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Santa Casa de Cachoeira atrasa salários e 13º dos seus funcionários

Provedor Lu Cachoeira explica que unidade ainda não recebeu o que produziu pelo SUS do mês de novembro de 2024.

13/02/2025 10h15
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Lu Cachoeira - Foto: Reprodução
Lu Cachoeira - Foto: Reprodução

O provedor da Santa Casa de Cachoeira, Lu Cachoeira, falou sobre as reclamações que tem chegado sobre atrasos salariais e do 13º salário dos funcionários da unidade. Segundo ele, é verdade a informação. “Esse é um ciclo vicioso que está acontecendo não apenas com a unidade, mas com os demais hospitais filantrópicos quem tem um serviço praticamente 100% SUS. “Eles vivem dependendo exclusivamente de receber os recursos do que se produz. E aí nós e outros Santas Casas ainda não recebemos o que produzimos no mês de novembro de 2024. Estamos em meados de fevereiro 2025”.

Ele explica ainda que, quando a unidade consegue obter emendas parlamentares de custeio, que não pode pagar salários dos funcionários, é o suficiente para cobrir prejuízos obrigatórios para prestar serviços ao SUS. “Isso com preços de tabela baixíssimas. A inflação está disparando, os medicamentos e alimentação subiram. Tudo subiu e continuamos recebendo R$ 10 por cada atendimento médico por paciente. Imagine o que é ser obrigado a trabalhar para tomar prejuízo. Está é a nossa realidade no Brasil”.

Os hospitais que conseguem pagar em dia são aqueles que fazem atendimentos particulares e que tem uma compreensão dos poderes municipais e compram os serviços que a população precisa pagando em forma de contrato de convênio. “Infelizmente, a Santa Casa de Cachoeira não tem essa compreensão. O que estamos fazendo é aproveitar os recursos de emendas parlamentares que pode investir nos pagamentos de médicos através de suas empresas PJ, medicamentos, alimentação e quando usamos esses recursos de custeio para suprir essas necessidades temos liberado o valor que recebemos na contratualização para pagar os salários”, explica.

Lu diz que não pode reduzir despesas porque precisa cumprir com regras para a quantidade de leitos que o hospital possui e precisa da contratação de diversos profissionais. “Se você não fizer isso, se perde dinheiro porque não está cumprindo a meta qualitativa que representa a obrigatoriedade de a quantidade de funcionários para a estrutura funcionar”.

Ele espera que as contas fechem com o ingresso de mais emendas parlamentares. “Esse ano já temos um acordo com o deputado federal Zé Neto e estadual Robinson Almeida que estão trabalhando para encaminhar através de suas emendas R$ 2,5 milhões para esse ano. Isso significa muito, recebermos agora até maio. Pedimos ainda ao deputado federal Jorge Solla para ele aportar mais recursos de suas emendas via extrateto para oferecermos os serviços especializados na policlínica e no centro de diagnóstico de imagem”.

O provedor tem conversado com os funcionários e será inevitável a Santa Casa vender três imóveis importantes que são subutilizados e não pagam nem os aluguéis. “Eles devem ser vendidos para que possamos imediatamente com esses recursos fazer o saneamento de atraso de salários, mas não adianta fazer isso se não tiver uma receita que saia do prejuízo”.

Há ainda o pedido de uma audiência com a Secretaria de Saúde para ter um diálogo e consiga junto com ela reduzir a distância para recebem pelo que produziram. “Os hospitais que conseguem pagar em dia são os que vendem serviços particulares. Em São Félix é assim, a Prefeitura compra os serviços. Em Cachoeira fazemos o papel de PSF. São 450 atendimentos por mês para pacientes que deveriam ser atendidos nos PSFs. O que recebemos para isso é prejuízo”.

Lu afirmou que a unidade já assinou três contratos que diferenciam da tabela do SUS, que é o leito de retaguarda, credenciamento de cirurgias com a tabela especial e os dez leitos de UTI, que só funcionará quando tiver os recursos das emendas concluindo algumas estruturas que são infalíveis para o seu funcionamento. “Não vamos reabrir leitos de UTI sem refrigeração central. De uma máquina, teremos três. Estamos implantando ainda um tanque de 10 mil litros de água de reserva para não termos problema na hemodiálise nesses leitos”.

Precisa-se ainda trocar toda a rede de fio elétrico do prédio antigo porque precisam atender as portarias obrigatórias da saúde. “Temos muitos aparelhos de ar condicionado, mas só podemos ligar dois ou três para não provocar um incêndio porque a rede não suporta a carga de todos eles. Tem que ter paciência, mas temos a expectativa de equacionar esse problema financeiros, ofertando serviços particulares e mudando o perfil da Santa Casa de Cachoeira. Vamos atender pelo SUS apenas pacientes internados”.

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