Uma grande disputa está instalada no seio do PSOL da Bahia. As principais lideranças do partido no estado estão divididas entre dois posicionamentos: uma parte deseja se reaproximar do PT e participar mais ativamente dos governos a nível estadual e federal; a outra deseja manter distância dos petistas, marcando uma oposição à esquerda de Jerônimo Rodrigues (PT) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme apuração de bastidores do site, entre os principais defensores de uma oposição programática ao PT em território baiano, está o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL). O parlamentar resiste a uma aproximação dos petistas tanto a nível federal quanto a nível estadual, mantendo uma posição de independência na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
Na avaliação de Hilton, é nociva a consolidação de uma aproximação ao PT, que se encontra ideologicamente à direita do PSOL, tem feito alianças com partidos fisiológicos e tende a eclipsar outras legendas de esquerda, devido ao seu tamanho e à sua fome de protagonismo político.
Do outro lado da briga psolista, se encontra a líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, vereadora Laina Crisóstomo (PSOL). A edil entende que uma aproximação dos governos petistas é fundamental para que a legenda cresça e consiga influenciar politicamente a vida das pessoas.
Em sua atuação na Câmara, Laina mantém atuação próxima a vereadores de PT, PCdoB e PSB, três partidos fiéis ao governador Jerônimo Rodrigues, integrando um revezamento que garantiu a ela a liderança da bancada oposicionista no ano de 2023.
Origem da divergência
A divergência se iniciou nas eleições de 2022, quando o policial civil Kleber Rosa (PSOL), candidato ao governo do estado derrotado no primeiro turno, conduziu a legenda para apoiar Jerônimo no segundo turno de forma crítica, com o objetivo de derrotar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), considerado por ele um representante de uma antiga elite carlista.
A aproximação do PT-BA incomodou Hilton, que passou a brigar internamente contra o adesismo psolista. Foi o deputado estadual quem resistiu, no período de formação do governo Jerônimo, a manter o PSOL-BA distante da gestão petista no estado.
O posicionamento de Hilton Coelho gerou incômodos em setores do PSOL, que passaram a se articular para tentar diminuir a força do deputado estadual no diretório baiano da legenda. O primeiro passo é a tentativa de construir uma candidatura à prefeitura de Salvador em 2024 que una a sigla.
Conforme revelado pelo site nesta terça-feira (29), psolistas estão próximos de consolidar a pré-candidatura de Tâmara Azevedo (PSOL) — candidata ao Senado Federal pelo partido nas eleições estaduais de 2022 — a prefeita da capital baiana. A articulação é liderada pelo grupo de Laina Crisóstomo.
A briga repete a tendência do diretório nacional do partido, que se divide entre os próximos do PT, como o presidente nacional da sigla Juliano Medeiros (PSOL) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP); e os resistentes aos petistas, que são os casos dos deputados federais Glauber Braga (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
O deputado Hilton Coelho foi procurado pelo site, mas não atendeu nem retornou os telefonemas até a publicação desta matéria.
História
A relação entre os dois partidos é umbilical. O PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, foi fundado em 2004 por quatro parlamentares que foram expulsos do PT por votarem contra projetos de lei defendidos pelo primeiro mandato de Lula e se rebelarem contra a direção petista. Foram os casos de Babá, Heloísa Helena, João Fontes e Luciana Genro.
Diversos outros petistas acabaram migrando para o PSOL nos primeiros anos de fundado, quando a legenda assumia uma posição radical de oposição ao governo Lula e criticava o capitalismo de forma incessante.
Porém, em meio aos protestos da direita contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o consequente processo de impeachment que a derrubou em 2016, o PSOL voltou a se aproximar do PT, na defesa de valores democráticos e do que eles consideravam ser conquistas mínimas das gestões petistas em favor dos mais pobres.
Nos últimos sete anos, como consequência dessa reaproximação, PSOL e PT firmaram diversas alianças, sendo algumas delas vitoriosas, como a eleição em 2020 do prefeito de Belém do Pará, Edmilson Rodrigues (PSOL), ex-petista.
Em 2022, o PSOL se juntou ao PT nas eleições presidenciais pela primeira vez já no primeiro turno, apoiando a campanha vitoriosa de Lula contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em retribuição, os petistas anunciaram o apoio a Guilherme Boulos para a prefeitura de São Paulo em 2024.
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