O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, foi homenageado ontem com o título de cidadão baiano, em cerimônia realizada no Hotel Deville, em Salvador. A honraria foi proposta pela deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) e concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), durante o seminário que celebra os 110 anos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA).
A deputada Fabíola Mansur quebrou o protocolo e presenteou o ministro com camisas dos dois maiores clubes do futebol baiano: Bahia e Vitória. Declarado torcedor do Botafogo, do Rio de Janeiro, e do Sampaio Corrêa, do Maranhão, o magistrado recebeu os presentes com bom humor. “Um homem democrático que defende a pluralidade não poderia receber apenas uma camisa. Eu vou te presentear com duas camisas”, disse a parlamentar. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também participou da solenidade.
Durante seu discurso, Dino destacou a importância da defesa da Constituição e da soberania nacional. “Um país que valoriza a sua Constituição não pode aceitar medidas de força que ameacem os seus cidadãos e suas empresas. Não esperem do Supremo que acirre disputas. Por outro lado, não esperem do Supremo que renuncie ao seu papel e que mate a soberania brasileira”, afirmou. As declarações ocorrem no contexto em que o ministro Alexandre de Moraes se tornou alvo da chamada Lei Magnitsky, sanção aplicada pelos Estados Unidos. Dino disse que medidas do Supremo não buscam conflitos, mas sim “harmonizar situações contenciosas e evitar disputas futuras”.
O ministro também discursou sobre o equilíbrio entre liberdades individuais e valores éticos. Para ele, o uso da liberdade deve ser acompanhado de responsabilidade. “A pessoa pode escrever na internet uma fake news: ‘Flávio Dino está obeso’. Fake news. Pode. Mas não pode escrever: ‘Flávio Dino está obeso e por isso eu vou assassinar’. Não se usa a liberdade para fazer o mal”, explicou, citando passagens bíblicas que inspiram sua atuação.
Dino ainda recorreu ao bom humor para ilustrar seu posicionamento sobre a tolerância. “Quando as pessoas ficam muito zangadas, eu respondo com bom humor. Vocês viram o Hitler rindo? Não, porque ele era um homem mau. Tá lá com Lúcifer, tenho certeza. Era um bicho zangado. Então, como é que você faz? Você contrasta com valores humanos”, declarou.
Ao agradecer o título de cidadão baiano, Flávio Dino afirmou que se inspira em valores que iluminam sua vida pública e pessoal. “A liberdade é condicionada à ética. A sua liberdade vai até onde começa a liberdade do outro. É alteridade, é amor ao próximo”, concluiu.
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