O mercado de trabalho formal no Brasil segue aquecido, e os números de contratações de trabalhadores com carteira assinada seguem batendo recordes históricos. Foi o que constatou a PNAD Contínua do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (30).
De acordo com o estudo, a taxa de desocupação de trabalhadores, que já tinha caído significativamente no trimestre finalizado em junho, voltou a ter forte queda, e fechou os meses de julho-agosto-setembro em 6,4%. Essa foi a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua desde 2013, quando o índice foi de 6,3% no trimestre encerrado em dezembro daquele ano.
Entre o trimestre de abril-maio-junho e o mais recente que foi medido pelo IBGE finalizado em setembro, houve uma redução de 0,5% no índice de desocupação de trabalhadores em todo o país. Na comparação com o mesmo período no ano de 2023, a queda foi ainda maior: 1,3%, já que no ano passado a taxa foi de 7,7% no trimestre julho-agosto-setembro.
Outro recorde anunciado pelo IBGE com a pesquisa PNAD foi o número de trabalhadores com carteira assinada no país, que chegou a 103 milhões. Essa população ocupada cresceu 1,2% neste último trimestre, o que significa mais 1,2 milhão de trabalhadores no mercado formal. Na comparação anual, a alta foi de 3,2%, o equivalente a mais 3,2 milhões de pessoas ocupadas.
Segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a trajetória de queda da desocupação resulta da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas. É o caso, por exemplo, dos setores de Indústria e Comércio, que foram os grupamentos de atividade que mais puxaram o aumento da ocupação no trimestre, com altas, respectivamente, de 3,2% e de 1,5% em seus contingentes.
Juntos, esses dois grupamentos absorveram 709 mil trabalhadores, na comparação trimestral (416 mil da Indústria e 291 mil do Comércio). Além disso, a população ocupada no Comércio foi recorde, chegando a 19,6 milhões de pessoas.
“O terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira”, explicou a coordenadora da PNAD do IBGE.
Outro recorde apurado pela pesquisa está no número de empregados do setor privado, que chegou a 53,3 milhões. A alta nesse segmento foi de 2,2% no trimestre e de 5,3% no ano.
O setor teve novos recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (39,0 milhões) e sem carteira de trabalho (14,3 milhões). O trabalho com carteira neste setor cresceu 1,5% (mais 582 mil pessoas) no trimestre e 4,3% (mais 1,6 milhão de pessoas) no ano.
Também teve quebra de recorde na quantidade de empregados do setor público, que chegaram a 12,8 milhões, mantendo o seu contingente estável no trimestre e crescendo 4,6% (mais 568 mil pessoas) no ano. Essa alta continua sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,2% no trimestre e 9,1% no ano. O grupo dos militares e servidores estatutários ficou estável nas duas comparações.
O rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.227 no trimestre encerrado em agosto, sem mostrar variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior e com alta de 3,7% quando comparado ao mesmo trimestre móvel de 2023. Já a soma das remunerações de todos os trabalhadores, que é a massa de rendimentos, chegou a R$ 327,7 bilhões, mantendo estabilidade no trimestre e subindo 7,2% na comparação anual.
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