O candidato a prefeito de Feira, Zé Neto (PT), da Coligação Pra fazer o futuro acontecer, concedeu uma entrevista coletiva a imprensa nesta segunda (7), às 11h, na Rua Barão do Rio Branco, n° 1579, Centro (Escritório de Advocacia), para falar sobre o resultado das Eleições Municipais 2024. Neto perdeu as eleições para José Ronaldo. Ele obteve 154.147 votos (43,73%) contra 165.970 votos de Ronaldo (50,32%). Carlos Medeiros ficou em terceiro lugar com 9.717 votos (2,95%).
O balanço que ele faz da campanha é de que foi uma eleição duríssima e que mais uma vez quem a ganha foi a máquina da Prefeitura Municipal. “Mostramos que tínhamos razão quando dizíamos que meu adversário comandava a Prefeitura e sempre comandou. Só que escolheu comandar quando interessava. E quando não interessava colocava no colo do prefeito Colbert Martins que, na verdade, não tinha comando na Prefeitura. Nesses últimos dias, centenas de pessoas empregadas para fazer aquela velha jogada do voto toma lá, dá cá. Fora gasolina, cesta básica. Mas mesmas práticas”, disse.
Ele acredita que esse foi o melhor momento de enfretamento que teve na cidade, saindo de quatro partidos para 12 e de 120 candidatos a vereador para quase 200. “Avançamos em votos, com os evangélicos, nas periferias. Eu gosto é que gente pobre tenha uma vida melhor. Quando você tem menos pobreza tem mais desenvolvimento, progresso e justiça social. Do outro lado tem a baixa estima da cidade, a pobreza que favorece o tipo de política que o meu adversário sempre fez: da mentira, da tentativa de criar situações extremamente fora da realidade, como por exemplo dizer que eu era o único deputado que não assinou a CPI da ViaBahia, quando disse que eu não trouxe emendas para a cidade quando sou o deputado que mais trouxe emendas para aqui”.
Apesar das notícias falsas espalhadas sobre ele, Neto disse que não seguiu a mesma linha do adversário. “Fizemos o melhor na política. A cidade está dividida. Se tivessem mais seis mil votos para mim, eu tinha ganhado a eleição e mais mil teríamos segundo turno. Agora vamos fazer a oposição”.
Para combater a máquina pública, ele disse ter feito o debate na política. “Não ficamos em cima dos nossos para nada. Ao contrário deles, que vão para cima, ameaçam. Ainda ontem um dono de posto, presidente do PL, foi preso com mais de 500 carros sendo abastecidos em dia de eleição. Muitas denúncias também na Rua Nova que vocês verão nos próximos dias. Isso é a máquina da Prefeitura”.
Neto disse ter sido chamado de covarde, mas ele alega que em nenhum momento contou mentiras. “Diferente deles. Tanto é que na Justiça conseguimos os direitos de resposta. Fizemos política com política. Com propostas, no debate. A cidade precisa de uma modernização nas suas relações administrativas e se reencaixar. Essa baixa estima favorece a ele e ele sabe disso porque trabalha para isso. Por causa de mil votos não fomos para o segundo turno. Perdemos no fisiologismo, mas ganhamos no debate político”.
Para o seu adversário, Neto deseja que ele faça um bom governo e que ele cumpra com o que ele prometeu. “Quem em 100 dias ele possa fazer com que a cidade finde as filas na saúde, que calce ela toda e faça todas as coisas que prometeu”.
Comparando a máquina do Estado com a da cidade, Neto diz que a do Estado não é fisiológica. “Na Prefeitura, tem centenas de pessoas que não batem ponto, que ganham para ficar no WhatsApp o dia todo para falar de mim. A máquina do estado não é fisiológica. Quem não trabalha, não fica”.
A bancada de oposição na Câmara Municipal está maior. “Quero fazer uma oposição madura e equilibrada. Vou fazer o máximo que puder para ajudar a cidade. Essa sempre foi a minha lógica. Se já amava Feira de Santana, depois dessa eleição vou amar mais ainda”. Ele lamentou a perda de Jhonatas Monteiro (PSOL) como vereador, que mesmo sendo o mais votado da cidade, com mais de 10 mil votos, não conseguiu se eleger. “Ele é um vereador qualificado e com um trabalho especial na cidade. A conjuntura da política levou ele a ser o mais votado e a não conseguir se eleger”.
Sobre se seguiu a tradição e ligou para o vencedor para o parabeniza-lo, Neto disse que ele nem falaria. “É o único político do Brasil que não fala comigo. Minha luta com ele não é pessoal, é política. Ele me chama de covarde porque disse que ele responde a 16 processos, aos quais ele responde, e que em três desses tem um rombo de mais de R$ 250 milhões do qual ele é acusado de liderar é porque ele é acusado e vai se defender. As coisas contra mim foram todas inventadas”.
O deputado disse que espera que o novo prefeito modernize as relações e mude a forma de fazer as coisas. “Que ele dialogue com os conselhos, que o Conselho de Transporte funcione e não preste apenas para aumentar a passagem de ônibus. Espero que a cidade tenha uma transformação”.
Zé Neto agradeceu a todos que estiveram ao seu lado nessa campanha, a cidade que o acolheu muito bem. “Foi uma eleição extremamente disputada onde meu adversário só aumentou mil votos da eleição que perdemos para o seu antecessor e com muito menos participação. Eles reduziram o tamanho, enfrentaram uma pauleira e a máquina da Prefeitura venceu a eleição nos últimos dois dias”.
Garantiu ainda que não ficaria lamentando derrota porque ela faz parte da batalha e a vida é uma guerra. “Tem batalhas que você vai vencer e batalhas que você vai vencer, mas sempre entregando as coisas a Deus. Vou continuar com minha determinação. Não vou reclamar, só agradecer a Deus e a todos que me deram a condição de estar aqui”.
Zé Neto negou que tenha influência na fila da regulação, já que foi chamado de “o dono do Clériston” pela campanha do adversário. “A diretora tem toda autonomia para conduzir o Clériston e é uma ótima gestora. Lá não existe terror como é feito na saúde do município. Tudo isso foi feito para tentar desviar a atenção da responsabilidade do município que tem um problema grave na atenção básica”.
O deputado lembrou que o Clériston tem quase dez vezes o número de leito que tinha, quase 500, 80 só de UTI, e ainda não comporta a demanda da regulação isso por causa do acompanhamento, das consultas que não tem pelo município. Fora os leitos de outros hospitais, como o Dom Pedro. “E tudo isso não dá a resposta que a gente espera. Porque não dá? Porque há uma fragilidade grande no atendimento básico. Falta médico, consulta, tratamento e cuidado com as pessoas. Diabetes, problemas cardíacos, respiratórios e circulatórios principalmente”.
Sobre o futuro e se será candidato a prefeito mais uma vez, essa é a sexta vez que ele tenta a Prefeitura, ele disse que ainda não está pensando nisso, que vai pensar na sua reeleição e na de Lula e Jerônimo Rodrigues. “Não tem nem como conversar sobre isso agora. Nós temos um grupo político na cidade, vamos trabalhar com esse grupo agora em 2026. A partir dessa semana já começam as coisas todas para 2026. Vem de reeleição de deputado federal, do governo estadual, governo federal, senadores. Temos que trabalhar com o pé no chão. Daqui para frente é olhar 2026 porque é ele que vai direcionar 2028”, finalizou.
Mín. 18° Máx. 28°
Mín. 18° Máx. 25°
Chuvas esparsasMín. 18° Máx. 29°
Parcialmente nublado