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Bahia Promotor de Justiça

Davi Gallo diz que espírito de Lucas Terra pediu para ele não abandonar processo; em 22 anos, pastores esgotaram "todos os recursos possíveis"

Gallo relatou que participou dos dois julgamentos relacionados ao crime, que aconteceu em março de 2001.

12/04/2024 12h10
Por: Karoliny Dias Fonte: Bahia Notícias
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O promotor de Justiça Davi Gallo acompanhou de perto o caso do homicídio do adolescente Lucas Terra, desde o início das investigações até a sua conclusão, 22 anos depois. E, segundo ele, uma das motivações foi uma mensagem que teria vindo da própria vítima. 

"Eu tenho uma colega que é espírita. [...] Ela sempre me dizia que, toda sessão que ela participava, ela sempre tinha contato com Lucas Terra e ele pedia que eu não abandonasse nunca o processo. E eu nunca abandonei. Foram 20 anos", admitiu, citando que a amiga citada era a procuradora Armênia Cristina. 

Durante sua participação nesta quinta-feira (11) no JusPod - o podcast jurídico do Bahia Notícias -, Gallo relatou que participou dos dois julgamentos relacionados ao crime, que aconteceu em março de 2001: tanto o do pastor Silvio Galiza, preso em 2004 após confessar o crime; quanto o Júri dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, condenados em março de 2023 a 21 anos de prisão. "Este foi um processo em que foram esgotados todos os recursos possíveis e imagináveis", apontou.

Ele detalhou como repassou todos os detalhes do caso para as procuradoras da República que assumiram o caso no STJ e no STF, e avaliou que "não tem como não se envolver emocionalmente" em um caso tão profundo e extenso - que ao final tinha 40 volumes nos autos. "Eu não sei se você viu uma entrevista que eu dei [depois do julgamento]. A sensação é como se eu tivesse tirado uma caçamba de areia de minhas costas. Aquela sensação de alívio e de dever cumprido quando a juíza leu a decisão", confessou. 

O promotor, contudo, fez questão de destacar o "trabalho brilhante" do advogado César Farias, que atuou por anos na defesa dos pastores. "O que até, de certa forma, me decepcionou. Porque a dedicação com que ele tratou esse processo, era ele que tinha que ir ao plenário, e nós sabemos que ele é um excelente orador, e não foi. Trouxeram outros dois", avaliou.

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