementar no estado, caso seja eleito no pleito do próximo ano. Neto evitou falar quais secretarias irá extinguir se chegar ao Palácio de Ondina, mas prometeu diminuir os gastos com a máquina pública.  

“É óbvio que pretendo fazer um governo muito mais eficiente, de melhores resultados, um governo que gaste menos com a máquina pública, ter uma gestão mais enxuta para fazer sobrar dinheiro para gastar com o cidadão, com a melhora na qualidade dos serviços públicos, com a ampliação da capacidade de investimento do estado. Queremos um governo com produtividade, de resultados. Agora, é cedo para a gente já apontar especificamente qual secretaria extinguir ou não”, declarou.  

Sobre uma terceira via, com consistência e capaz de chegar ao segundo turno, para disputa presidencial, ACM Neto acha que a eleição presidencial não está resolvida. “Esse quadro de polarização do dia de hoje, do momento atual, que, na minha opinião, é muito mais o retrato do passado do que propriamente uma projeção do futuro. Muita coisa vai acontecer. Eu acho que há espaço para o surgimento de novos nomes, que tenham viabilidade e que possam se colocar como alternativas à Presidência da República”. 

Questionado sobre com qual desses nomes o senhor se sentiria mais à vontade para sentar-se à mesa e discutir a disputa presidencial, se João Doria (governador de São Paulo), Ciro Gomes (ex-ministro), Rodrigo Pacheco (presidente do Senado), Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul) ou Sergio Moro (ex-juiz da Lava Jato), o ex-prefeito de Salvador que a princípio não pretende estabelecer vetos. “A prioridade do União Brasil é ter candidato à Presidência da República, e é preciso incluir nesta lista os dois nomes que hoje estão filiados ao nosso partido: o ex-ministro (Luiz Henrique) Mandetta e (o apresentador de TV) Datena. Agora, eu acho que o quadro nacional só vai ficar um pouco mais claro a partir do mês de abril do próximo ano. Até lá que cada um trabalhe o seu espaço, apresente sua proposta, e que o tempo contribua para dar clareza a um eventual projeto de candidatura alternativa a esse quadro de polarização. Eu não gosto muito desse nome ‘terceira via’”, explica.  

Em 2018, ACM Neto afirmou que o Democratas não teve posição política no segundo turno. “Eu, pessoalmente, declarei meu voto em Bolsonaro. Mas lembrem, vocês acompanharam, não fiz campanha de rua, apenas declarei o meu voto e justifiquei naquele momento porque estava votando. Não quero pensar nesse cenário. 'E se for Lula e Bolsonaro?' Não tenho por que me preocupar com isso agora. Não suporto aplaudir engenheiro de obra pronta. Então, é fácil hoje voltar no passado e fazer julgamento, mas que aconteceram nas circunstâncias que aconteceram. Naquele momento, não fui só eu que votei em Bolsonaro. Foram milhões de brasileiros. Você pode me perguntar: 'Você se arrependeu de votar em Lula em 2002?' Votei em Lula no segundo turno. Então da mesma forma que eu não vou agora fazer juízo do meu voto no segundo turno em 2002 em Lula, eu não vou fazer juízo do meu voto no segundo turno em 2018 em Bolsonaro. Eles não foram minhas escolhas preferenciais”. 

Para Neto, o perfil ideal para presidente da República teria que ser alguém com experiência política, com capacidade de transitar na política, de organizar a relação do governo com o Congresso. “Observe uma coisa: antes de Bolsonaro, no modelo PT havia, o toma lá, dá cá, o loteamento de cargos. As indicações de cada partido, tinham lá seu ministério, suas estatais etc.  Hoje, existe um modelo que não é esse, mas que tem muitos problemas no modelo atual, que é essa história da execução do orçamento. Das tais medidas de relator. Isso é um absurdo, o que está acontecendo hoje. O governo não governa. Porque uma boa parte da execução orçamentária que devia estar ajustada a planos para o país, a projetos, está na mão do Congresso para ser lá objeto de acomodação política na Câmara e no Senado. Está errado. Então vai ser preciso no modelo ideal certo. Ter alguém que possa organizar a política. Que tenha liderança, capacidade de liderança política, que tenha um lado social”.  

PT da Bahia

O PT da Bahia diz que, com a fusão para surgir o União Brasil, ACM Neto teria matado o DEM. Questionado sobre como o senhor avalia essa crítica, ACM Neto disse que não ficaria discutindo. “Vindo do PT (essa crítica), me parece a reafirmação do nosso acerto. Então, se fosse uma coisa que não tivesse impacto e peso, não estaria incomodando e não geraria o comentário que gerou desse senhor (Eden Valadares, presidente do PT na Bahia). Realmente, só posso compreender como inveja e dor de cotovelo. Hoje, nós temos o maior partido do país. A disputa na Bahia se daria entre o PT e o Democratas. Individualmente, o PT era um partido que tinha um tamanho maior do que o Democratas. Agora, com a fusão, a disputa será PT e União, e nós somos maiores do que eles”.  

Falando da sucessão estadual, ACM Neto não considera a sua eleição ganha pela fadiga do atual modelo que dirige o estado da Bahia. “De maneira alguma. Não tem nada de ganho. Quem me conhece sabe que eu trabalho com muito pé no chão, com muita humildade. Vou continuar essa caminhada percorrendo a Bahia, conversando com os baianos, aprofundando o meu conhecimento da realidade de cada região do estado. Vamos fazer um processo amplo de discussão com as forças da sociedade, tendo o objetivo de construir um plano de governo transformador para o futuro da Bahia. Vamos fazer esse enfrentamento muito claro entre o projeto que dialoga com o futuro, que é o nosso caso, e o projeto que está preso ao passado, que é o caso do nosso principal adversário (o senador Jaques Wagner). Não tem nada de ganho. A gente sabe que é longa caminhada que tem pela frente, e somente em outubro do próximo ano é que vamos ter condições de ter a conclusão deste processo”. 

