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Bahia Escravidão moderna

Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia

Grupo formado por 16 pessoas foi contratado para serviços de lavagem e pintura dos porões da embarcação navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall.

28/09/2024 09h38 Atualizada há 3 meses
Por: Karoliny Dias Fonte: G1 Bahia

Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia — Foto: Divulgação/SRT-BA

Dezesseis trabalhadores foram encontrados em condições análogas às de escravizados em um navio de uma empresa norueguesa ancorado na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.

As vítimas foram resgatados por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, com apoio da Marinha do Brasil, entre segunda-feira (23) e sexta (27).

Entre os empregados resgatados, nove nasceram em Salvador, três do Maranhão e quatro do Espírito Santo. Eles foram contratados por uma empresa de Vitória para executar serviços de lavagem e pintura dos porões de um navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall, de propriedade de uma empresa da Noruega.

Veja abaixo que o que as investigações apontaram:

Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia — Foto: Divulgação/SRT-BA

- Os resgatados permaneceram por cinco dias alojados em condições precárias no navio, sem local adequado para alimentação, descanso e higiene pessoal.

- Apesar do serviço executado requerer grande esforço físico, os trabalhadores não possuíam condições dignas de descanso, dormindo em redes e colchões dispostos no convés, expostos a intempéries e sem o conforto adequado para a recuperação física do trabalho extenuante.

- Também não havia local apropriado para banho, que era realizado com uma mangueira a céu aberto na área externa da embarcação, sem qualquer privacidade.

- Aos trabalhadores não foi sequer garantido um local adequado para alimentação. as refeições eram consumidas no convés do navio, com os trabalhadores sentados no chão, juntamente com os materiais utilizados para a realização dos serviços contratados.

- A jornada diária de trabalho no navio chegava a 14 horas, iniciando por volta das 6h e finalizando às 21h, com a concessão de uma hora para o almoço.

Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia — Foto: Divulgação/SRT-BA

A inspeção fazia parte, inicialmente, de uma campanha de inspeções concentradas em navios de bandeira estrangeira, realizada em conjunto por auditores-fiscais do trabalho e inspetores navais da Marinha do Brasil, para verificar as condições de segurança da navegação das embarcações e as condições de trabalho, remuneração e jornada dos tripulantes estrangeiros a bordo, no tipo de fiscalização conhecida no meio marítimo como port state control.

Os trabalhadores foram retirados do navio, e foi providenciada hospedagem em terra pelo empregador, enquanto aguardavam o pagamento das verbas salariais e rescisórias devidas. Parte dos pagamentos foi realizada na terça-feira (24), e os últimos empregados retornaram para os seus estados de origem na quarta (25).

Os requerimentos de seguro-desemprego foram cadastrados na quinta (26) e sexta (27).

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