Ambulantes reclamam das vendas realizadas na Micareta de Feira

Foto: Prefeitura Municipal de Feira de Santana

A Micareta de Feira de Santana terminou oficialmente neste domingo (21). Na manhã desta segunda-feira acontece o arrastão com o cantor Thiago Aquino. Por esse motivo, os ambulantes continuam nas ruas para vender as últimas unidades dos seus produtos no circuito Maneca Ferreira, que fica na Av. Presidente Dutra.

Maria dos Reis - Foto: Boca de Forno News

A ambulante Maria dos Reis afirmou que as suas vendagens não foram muito boas. “Os trios passaram muito rápido. A internet não estava boa e deixei de fazer muitas vendas porque não tinha uma internet boa para nós”. Ela afirmou que não teve prejuízo porque vai conseguir levar a sua mercadoria para casa, mas não conseguiu vender nem cartão, nem por PIX, por nada. “Estava tudo fraco e não funcionou. Muito ruim. Há oito anos vendo aqui e esse ano não foram boas as vendas”, lamentou mais uma vez.

Anselmo Santos - Foto: Boca de Forno News

Anselmo Santos, também vendedor ambulante, disse que a festa foi muito feia e que por isso as vendas não foram boas. “Uma festa feia como essa em que meia noite, 1 da manhã não tinha mais um trio que prestasse. Os melhores trios colocaram para tocar 14h. Quem vem para a avenida duas da tarde?”, questionou.

O ambulante investiu R$ 20 mil para poder vender bem e ficou feliz por não ter investido muito. “Não consegui tirar nem a metade do dinheiro que investi, imagine tirar o dinheiro todo”. Ele comercializa bebidas alcoólicas em duas barracas. “O dinheiro das duas não vai pagar um. Para mim não valeu de nada. A mercadoria está voltando toda para casa”.

Vanuza Brito - Foto: Boca de Forno News

A também ambulante Vanuza Brito, que é ambulante há 15 anos e trabalhou na Micareta vendendo cerveja e refrigerantes, disse que foi para a avenida para aventurar para ver se conseguia vender bem. “Se eu abrir minha bolsa, as pessoas vão chorar junto comigo e me ajudar a pagar minha dívida ou me dar uma cesta básica para eu levar para casa para os meus filhos. Estou em casa sem nada para comer”, disse, entristecida.

Ela trabalha parada porque não tem prancha para vender no meio do povo, está operada a pouco tempo e tentou garantir o pão de cada dia na festa e pagar as dívidas que tem. “Cheguei aqui e só tomei prejuízo. Pagamos licença, pagamos material e terminar assim”, queixou-se.

O investimento dela foi no valor de R$ 800 e conseguiu tirar só R$ 1400, ou seja, R$ 600 de lucro nos quatro dias de festa. “Já trabalhei aqui na cidade e já consegui tirar R$ 5 mil de lucro. Esse ano foi dessa forma”. Para ela, o fato de os trios saírem muito cedo prejudicou muito. “Como é que não tem folião na rua e os trios estão saindo? Os melhores trios, colocaram para sair um atrás do outro. Quem é que vai querer ficar em isopor bebendo nada? Ninguém fica. As pessoas subiam atrás dos trios que estavam esperando”, finalizou.