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Safra recorde de grãos na Bahia terá milho mais barato e feijão mais caro

O impacto econômico da safra recorde vai além do campo. Para produtores, significa maior oferta e possibilidade de expansão de mercados.

15/08/2025 08h35
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia

Para o baiano que vai à feira ou ao supermercado, 2025 promete surpresas na mesa: enquanto o milho pode ficar mais barato, refletindo em produtos como carne e leite, o feijão da primeira safra deve pesar mais no bolso, com queda de produção prevista de 37% em relação ao ano passado. Essa oscilação ilustra o cenário agrícola da Bahia, que se aproxima de sua maior produção de grãos da história, mas com diferenças significativas entre culturas.

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, o estado deve colher 12,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, um aumento de 12,7% em relação a 2024, equivalente a mais 1,4 milhão de toneladas. O crescimento é puxado principalmente pelo milho, soja e algodão, culturas estratégicas tanto para a economia estadual quanto para a alimentação da população.

A primeira safra de milho deve alcançar 1.932.000 toneladas, 24,6% acima de 2024, com rendimento médio de 6.900 kg/hectare, 15% superior à estimativa de junho. Para os consumidores, isso pode significar preços mais acessíveis na alimentação e em derivados, como carnes e laticínios, já que o milho é base da ração animal.

Por outro lado, o feijão, alimento essencial para milhões de famílias, sofreu retração preocupante, e o tomate e a cana-de-açúcar também registram quedas significativas. O feijão da primeira safra deve somar apenas 86.400 toneladas, e o tomate teve queda de 48,4%, enquanto a cana recuou ligeiramente 1%, impactando diretamente o preço desses produtos nas feiras e supermercados e a produção de açúcar e etanol.

De acordo com o levantamento, a soja mantém seu papel de destaque, com produção prevista de 8.606.190 toneladas, alta de 14,3% sobre 2024. Trata-se de uma cultura essencial para exportação, geração de renda no campo e desenvolvimento de cidades do interior. Já o algodão herbáceo, com 1.865.025 toneladas, consolida a Bahia como o segundo maior produtor nacional, atrás apenas de Mato Grosso, e beneficia a indústria têxtil, além de gerar empregos tanto no setor agrícola quanto na cadeia produtiva do algodão.

A pesquisa mostra, ainda, que entre os alimentos básicos, a mandioca também apresenta crescimento expressivo, com estimativa de 906.648 toneladas, 14,7% acima de 2024, reforçando a segurança alimentar da população. Além disso, frutas e produtos estratégicos para exportação apresentam aumentos expressivos: a uva deve subir 84,4% e o café canephora 18%, trazendo oportunidades de renda para pequenos produtores e cooperativas.

Das 26 culturas investigadas, 17 terão safra maior: mais oferta e preços estáveis

Conforme o LSPA, das 26 culturas investigadas, 17 terão safra maior que em 2024, mas o equilíbrio entre crescimento e queda varia por cultura. A análise revela que enquanto algumas colheitas podem aliviar o bolso do consumidor, outras exigem atenção do produtor e do poder público para gestão de riscos climáticos, estoques e preços.

O impacto econômico da safra recorde vai além do campo. Para produtores, significa maior oferta e possibilidade de expansão de mercados; para a população, garante alimentos mais disponíveis e, em algumas culturas, preços mais estáveis. Ao mesmo tempo, a queda em produtos essenciais alerta para a necessidade de atenção ao abastecimento e à gestão de riscos climáticos e agrícolas.

No cenário nacional, o Brasil deve registrar safra recorde de 340,5 milhões de toneladas de grãos em 2025, 16,3% acima de 2024. O desempenho da Bahia reforça seu protagonismo no agronegócio, consolidando o estado como um dos principais polos de produção do Nordeste e do país, capaz de gerar emprego, renda e oportunidades, ao mesmo tempo em que influencia diretamente a vida dos consumidores baianos.

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