A diretora geral da APLB em Feira de Santana, professora Marlede Oliveira, em entrevista ao Boca de Forno News, falou sobre a discussão dos precatórios na cidade. Uma audiência foi promovida pela Secretaria de Educação do município para abordar o assunto. Segundo Marlede, essa luta é uma dívida que os municípios tinham para receber do Governo Federal de 1997 a 2006. “Feira de Santana recebeu a primeira parcela em 2018, no valor de R$ 248 milhões. Zé Ronaldo era prefeito na época e não pagou a ninguém. Colbert Martins entrou e fez o mesmo. Construíram uma sede para a Secretaria no valor de R$ 80 milhões para construir um edifício garagem”, disse.
Os professores, diz Marlede, nunca viu um centavo. Era para chegar agora no segundo governo de Colbert a segunda parcela, no valor de R$ 500 milhões, mas ele perdeu o prazo e agora o dinheiro só vem em 2026. “Como só vai chegar em 2026, eles sugeriram vender todo o montante de todos os professores ao banco e um professor que receberia R$ 80 mil só receberia R$ 40 mil. Isso é um golpe contra a categoria”, reclama.
Felizmente, a Câmara de Feira de Santana reconheceu a gravidade de se vender todo o valor e vai entrar uma emenda para vender apenas o professor que quiser. “Assim, aquele professor que quiser vender o seu precatório de para receber antecipado, perdendo 60%, vai poder vender e aquele que não quer só vai receber em 2026. Assim é mais democrático”, disse.
Ainda de acordo com Marlede, Colbert não deu reajuste, não paga o piso salarial, não fez plano de carreira e massacrou a categoria todos esses anos. “A educação em Feira é um caos. Falta professor, tem escola funcionando dia sim e dia não, as crianças autistas estão sem cuidador. A alimentação era R$ 16 milhões ano passado e esse ano Anaci Paim superfaturou para R$ 89 milhões e essa semana várias escolas estavam sem alimentos. Teve escola que só teve feijão e arroz. Isso é um absurdo. Agora queriam obrigar professor vender seu precatório através de uma lei”.
Eram R$ 500 milhões que seriam vendidos ao banco. “Quem ia ficar com o dinheiro ninguém sabe, mas alguém ia sair lucrando. Enquanto eu dirigir esse entidade o professor vai ser respeitado. Nenhum governo vai desrespeitar, nem de direita e nem de esquerda. O Sindicato tem que ser respeitado. Jamais venderemos a nossa categoria. A gente não se vende e não se rende”.
Cidades como Alagoinhas e Santo Estêvão pagaram a todos os funcionários da educação. O Estado pagou até aos professores do REDA. O entendimento da APLB também seria esse, mas em Feira de Santana o governo divulgou uma lista apenas com os professores da época. “São pouco mais de dois mil professores a receber quando temos um universo de mais de seis mil, entre aposentados e da ativa”.
Marlede chamou ainda esse projeto de Colbert como o maior golpe da história na classe trabalhadora. “Ele iria sair do governo fazendo isso”.
Novo governo
Com o novo governo, Marlede disse que podem ter certeza que o sindicato seria do diálogo. “Somos da luta e do diálogo. Na campanha, entregamos um documento a todos os candidatos com a nossa pauta de reivindicações. Estamos ainda com um ofício solicitando do prefeito José Ronaldo uma reunião para discutirmos os nossos problemas e encontrar soluções. O debate é isso. Nem sempre tudo que queremos será resolvido, mas é preciso que se busque alternativas para curto, médio e longo prazo a questão dos professores”, finalizou.
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