O setor agropecuário baiano e brasileiro ainda repercute o anúncio de taxação de 50% pelos Estados Unidos da América (UEA) em todos produtos exportados pelo Brasil àquele país. Na Bahia, o impacto principal será sobre a carne, café e laranja e a expectativa é que haja consenso entre os países para que esta taxa não venha a vigorar de fato.
De acordo com levantamento realizado pela Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a região poderá perder R$ 16 bilhões por ano se a tarifa anunciada for mantida.
Conforme o estudo, a Bahia, Ceará e Maranhão serão os mais impactados, pois juntos representam 84,1% do total exportado aos EUA. Nos seis primeiros meses do ano em curso o Nordeste somou R$ 8,7 bilhões em exportações. Em 2024 os três estados mais Pernambuco somaram cerca de R$ 14 bilhões em exportações para os americanos.
Dados elaborados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MIDS), indicam que no ano passado a Bahia exportou US$ 882 milhões para os EUA, sendo que do setor agropecuário se destacaram as frutas, café e peixes.
Com este resultado a Bahia ficou em oitavo lugar no ranking dos estados exportadores para os estadunidenses em 2024. O mesmo levantamento indica que no primeiro semestre de 2025 o estado já exportou para os norte-americanos US$ 440 milhões, com destaque para o cacau e café entre a produção agropecuária.
“Recebemos com apreensão essa falta de sintonia política e econômica, interferindo na relação entre os dois países”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, acrescentando que os reflexos podem recair sobre diferentes setores.
Ele ressaltou que os principais produtos agropecuários exportados pela Bahia para os EUA são carne, café, açúcar, laranja e o suco da fruta, dentre outros. “Esperamos o bom senso dos dois governos”, disse, acrescentando que os representantes políticos devem sentar na mesa com diplomacia e resolver as pendências com tranquilidade.
“Não só os produtores brasileiros, mas também os americanos serão atingidos”, salientou, reclamando que a taxa de 50% sobre as demais taxações vai tirar toda competitividade da produção brasileira perante produtos semelhantes de países sem a sobretaxa.
Na Bahia, o oeste se destaca pelos números de produção agrícola de commodities como soja, algodão e milho, principais culturas de exportação destinadas principalmente para indústrias da Asia. Na safra 2024/25 a região somou 2.873.121 hectares plantados, chegando a uma produção de 11.816.109 toneladas de grãos e fibras.
Apesar dos números que ajudam a balança comercial baiana, entidades como a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) não se posicionaram oficialmente ontem sobre o anúncio do presidente norte-americano.
Ambas representam a maioria dos grandes produtores da região, que exportam para a Ásia, Europa e outros destinos, sendo concorrentes dos agricultores norte-americanos no mercado mundial.
Tarifaço Tarifaço zero favorece agro, mas deixa indústria e pescados de fora
Economia EUA tiram tarifa de 10% para café e carne, entre outros produtos do Brasil; sobretaxa de 40% continua, diz governo
Aprovação Senado aprova nova faixa de isenção do IR e taxação dos mais ricos
Economia Incentivos Fiscais: conselhos Probahia e Desenvolve aprovam mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos para a Bahia
IR Senado vota nesta terça projeto que eleva para R$ 5 mil a faixa de isenção do IR; relator mantém texto da Câmara
Economia Confiança do empresariado baiano cresce em outubro e atinge melhor nível do ano, aponta SEI 
Mín. 19° Máx. 34°
Mín. 19° Máx. 35°
Tempo nubladoMín. 19° Máx. 36°
Tempo nublado



