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Câmara emenda projeto do Executivo para que só aqueles professores que queiram vendam seus precatórios ao banco

Projeto será emendado na Câmara para que apenas aqueles professores que querem possam vender seus precatórios.

03/12/2024 16h59 Atualizada há 22 horas
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Divulgação
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A diretora geral da APLB em Feira de Santana, professora Marlede Oliveira, em entrevista ao Boca de Forno News, falou sobre  a discussão dos precatórios na cidade. Uma audiência foi promovida pela Secretaria de Educação do município para abordar o assunto. Segundo Marlede, essa luta é uma dívida que os municípios tinham para receber do Governo Federal de 1997 a 2006. “Feira de Santana recebeu a primeira parcela em 2018, no valor de R$ 248 milhões. Zé Ronaldo era prefeito na época e não pagou a ninguém. Colbert Martins entrou e fez o mesmo. Construíram uma sede para a Secretaria no valor de R$ 80 milhões para construir um edifício garagem”, disse.

Os professores, diz Marlede, nunca viu um centavo. Era para chegar agora no segundo governo de Colbert a segunda parcela, no valor de R$ 500 milhões, mas ele perdeu o prazo e agora o dinheiro só vem em 2026. “Como só vai chegar em 2026, eles sugeriram vender todo o montante de todos os professores ao banco e um professor que receberia R$ 80 mil só receberia R$ 40 mil. Isso é um golpe contra a categoria”, reclama.

Felizmente, a Câmara de Feira de Santana reconheceu a gravidade de se vender todo o valor e vai entrar uma emenda para vender apenas o professor que quiser. “Assim, aquele professor que quiser vender o seu precatório de para receber antecipado, perdendo 60%, vai poder vender e aquele que não quer só vai receber em 2026. Assim é mais democrático”,  disse.

Ainda de acordo com Marlede, Colbert não deu reajuste, não paga o piso salarial, não fez plano de carreira e massacrou a categoria todos esses anos. “A educação em Feira é um caos. Falta professor, tem escola funcionando dia sim e dia não, as crianças autistas estão sem cuidador. A alimentação era R$ 16 milhões ano passado e esse ano Anaci Paim superfaturou para R$ 89 milhões e essa semana várias escolas estavam sem alimentos. Teve escola que só teve feijão e arroz. Isso é um absurdo. Agora queriam obrigar professor vender seu precatório através de uma lei”.

Eram R$ 500 milhões que seriam vendidos ao banco. “Quem ia ficar com o dinheiro ninguém sabe, mas alguém ia sair lucrando. Enquanto eu dirigir esse entidade o professor vai ser respeitado. Nenhum governo vai desrespeitar, nem de direita e nem de esquerda. O Sindicato tem que ser respeitado. Jamais venderemos a nossa categoria. A gente não se vende e não se rende”.

Cidades como Alagoinhas e Santo Estêvão pagaram a todos os funcionários da educação. O Estado pagou até aos professores do REDA. O entendimento da APLB também seria esse, mas em Feira de Santana o governo divulgou uma lista apenas com os professores da época. “São pouco mais de dois mil professores a receber quando temos um universo de mais de seis mil, entre aposentados e da ativa”.

Marlede chamou ainda esse projeto de Colbert como o maior golpe da história na classe trabalhadora. “Ele iria sair do governo fazendo isso”.

Novo governo

Com o novo governo, Marlede disse que podem ter certeza que o sindicato seria do diálogo. “Somos da luta e do diálogo. Na campanha, entregamos um documento a todos os candidatos com a nossa pauta de reivindicações. Estamos ainda com um ofício solicitando do prefeito José Ronaldo uma reunião para discutirmos os nossos problemas e encontrar soluções. O debate é isso. Nem sempre tudo que queremos será resolvido, mas é preciso que se busque alternativas para curto, médio e longo prazo a questão dos professores”, finalizou.

 

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