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Cultura Crônica da semana

Ateísmo e Intolerância Religiosa

Por Alberto Peixoto

28/06/2025 08h45
Por: Karoliny Dias Fonte: Alberto Peixoto
Foto: Brasil Escola
Foto: Brasil Escola

A relação entre ateísmo e intolerância religiosa é uma questão que gera debate intenso e, muitas vezes, polariza opiniões. No cerne desta discussão, reside a necessidade de entender os conceitos fundamentais de ateísmo e como ele é percebido nas sociedades contemporâneas.

O ateísmo é uma postura filosófica que se caracteriza pela negação da crença em divindades ou deuses. Em sua essência, o ateísmo é, primeiro e principalmente, a ausência de evidência que sustente a crença em seres supremos. Essa ausência de crença pode variar de uma simples rejeição da ideia de um deus pessoal a uma crítica mais abrangente às estruturas religiosas existentes, culminando em uma reflexão sobre o impacto da fé na sociedade. Em outras palavras, enquanto o teísmo se fundamenta na crença de que um ou mais deuses interferem nas questões humanas e no mundo, o ateísmo propõe uma visão secular que se concentra em explicações naturalistas dos fenômenos naturais e sociais.

Já a intolerância religiosa é a hostilidade entre diferentes crenças e práticas religiosas.    Uma realidade que impacta diversas sociedades ao redor do mundo, manifestando-se de muitas maneiras, desde discriminações sutis até atos violentos. No cerne desse fenômeno, encontramos uma combinação de fatores históricos, sociais e políticos que a alimentam.

Em muitos casos a intolerância pode ser atribuída a uma falta de compreensão ou aceitação do outro, o que gera um ambiente propício para o preconceito e o extremismo. A virulência da intolerância religiosa pode ser observada em conflitos regionais, como as tensões entre sunitas e xiitas no Oriente Médio, onde centenas de milhares de vidas foram perdidas ao longo de décadas devido a disputas sectárias. Aqui, a religião se entrelaça com a identidade étnica, política e territorial, complicando ainda mais a busca por soluções pacíficas.

Pode-se também considerar a intolerância religiosa como um fenômeno complexo que emerge de um conjunto diverso de causas, englobando fatores sociais, políticos e culturais. Em uma sociedade onde a diversidade de crenças e práticas religiosas se torna cada vez mais visível, é intrigante perceber como a resistência e o preconceito se manifestam. Um dos motores centrais dessa intolerância pode ser encontrado nas dinâmicas sociais. Comunidades que possuem normas culturais rígidas ou que estão profundamente enraizadas em uma única tradição religiosa muitas vezes se tornam hostis em relação a outras.

A liberdade de expressão e o ateísmo muitas vezes andam de mãos dadas em sociedades que valorizam a pluralidade de ideias e a autonomia do indivíduo. No entanto, as interseções entre esses conceitos podem ser complexas e, por vezes, conflituosas. Em várias partes do mundo, a liberdade de expressar crenças — ou a falta delas — é um direito que nem sempre é respeitado.

Por outro lado, a intolerância, frequentemente enraizada na incompreensão e no medo, pode diminuir nossa capacidade coletiva de empatia. Ao reconhecermos nossas diferenças, também temos a oportunidade de cultivar a resiliência contra a hostilidade, abrindo caminho para a coexistência.

Por Alberto Peixoto

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