O futuro do Brasil passa diretamente pela juventude que, cada vez mais, busca inserção qualificada no mercado de trabalho. Pensando nisso, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), lançou a primeira edição ESG do evento “Empregabilidade Jovem Brasil”. Durante o encontro, foram apresentados dados atualizados que mostram avanços significativos na inclusão dos jovens no mercado de trabalho formal.
Um dos principais destaques do levantamento é a queda expressiva na taxa de desemprego entre jovens de 14 a 24 anos, que caiu de 25,2% no quarto trimestre de 2019 para 14,3% no mesmo período de 2024. O número absoluto de jovens sem emprego passou de 4,8 milhões para 2,4 milhões nesse intervalo de cinco anos. As regiões Sudeste e Sul lideraram as quedas mais acentuadas, enquanto o Nordeste e o Norte apresentaram reduções mais modestas.
Durante o evento, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, enfatizou que, apesar da melhora, persistem desigualdades estruturais. “Sempre falaremos de uma situação mais crítica para mulheres, negros, pardos e indígenas, enquanto os brancos e a população amarela apresentam indicadores melhores”, pontuou.
João Victor Motta, diretor de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE, reforçou a importância de debater o futuro do trabalho entre os mais jovens. “Eles representam uma parcela significativa da força de trabalho. Precisamos de um mercado mais justo e igualitário para todos”, declarou.
Outro dado positivo foi o aumento do número de estagiários: em 2023, o Brasil contava com 642 mil jovens em estágio; esse número subiu para 877 mil em 2024 e já alcança 990 mil no primeiro bimestre de 2025. A maioria dos estagiários é formada por mulheres (64%), e cerca de 75% estão cursando ou já concluíram o ensino superior.
Entre os jovens ocupados, 53% estão contratados com carteira assinada (CLT), o que representa cerca de 7,7 milhões de pessoas. No entanto, a maioria ainda recebe abaixo da média salarial nacional. Segundo os dados, 67,1% ganham menos que R$ 1.854; 30,5% estão na faixa entre R$ 1.854 e R$ 3.033; e apenas 2,4% superam esse valor.
Motivos como baixos salários, falta de reconhecimento profissional, ausência de benefícios e problemas com a chefia estão entre os principais fatores que levam os jovens a pedirem demissão. A pesquisa também chamou atenção para o adoecimento mental: 26% dos jovens de 18 a 24 anos e 21% dos mais jovens (14 a 17 anos) relataram deixar seus empregos por conta do estresse.
O levantamento ainda revelou que a falta de flexibilidade na jornada, problemas de mobilidade entre casa e trabalho, e a opção por estudos também são razões frequentes para o desligamento voluntário entre os jovens trabalhadores.
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