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Economia Tarifaço

Nordeste corre risco de perder R$ 16 bi por ano com tarifa de Trump

Somente a Bahia, no ano passado, exportou US$ 882 milhões para os EUA, com destaque para o setor agropecuário.

11/07/2025 08h06 Atualizada há 7 horas
Por: Karoliny Dias Fonte: A Tarde
Estado vendeu para os EUA US$ 440 mi, no primeiro semestre - Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE
Estado vendeu para os EUA US$ 440 mi, no primeiro semestre - Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

O setor agropecuário baiano e brasileiro ainda repercute o anúncio de taxação de 50% pelos Estados Unidos da América (UEA) em todos produtos exportados pelo Brasil àquele país. Na Bahia, o impacto principal será sobre a carne, café e laranja e a expectativa é que haja consenso entre os países para que esta taxa não venha a vigorar de fato.

De acordo com levantamento realizado pela Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a região poderá perder R$ 16 bilhões por ano se a tarifa anunciada for mantida.

Conforme o estudo, a Bahia, Ceará e Maranhão serão os mais impactados, pois juntos representam 84,1% do total exportado aos EUA. Nos seis primeiros meses do ano em curso o Nordeste somou R$ 8,7 bilhões em exportações. Em 2024 os três estados mais Pernambuco somaram cerca de R$ 14 bilhões em exportações para os americanos.

Dados elaborados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MIDS), indicam que no ano passado a Bahia exportou US$ 882 milhões para os EUA, sendo que do setor agropecuário se destacaram as frutas, café e peixes.

Com este resultado a Bahia ficou em oitavo lugar no ranking dos estados exportadores para os estadunidenses em 2024. O mesmo levantamento indica que no primeiro semestre de 2025 o estado já exportou para os norte-americanos US$ 440 milhões, com destaque para o cacau e café entre a produção agropecuária.

“Recebemos com apreensão essa falta de sintonia política e econômica, interferindo na relação entre os dois países”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, acrescentando que os reflexos podem recair sobre diferentes setores.

Ele ressaltou que os principais produtos agropecuários exportados pela Bahia para os EUA são carne, café, açúcar, laranja e o suco da fruta, dentre outros. “Esperamos o bom senso dos dois governos”, disse, acrescentando que os representantes políticos devem sentar na mesa com diplomacia e resolver as pendências com tranquilidade.

“Não só os produtores brasileiros, mas também os americanos serão atingidos”, salientou, reclamando que a taxa de 50% sobre as demais taxações vai tirar toda competitividade da produção brasileira perante produtos semelhantes de países sem a sobretaxa.

Produção do oeste

Na Bahia, o oeste se destaca pelos números de produção agrícola de commodities como soja, algodão e milho, principais culturas de exportação destinadas principalmente para indústrias da Asia. Na safra 2024/25 a região somou 2.873.121 hectares plantados, chegando a uma produção de 11.816.109 toneladas de grãos e fibras.

Apesar dos números que ajudam a balança comercial baiana, entidades como a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) não se posicionaram oficialmente ontem sobre o anúncio do presidente norte-americano.

Ambas representam a maioria dos grandes produtores da região, que exportam para a Ásia, Europa e outros destinos, sendo concorrentes dos agricultores norte-americanos no mercado mundial.

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