Jaques Wagner não acredita em racha no seu grupo político

O senador Jaques Wagner (PT) esteve na manhã desta segunda-feira (22) em Santo Estevão participando do lançamento de investimentos na cidade. Na ocasião, Wagner falou sobre diversos assuntos, dentre eles segurança pública. Segundo o senador, vários investimentos foram feitos nos governos petistas nessa área.

“Segurança pública é um problema. É obvio que a oposição, que só tem o microfone, não tem a responsabilidade da caneta, fica falando sem credenciar. Quando cheguei como governador em 2007 não tinha carro que prestasse, não tinha combustível, não tinha colete a prova de bala, não tinha arma, não tinha bala para o treinamento dos policiais, não tinha telecomunicação”, afirmou.

Ainda conforme Wagner, o governador Rui Costa está fechando contrato com uma grande empresa de tecnologia chinesa. “São R$ 800 milhões de investimento para tecnologia de reconhecimento facial. Não tenho dúvidas de que estamos evoluindo, mas questão de segurança já virou mundial”, explicou.

Violência contra a mulher

O senador condenou ainda veementemente a violência contra as mulheres. “Seja na rua, seja a doméstica, que para mim é a mais covarde de todas. Temos a Lei Maria da Penha e devemos conscientizar e endurecer a lei. Não tem mais sentido a agressão que se faz a uma mulher, principalmente dentro de casa”, falou.  

Sucessão do Governo do Estado

Sobre a possibilidade do atual vice-governador, João Leão, lançar a sua candidatura para o Governo do Estado, Wagner garantiu que não vai haver racha. “Estamos conversando muito com todos os partidos. João Leão colocou o seu nome e não se pode proibir ninguém de se colocar a disposição, mas em setembro nos reuniremos sobre a batuta de Rui Costa e vamos nos acertar”.

Wagner disse ainda que já teve várias conversas com João Leão e o seu filho, o deputado federal Cacá Leão do PP, e com Otto Alencar do PSD. “Em nosso grupo todo mundo cresce junto, diferente do outro lado que ninguém cresce, só cresce o dono do grupo. Ele (ACM Neto), apesar de ser mais novo do que eu, que tenho 70 anos, representa o passado. Nós representamos a modernização da Bahia. A disputa da eleição não é de idade, mas de ideias. E por isso estou muito tranquilo porque o povo sabe como era e como é, desde a liberdade de expressão até a relação com os prefeitos independente de partido”, explicou.

Wagner acha difícil haver racha no grupo porque todos cresceram politicamente juntos. “Hoje o PP tem 100 prefeitos, o PSD também 100. As pessoas sabem que em nosso grupo não há dono de troféu”.

Pesquisa

Na opinião de Wagner, pesquisa quantitativa a um ano da eleição vale muito pouco. “Quem está ligado são os políticos e a imprensa que cobre política. O povo está ligado em emprego, saúde, em sua vida e em seu dia a dia”, afirmou.

Wagner citou ainda que a sua eleição em 2006, a de Rui em 2014 servem como exemplo. “Estávamos atrás das pesquisas e ganhamos”. O senador lembrou que essa eleição é presidencial e isso pode ser um problema para o candidato ACM Neto. “O povo está ligado na escolha do presidente e até agora não o vejo com nenhum candidato competitivo”.

Projetos futuros para a Bahia

Quando confirmada a sua candidatura, Wagner pretende continuar “numa batida que vem animando o povo há 15 anos”, mas ele tem consciência que existem dois problemas centrais: a educação e a segurança pública. “Eles já estão sendo enfrentados. Precisamos melhorar e colher frutos. Avançamos muito na saúde e quero continuar apoiando a agricultura familiar, o micro e pequeno empresário que gera emprego e renda para as famílias num país com 15 milhões de desempregados”, disse.

Aeroporto de Feira de Santana

Falando sobre o aeroporto de Feira de Santana, o senador salientou que o Governo do Estado deu nele um ponta pé inicial, mas infelizmente a empresa que ganhou a concessão acabou quebrando. “Ela quebrou com a Lava Jato que fez o absurdo de quebrar diversas empresas brasileiras ao invés de prender quem foi corrupto. É obvio que Feira de Santana merece ter um aeroporto que, em minha opinião, deve ser cargas e de passageiros. Em cargas terá uma demanda maior, já que o aeroporto de Salvador não é tão distante para os passageiros”, explicou.

Segundo Wagner, em função do que aconteceu com a empresa vencedora, é preciso retomar a licitação, mas esse não é o melhor momento. “O crescimento do país está em baixa e esse não é o melhor momento para se buscar investimentos numa área em que é preciso um desafio grande”, finalizou.