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Brasil Opinião

Otto Alencar fala sobre eleições, UPB e tentativa de golpe no Brasil

Senador fez ainda sua avaliação do mandato do governador Jerônimo Rodrigues e a cidade de Feira de Santana.

27/11/2024 08h58
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Nas eleições municipais da Bahia, o PSD saiu fortalecido, inclusive na região metropolitana de Feira de Santana. O senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda, disse que o PSD sempre teve um desempenho muito bom. “Talvez um dos maiores da base do governador Jerônimo Rodrigues com 115 municípios.  Fizemos Itabuna, um município grande, fizemos Paulo Afonso, Eunápolis no extremo sul, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba e outros municípios menores também no Sul, no semiárido, no norte do estado. No oeste da Bahia fizemos Santa Rita de Cássia, que foi um município muito importante, Formosa do Rio Preto. O PSD tem uma distribuição bem harmônica no Estado como um todo”, disse.

Já em relação as eleições vindouras para o governo do estado. Informações dão conta de que PSD pretende buscar que Otto Filho saia como pré-candidato a vice na chapa de Jerônimo. Questionado sobre se essa informação tem veracidade, Otto disse que não. “Nenhuma veracidade. Nunca pensamos isso. Se tiver alguém para ser candidato em 2026 na aliança, esse alguém deverá ser o senador Ângelo Coronel, que tem mandado. Eu acho que quem tem mandato tem o direito soberano de se candidatar”, explica.

Mas, ressalta ele, a decisão só é tomada no dia 29 de março do ano da eleição. “Aí pode me procurar que eu vou dizer como é que o PSD vai andar. Até lá é só especulação. E tem que trabalhar. Eu não trato disso agora porque não tenho ansiedade por política. As coisas acontecem naturalmente e é fruto do seu trabalho”.

Ruy Barbosa

Em Ruy Barbosa, terra natal de Otto, deverá ter eleições complementares. Segundo o senador, as eleições na sua cidade natal é como em outros cidades da Bahia. “O meu empenho é o mesmo. E lá eu já apoiei candidatos e perdi as eleições. Eu, pessoalmente, nunca perdi. Para deputado, senador, vice-governador ganhei, mas às vezes você apoia um candidato e ele não se elege”.

O candidato, Marivaldo Leite, na opinião de Otto, era um ótimo candidato, de boa qualidade, mas não conseguiu a vitória. “Quem marca as eleições complementares é o Tribunal Regional Eleitoral (TER-BA). Eu não estou me envolvendo com data. Vão escolher outro candidato para representar o nosso grupo e aquele que tiver maior força com o povo vai ser eleito, tomar posse e nós vamos trabalhar da mesma forma, sem nenhuma alteração”.

G20

Sobre o G20, principal fórum de cooperação econômica internacional, onde o Brasil foi o anfitrião, no Rio de Janeiro, Otto disse que o presidente Lula trouxe o mundo para o Brasil. “Trouxe os presidentes da China, Estados Unidos, Chile, França, todos os grandes líderes para o Rio de Janeiro. Só o Lula faz isso. O Bolsonaro jamais conseguiria fazer porque essa história de, por exemplo, ele bater continência para a bandeira dos Estados Unidos não combina com a independência que tem o povo brasileiro, com a sua luta”.

Todos os grandes líderes da África do Sul, onde vai ser a nova reunião do G20, dos países árabes, da América do Sul. “Até o Milei, presidente da extrema-direita argentina, foi conversar com o Lula. A política, se você não resolver ela com entendimento e com moderação, não o faz com exaltação, com briga, com guerra”.

Otto lamentou ainda o que está acontecendo na Faixa de Gaza, com os constantes ataques do Estado de Israel. Ele não esqueceu de falar sobre o que está acontecendo no Líbano e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que altera o mundo. “O dólar sobe porque se intensificou a luta na Ucrânia com a Rússia. Com um um míssil de longo alcance mandado pela Rússia, o dólar subiu, se não me engano 0,7% e está a R$ 5,80. O petróleo sobe também. Se atravessar o estreito de Ormuz e tiver muita guerra entre Israel e os países da Ásia Menor, passa pouco petróleo, tem muita dificuldade”.

