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Bahia Bahia Pesca

Jerônimo Souza, coordenador do Bahia Pesca, fala sobre trabalho da empresa na região da Santo Amaro

Empresa completa 42 anos no próximo sábado.

24/09/2024 09h54
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Jerônimo Souza - Foto: Boca de Forno News
Jerônimo Souza - Foto: Boca de Forno News

Jerônimo Souza, coordenador do Bahia Pesca, esteve na Fazenda Camarões, em Acupe, cidade de Santo Amaro da Purificação. Em entrevista ao programa Rádio Total, das Rádios Santo Amaro FM e Paraguassu FM, ancorado pelo radialista Nivaldo Lancaster, falou sobre a empresa. Ele ressaltou que a Bahia Pesca é uma empresa mista, vinculada a Secretaria da Agricultura e que no próximo sábado completa 42 anos de fundação. “São 42 anos fazendo atendimento ao público e o fomento da pesca e a aquicultura na Bahia”.

A Bahia Pesca tem várias unidades distribuídas nos 27 territórios de identidade do estado. Uma das unidades é a Fazenda Oruabo, que fica na região de Acupe, em Santo Amaro. Foi criada inicialmente com a função de criar camarão, mas ao longo do tempo agrega novas atividades sempre relacionada a pesca ou aquicultura. “Ela está inserida em uma área grande, de aproximadamente 160 hectares, onde a metade são de lâmina de água para a criação de camarão e tem 25 funcionários, todos da comunidade”.

Essa é uma das primeiras fazendas de criatório de camarões do estado. O objetivo inicial era fazer todo o processo de cultivo, desde a reprodução até a engorda. “Para isso, a empresa dispõe de uma estrutura que compreende laboratórios de reprodução com reprodutores, depois as larvas serão levadas para o laboratório de larvicultura onde se faz o acompanhamento do seu desenvolvimento até chegar no ponto de ser colocado no viveiro de camarão onde vai ocorrer a engorda por 90 dias”.

Após a engorda, o camarão pode ser destinado a comercialização e algumas vezes é aproveitado nos projetos da própria Bahia Pesca. “O camarão pode ser vendido para qualquer pessoa. Quem fica com o lucro é que o vendeu. O cultivo é realizado pela Bahia Pesca. Após isso ele é comercializado para o pescador em um preço mais em conta e após isso ele vai repassar esse camarão em feiras livres, no próprio comércio da região mesmo”.

Além do camarão, outras atividades foram agregadas. “Temos lá a reprodução do caranguejo, trabalho social e ambiental que fazemos, com fins de repovoamento e educação ambiental. Temos ainda o Centro Vocacional Tecnológico Territorial do Pescado (CVTT), onde são realizadas capacitações, treinamentos de um público selecionado, que é o da pesca e aquicultura. Pode ser também estudantes do curso de Engenharia de Pesca, Engenharia de Aquicultura, mas normalmente os cursos são voltados para a comunidade”.  

A capacitação acontece em associação com outros parceiros. “Quando são cursos básicos de aquicultura, em que temos a equipe técnica pode ser feito por nós mesmos, mas existem cursos específicos, como tecnologia de pescado, navegação. Quando esses cursos ocorrem, nossos parceiros são solicitados para pode ministrar”.

Os cursos são divulgados pela internet e existe uma seleção. “Eles vêm sob demanda e os órgãos que fazem essa solicitação já tem as pessoas, a colônia de pescadores já diz que são as pessoas que vão participar. A inscrição já é feita pelos órgãos que solicita”. A partir do mês que vem, após a manutenção da instalação, os cursos voltam.

O período do curso é variável, tendo alguns que vão até um ano e meio. “Foi um curso para 60 alunos, formamos duas turmas com um ano e meio. Tem cursos com duração de uma semana, três dias, dependendo da modalidade dele. São diversos dele como tecnologia de pescado, curso básico de carcinicultura, que é o cultivo de camarão, de piscicultura em tanques, redes e viveiros escavados, de navegação básica, processamento de pescado, novos produtos derivados do pescado, voltados para a assepsia e manejo do pescado. São vários e depende da demanda”.

Sobre o Meio Ambiente, a Bahia Pesca dá várias orientações. “Mas nós temos um problema específico que diz respeito aos manguezais. O caranguejo é o animal típico desse ambiente, mas ao longo dos anos vem sofrendo uma degradação do seu ambiente tanto pela ação humana como por fatores naturais. Poluição, aterramento do ambiente, desmatamento, pesca predatória, captura de animais no momento em que a legislação não permite, como o da andada são fatores negativos para o caranguejo. Existem multas severas para esse momento pré-reprodução”.

Os ribeirinhos têm sido conscientizados sobre o assunto, mas o trabalho da Bahia Pesca é mais com as crianças. “Existe o projeto Pulsar, com envolvimento com universidades, para fazer a conscientização das pessoas e também o trabalho de repovoamento de forma jovem do caranguejo nos manguezais, principalmente nos que já apresentam um declínio da população ocasionado por todos os fatores que mencionei anteriormente. O resto do ano trabalhamos com palestras, recebendo a visita de estudantes e com os pescadores. Fazemos isso no manguezal explicando os danos e os prejuízos”.

O caranguejo está pronto para ser pego quando ele tem acima de 6 cm de largura, segundo a legislação.  “A partir daí, ele já deve ter passado por dois ou três períodos de reprodução. Ele seria capturado, mas já teria deixado descendentes para perpetuar a espécie. A captura só é liberada em períodos que não são de reprodução. Não são datas fixas porque obedecem ao calendário lunar. O caranguejo se reproduz em lua cheia e nova. A cada ano existe um calendário novo”.

Os manguezais da região passou por uma degradação, diz Jerônimo. "Em alguns locais você não encontra mais a vegetação natural, e em outros locais já existe também uma renovação. Estão mais ou menos em equilíbrio", finaliza. 

 

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