PP e MDB

Sobre o que espera do PP e MDB nas eleições estaduais, Neto disse que é preciso dialogar. “Nós podemos dialogar com todo mundo, mas esse processo de conversa com os partidos só vai ter início depois do dia 2 de dezembro, quando pretendemos oficializar o lançamento da nossa pré-candidatura ao governo. O MDB é um partido que integra hoje a base do prefeito Bruno Reis e, portanto, o diálogo, eu penso que será natural. Eu não tenho ainda nenhum posicionamento do partido, porque eu não comecei a conversar, mas é natural que a gente sente para conversar. Em relação ao PP, é diferente. (O partido) integra a base do atual governador Rui Costa, apesar de ter uma relação muito boa com os principais líderes políticos do PP. Hoje, não temos uma agenda política em comum. Então, só o tempo dirá se haverá ou não espaço para um diálogo com o PP”. 

Extinção de Secretarias

Se eleito, ACM Neto disse que ainda não sabe quais as secretarias extinguiria. “É precoce falar sobre isso. Nós estamos em um processo de análise do estado, de avaliação das principais ações, projetos, planos para o futuro da Bahia. É óbvio que pretendo fazer um governo muito mais eficiente, de melhores resultados, um governo que gaste menos com a máquina pública, ter uma gestão mais enxuta para fazer sobrar dinheiro para gastar com o cidadão, com a melhora na qualidade dos serviços públicos, com a ampliação da capacidade de investimento do estado. Queremos um governo com produtividade, de resultados. Agora, é cedo para a gente já apontar especificamente qual secretaria extinguir ou não. É um trabalho que a gente vai fazer ao longo desses próximos meses. Os baianos sabem que eu chegarei em outubro do próximo ano, com certeza, com tudo desenhado e preparado para fazer um governo que seja transformador para o futuro do estado’. 

Ele disse ainda que tem acompanhado as movimentações econômicas e financeiras do governo da Bahia, como pedidos de empréstimos?. “Sim, nós temos uma equipe hoje (que acompanha os dados do governo). Claro, os dados que são públicos e disponíveis, porque não estamos lá dentro. Eu já tenho a experiência da prefeitura. Em 2012, quando eu fui candidato, nós tínhamos ali um quadro e um diagnóstico com base nos números que eram públicos. Depois que você senta (na cadeira do governo), é que sabe exatamente o outro lado da moeda. O lado de quem está por dentro, mas estamos fazendo o diagnóstico. Vamos chegar no próximo ano com todas as informações reunidas, compiladas e na cabeça”.  

Segurança pública

ACM Neto não acredita que Segurança Pública será o tema mais importante da eleição na Bahia. “Eu acho que não vai ser o tema mais importante. Nós vamos ter alguns temas que serão muito importantes. Dentre eles, a segurança pública”.  

Como propostas para resolver o problema atual, ele disse que está fazendo uma agenda de visitas técnicas a estados brasileiros que têm boas ações, iniciativas e bons projetos em áreas que estão se destacando. “Um dos primeiros será Goiás, onde o governador Ronaldo Caiado tem tido um desempenho muito positivo na questão da Segurança Pública. Eu vou fazer uma imersão lá para acompanhar de perto. Não vou ficar só em governos do DEM, não. Não tem essa coisa de partido. A ideia é que na área de Educação, a gente possa ver Ceará e Pernambuco. Pernambuco, o sucesso no ensino médio. No Ceará, mais voltado para essa parceria do Estado com os Municípios em relação à alfabetização, a todo o trabalho de suporte técnico que vai da primeira infância até os anos iniciais do ensino fundamental. Então, a nossa ideia é fazer uma coisa bem ampliada. E vamos pegar os principais problemas. Não é só Segurança. Acho que a questão da segurança é emblemática porque 2017, a Bahia é campeã nacional de homicídios. Não é razoável que o Brasil esteja caindo o número de homicídios, e a Bahia esteja crescendo. Hoje, nós temos uma defasagem no número de policiais, nós temos uma desmotivação da tropa. A gente vai ter que trabalhar muito na motivação. Não é só uma questão remuneratória. É questão de valorização da categoria. Eu acho que, nesse período todo, faltou seja na gestão Wagner ou Rui, um envolvimento pessoal do governador, da liderança do governador. Isso faz toda diferença. A primeira ideia que eu tenho é uma mudança de postura da principal autoridade do estado, chamando para si a responsabilidade, mergulhando no problema e vivendo essa realidade”.

Avaliando a situação hoje da Segurança Pública no estado, Neto disse que acha que todos estão pagando o preço, de certa forma, dessa ausência de liderança dos dois governadores, e da incompetência de secretários que passaram neste período. “Não deram conta do recado. A gente vê – não tenho nada pessoal – um secretário de Segurança Pública (Ricardo Mandarino) hoje perdido. Essa é a realidade. Está perdido. A mudança de postura é a primeira coisa para criar um clima, um ambiente. Tem que aproveitar a inteligência da maneira certa. Não adianta dizer que vai fazer reconhecimento facial se o governador não está lá dentro, cobrando. Tem que ter presença, envolvimento, e buscar as melhores práticas”, finalizou. 

Com informações do Tribuna da Bahia

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