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Jerônimo diz que não defende aprovação em massa

Governador afirmou que pode voltar atrás em relação ao conteúdo da portaria nº 190/2024.

22/02/2024 07h45
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus
Foto: Romildo de Jesus

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou atrás e retratou-se de sua declaração anterior no início da semana, em uma agenda em Feira de Santana, sobre a aprovação em massa dos alunos da rede estadual de ensino. Em uma entrevista com a imprensa na noite passada, ele afirmou que não defendeu esse modelo. 

“Não estou falando de aprovação em massa, mas que a escola tem que aprovar aquele menino e menina que se dedica, que vai o ano inteiro na escola e, no final do ano, a nota vermelha está lá e ele ouve que vai ter que fazer tudo de novo; é uma disciplina, é duas, tem outra saída? Se tiver nesse aspecto a gente modifica”, declarou o governador. 

Jerônimo afirmou, na ocasião, que pode voltar atrás em relação ao conteúdo da portaria nº 190/2024, criticada por opositores ao longo da semana. “Não tenho problema de voltar atrás se for para melhorar o que eu quero: que a escola seja acolhedora e inclusiva", contou. 

"Não sou desses que guardam uma palavra e vão até o final se tem um caminho melhor. Não vou carregar isso. O estado da Bahia teve no passado um formato de escola que não serve para a gente”, acrescentou o petista, sobre esse modelo escolar que, conforme classificou, era menos acolhedor. 

O governador esclareceu que a proposta é possibilitar o avanço dos alunos que tenham sido reprovados em uma ou duas disciplinas: “Estamos tratando dos estudantes que frequentam a escola o ano inteiro e, no final do ano, tiveram uma dificuldade em uma disciplina ou outra". 

Ele classificou como "uma aprovação condicionada". "Ele vai virar o ano na série seguinte, mas tem obrigação com aquela disciplina que ele não fez, que ele não passou. Se ele não conseguir lucrar aquilo no sentido de resolver, aquele ano seguinte não vai ser contabilizado. Então não se trata de aprovação em massa. Tem alguém utilizando disso. Não sei quem é e não quero saber”, continuou. 

Alvo da oposição - O ex-prefeito de Salvador e presidente da Fundação Índigo, ACM Neto, foi um dos críticos que se manifestaram contra a declaração do governador da Bahia. O discurso de Jerônimo circulou bastante nas redes sociais. “Imagina só que coisa absurda esse vídeo. Confesso a vocês que se eu não tivesse assistido, se alguém só tivesse me falado, eu não acreditaria", disse Neto. 

"O governador fala diversas vezes em autoritarismo e desrespeito. Posição autoritária está sendo a do governador Jerônimo Rodrigues. Não só autoritária, mas desrespeitosa com as escolas, com todas as pessoas que trabalham nas escolas, professores, com os alunos e seus familiares”, concluiu o principal adversário de Jerônimo na última eleição. 

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB) também se posicionou contra o atual chefe do Palácio de Ondina. “Não é justo atribuir essa responsabilidade única e exclusivamente aos professores, professoras ou a qualquer instituição de ensino. Temos problemas graves como a evasão escolar, a insegurança, a falta de estrutura, a desvalorização dos trabalhadores em educação. Como professor, o governador sabe que o ato de ensinar não pode se resumir na aprovação ou desaprovação do aluno”, diz uma parte da nota da categoria. 

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