Ele disse ainda que o presidente Lula deu uma sinalização de pacificar o mundo e o país mais pacífico nas relações diplomáticas, sem dúvida nenhuma, é o Brasil.

Jerônimo Rodrigues

Sobre o mandato do atual governador Jerônimo Rodrigues, qual avaliação ele faz, Otto disse que o governador está fazendo um ótimo trabalho. “Inauguramos muitas obras, concluindo muitas outras. A pouco estive com o Dudi, prefeito de Ipirá, e ele disse que três barragens que nós pedimos ao governador já estavam prontas. Obras de escolas, ele já inaugurou hospitais importantes para a Bahia, inclusive o Hospital Ortopédico, em que a gestão é do Hospital Albert Einstein, de São Paulo”.

Para Otto, Jerônimo é um governador altamente positivo. “Ele vai trabalhar e vai corresponder a expectativa do povo”.

Feira de Santana

Quanto a Feira de Santana, mesmo tendo sido eleito José Ronaldo como prefeito, o governo vai continuar ajudando a cidade. “O governador já teve na cidade dando ordem de serviço após isso. Feira de Santana é a segunda cidade mais populosa da Bahia. Zé Ronaldo é um adversário que eu respeito muito, até porque ele respeita muito a todos nós. Eu nunca ouvi de Zé Ronaldo, como também não vai ter da minha parte, uma palavra dura, ácida, querendo deslustrar ou atingir a imagem de um adversário”.

Otto disse que espera que ele possa trabalhar. “Lamentei porque eu apoiei o Zé Neto e ele não ganhou. Mas perder e ganhar faz parte da vida”.  

UPB

Sobre as eleições na UPB, União dos Municípios da Bahia, Otto disse que tem dois candidatos do PSD: o prefeito de Itabuna, o Augusto Castro e o prefeito de Ituaçu, Felipe. “Eles vão ter que se entender com os outros candidatos para encontrar um nome que possa reunir todas as lideranças. Eu não estou pedindo voto a nenhum dos dois e nem também contra os que são candidatos dos outros partidos”.

Tentativa de golpe

Sobre as acusações feitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal pelo golpe tramado em 2022 no Brasil, Otto afirmou que no Exército ele foi médico por um ano, quando se formou. “No Exército, somos acostumados com a hierarquia. O General toma a decisão e o Coronel, o Coronel toma a decisão e o Capitão cumpre. O comandante e chefe das Forças Armadas é o presidente da República. Hoje é o Lula, mas quem mandava no ministro da Defesa da época era o Bolsonaro, que mandava e comandava os generais”.

Lamentavelmente, diz ainda Otto, alguns poucos generais e coronéis perderam o brilho das estrelas deles porque se contaminaram com a decisão do presidente de dar um golpe. “É claro que o Bolsonaro sabia e estava envolvido em tudo isso. A determinação saio dele. Ele foi para os Estados Unidos e deixou aqui para ver se haveria a consumação do golpe e, sobretudo e o que é mais grave, a intenção de matar os seus concorrentes Lula, por envenenamento, Alckmin e Moraes, que seria uma ação que o Brasil não viu sequer na época do golpe militar”, diz.

Em 64, os políticos foram deportados para outros países e ninguém mandou mata-los. “É lamentável. Participei disse de perto porque fui oposição a Bolsonaro por quatro anos, atuei na CPI da Covid e fui ameaçado várias vezes em aeroporto, não podia ir em um restaurante em Brasília. Em certa feita, no carro do Senado, enquanto abria a janela para cumprimentar uma pessoa, me jogaram garrafa de água na minha cabeça. Era uma violência grande estimulada pelo presidente Bolsonaro”.

Otto disse ter conversado com o presidente que, segundo ele, graças a Deus está vivo, que lhe disse algo que é de seu espírito. “Lula me disse que quer pacificar o Brasil. Precisa acabar no país com esse estado de beligerância entre esquerda e direita. Precisamos pacificar esse país que é maravilhoso e pode avançar muito, mas não com essa luta pelo poder pela força, pelas armas e pelo envenenamento deplorável de adversários. Acho que o Bolsonaro tem que pagar por isso”, concluiu.

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