O “Palavra de Médico” deste domingo (23), com o médico Tarcízio Pimenta, falou sobre medicamentos em idosos: riscos, dosagens e orientações. Segundo o médico, os idosos precisam ser orientados, acompanhados, saber o que estão usando em termos de medicamentos e quais são as consequências de tomar e não o tomar. “O que percebemos é que a grande maioria dos idosos não sabe o medicamento que está usando. 33% deles não sabem quais medicamentos utilizam. Chega em uma emergência e não sabe nos dizer o que usa”, diz.
Pode acontecer de haver troca de medicamentos com seus parceiros por morarem sozinhos, afirma o médico. “30% dos internamentos nos hospitais são de idosos que tomam o medicamento errado, aumentando o risco de morte. No atestado pode vim uma parada cardiorrespiratória e não diz o que a causou que pode ter sido medicamento errado, falta de uso ou superdosagem dele. Quem tem idoso tem que estar toda semana observando essa questão”.
De cada dez idosos, seis usam mais de cinco medicamentos, o que o atrapalha por muitas vezes não saber diferenciar. “Às vezes ao invés de tomar o comprimido pela manhã, em jejum, ele toma a noite, com o estômago cheio. Esse medicamento não terá efeito nenhum, por exemplo. Entre outras coisas erradas e tudo isso complica. Tem que explicar e ter paciência para orientar bem esse paciente”.
Alguns problemas estão relacionados também a absorção desses medicamentos. “Ele precisa saber a eficácia. Tem medicamentos que ele toma que acaba caindo porque o está tomando de forma incorreta ou dosagens inadequadas. E um dos problemas é a queda porque deixa-lo mais dependente ainda de outras pessoas. O anti-inflamatório é um deles, que os idosos compram em farmácias por causa de alguma dor e usa-o sem saber os efeitos colaterais dele e acaba aumentando a pressão arterial, fere o estômago, causando sangramento nele e no reto”.
Medicamentos para dormir também são um problema. “Eles querem porque não conseguem dormir. Tomam os medicamentos tarja preta e tem sonolência, desorientação, acaba caindo e quebrando algum osso ou traumatismo craniano. Medicamentos para depressão também podem causar problemas nos rins e no fígado. Os órgãos do idoso não funcionam com tanta eficácia como o da pessoa mais jovem. E começa pela quantidade de água que ele tem de forma menor em seu corpo que o jovem. Se isso acontece, e os medicamentos precisam de água para dissolver na corrente sanguínea, o idoso não pode tomar a mesma dose que o jovem”.
Ou o idoso tem muita gordura e o medicamento precisa dela para ser absorvido. “Essa gordura não deixa que o medicamento seja absorvido ou ele é absorvido em maior quantidade. Outra situação que deve ser alertada são os efeitos colaterais. Se ele está caindo sempre por causa do medicamento, volte ao médico e diga a ele. Ou está tendo muita sonolência, confusão mental, sangramentos, hipoglicemia, está suando muito ou tendo sensação de desmaio. É preciso observar essas coisas porque pode ser o medicamento”.
Existem medicamentos ainda com faixas e nomes parecidos. “É preciso distinguir bem isso para os idosos porque as vezes ele pega o errado. É preciso diferencia-lo e fazer isso semanalmente, explica a ele o nome e quando pode usá-lo. É preciso observar ainda os horários de tomar cada um deles e isso é perigoso porque pode causar problemas porque ele pode não funcionar em outro horário. Tem que haver uma orientação para que possa explicar a eles direitinho”.
Quando forem as consultas médicas, é preciso ainda levar o seu saquinho de medicamento, pede o médico. “Para o médico saber quais ele usa. Não vá para ele sem saber quais são os medicamentos que usa porque isso acaba a sequência do tratamento e até mesmo dificultando a forma que você pode ajudar melhor a esses idosos”, finalizou.
Ouça o “Palavra de Médico” aqui.
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