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Negros são maioria dos mortos pela polícia na Bahia, diz pesquisa

Negros são maioria dos mortos pela polícia na Bahia, diz pesquisa

09/12/2020 18h26 Atualizada há 4 anos
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Negros são maioria dos mortos pela polícia na Bahia, diz pesquisa

Levantamento da Rede de Observatórios da Segurança mostra que a maior parte das pessoas mortas pelas polícias da Bahia, do Ceará, de Pernambuco, do Rio de Janeiro e de São Paulo no ano passado é negra. A Bahia apresenta o maior percentual: 97% dos mortos em ações policiais eram negros. No estado de Pernambuco, a proporção de negros entre as vítimas foi de 93%.

Segundo o relatório, a polícia do Rio de Janeiro matou 1.814 pessoas no ano passado, das quais 86% eram negras. No Ceará, o percentual de negros mortos em decorrência de intervenção policial alcançou 87%. No estado de São Paulo, 63% dos mortos em ações policiais eram negros.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, 74% dos homicídios no Brasil foram de pessoas negras e 79% dos mortos pela polícia também eram pessoas negras. 

“Com esses dados, podemos mostrar que não é um viés racial, não é excesso de uso da força, não é violência policial letal acima do tolerado, é racismo. Quando analisamos a violência policial, nós não conseguimos contabilizar abordagens violentas, espancamentos, humilhações do dia a dia, mas conseguimos contar os corpos empilhados nessas ações”, disse, em nota, a coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos.

Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação diretamente com as secretarias de Segurança dos estados que, posteriormente, foram checados e comparados com informações sobre cor das populações de cada estado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A situação da segurança pública nos cinco estados começou a ser monitorada pela Rede de Observatórios da Segurança no ano passado. O Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes, coordena o trabalho, que tem como parceiros a Iniciativa Negra, da Bahia; o Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC); o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares de Pernambuco e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).

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