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Bahia Defesa

Em entrevista coletiva, Pitangueira diz que mudança no HGCA incomoda muita gente

Diretor disse que antes o Hospital era uma “pocilga” e hoje é uma unidade “decente”. Advogado do diretor fala sobre sua defesa.

07/03/2022 17h42 Atualizada há 4 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Boca de Forno News
Foto: Boca de Forno News

O diretor do Hospital Geral Clériston Andrade, José Carlos Pitangueira, afastado pela Justiça após uma denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) de assédio moral, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (7). Pitangueira disse que está surpreso com a decisão, principalmente porque o presidente do Conselho Regional de Assistência Social já havia analisado todos os fatos e existe um relatório dessa análise afirmando que estava tudo certo no setor.

“O Conselho disse que o nosso hospital era excelente. O que me deixa preocupado é se existe alguém aqui para prejudicar a diretoria do HGCA. Se prejudica nossa diretoria, prejudica nosso paciente. Tem gente ainda dentro da unidade e em Feira de Santana não aceita a mudança que foi feito no Clériston e que conseguimos acabar com aquela pocilga que havia aqui. Hoje temos um hospital decente para que todos sejam atendidos, seja pobre, rico, preto, branco. Todos são considerados e falam diretamente na sala do diretor sem necessidade de marcar audiência”, disse.

Pitangueira disse que sabe que tem muitos defeitos, mas nunca fez o que está sendo acusado de ter feito porque considera a todos que lhe procuram. Questionado se havia algo que pode ser utilizado como justificativa para a denúncia, Pitangueira disse que se algo que ele faz para defender o paciente e o trabalho ofende a alguém, sente muito. “Eu faço a defesa do paciente, não faço a defesa de Pitangueira. Estamos aqui para atender. Fica chato alguém chegar na porta da unidade, as vezes até de outra cidade, pedindo informação a um funcionário e ter que voltar sem ela, é inadmissível. Existem muitas reclamações sobre esse fato”.

O diretor ressaltou ainda que uma sindicância notou que havia muitos atestados médicos entregues, principalmente em finais de semana prolongado. Alguns funcionários que entregavam tanto atestado que entravam em contradição no momento em que era ouvido. “É ruim alguém apresentar três atestados de Covid durante sete dias e esses três resultados darem negativo. Como é que você tem Covid três vezes e não volta ao trabalho? Fica estranho. Não se pode discutir sintomas da doença, mas o teste dando negativo é preciso que se volte ao trabalho”, afirma.

Ele acredita que o incômodo é grande porque existe um diretor presente, que defende o paciente. “As pessoas tem que entender que a nossa vida deve ser para tratar o paciente”.

Palavra do advogado

O advogado de José Carlos Pitangueira, Ronaldo Mendes, disse que causou estranheza o fato de o contraditório, ou seja, o próprio Pitangueira, que não era objeto da acusação, e a própria coordenadora de setor de Assistência Social da unidade não terem sido ouvidos pelo MPT. “Ele foi alcançado por ser diretor, mas sem que fosse ouvido na fase de inquérito. Muito mais do que isso, a liminar o alcança sem que ele seja parte do inquérito. Há todo um equívoco, toda uma confusão formada”.

Na pandemia, o setor de Assistência Social ficou congestionado por diversos motivos. As mortes ocasionadas pela Covid, a regulação. Segundo ele, houve uma inquietação e uma acomodação das pessoas que trabalham no local e que reclamaram desse trabalho.

No Clériston, ainda conforme Ronaldo, existe o setor de Psicologia Organizacional, que funciona desde 2020. “Está dito na liminar para ser implementado, mas ele já existe no Hospital. Essas mesmas servidoras já foram atendidas no setor mais de uma vez e tem a assinatura delas. Elas participaram com a coordenadora do serviço de implantação do protocolo do hospital. Há equívocos diversos no comportamento delas no hospital e fora dele”, disse. O advogado acha que é um direito do trabalhador reclamar, mas o que não pode é macular o trabalho de alguém, dizer que ele não é digno de um cargo por uma questão setorial do Serviço Social.

Ronaldo afirmou ainda que o profissional só pode ser afastado do trabalho por qualquer que seja o motivo com um respaldo legal. “O que não pode é o profissional ter um problema familiar e o diretor aceitar o comportamento no setor de trabalho, fazendo uma confusão do pessoal com o profissional. E essas questões internas foram levadas de forma desleal ao MPT, que culminou com essa situação”, explicou.

Pitangueira ainda não foi formalmente notificado da decisão, mas a sua defesa se adiantou e fez o pedido de reconsideração a juíza. “A mídia soube do processo antes dele ser notificado formalmente. Não podemos fingir que não sabemos e por lealdade processual nos antecipamos, juntamos a petição e levamos a juíza como as coisas aconteceram de fato para que ela possa reconsiderar o afastamento quando ele seque fez parte da denúncia”, disse.

Na opinião do advogado, interesses particulares podem ter dado início a essa denúncia. “Existe uma funcionária, por exemplo, que passou por adoecimento familiar, uma questão psicológica de trato intimista. Ela levou essa questão para o MPT como se fosse um fato de assédio moral do hospital. Isso é injusto, é desleal, é desonesto, mas infelizmente está aí essa confusão montada”, finalizou.

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