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Pesquisa aponta que 80% das mulheres brasileiras são afetadas pelo endividamento; entenda

Educadora financeira dá dicas sobre como evitar endividamento.

04/07/2024 08h45 Atualizada há 2 meses
Por: Karoliny Dias Fonte: BNews
Foto: Divulgação / Freepik
Foto: Divulgação / Freepik

Educação financeira já virou matéria em sala de aula. Mas isso ocorreu apenas recentemente. Por gerações, não houve o costume de planejar, definir estratégias, estabelecer metas e, principalmente, manter disciplina na administração das finanças pessoais.

Esses são os fundamentos para evitar entrar em um ciclo de endividamento, conseguir economizar para investir e levar uma vida com menos preocupações – ou seja, com mais estabilidade.

Análises e orientações como estas vêm da especialista em Planejamento Financeiro, Júlia Lázaro. Graduada em Administração pela UNESP, com especialização em Economia pela FGV, e CEO da Mitfokus, Júlia destaca que a educação financeira é crucial para todos, enfatizando especialmente sua importância para as mulheres. “Infelizmente, a realidade ainda é esta: 90% de nós, mulheres, recebemos salários 20% menores que os dos homens, segundo dados globais.”

Além disso, na maioria dos casos, as mulheres têm que lidar com a dupla jornada: trabalhar fora e cuidar dos afazeres domésticos, além de pausas para a maternidade. Não surpreendentemente, elas estão frequentemente presentes nas estatísticas de endividamento e inadimplência.

“Um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgado no último Dia Internacional da Mulher, revelou que este ano 80% das mulheres brasileiras estão endividadas. Essa realidade não pode ser aceitável”, sublinha a especialista.

Júlia é incisiva: “Não há independência feminina sem planejamento financeiro.” Planejar, portanto, é o primeiro passo para organizar o orçamento pessoal. Estabelecer objetivos e traçar meios para alcançá-los é essencial. Identificar e calcular as fontes de renda principal e adicional, eventual ou secundária, são condições indispensáveis.

E como fazer esse planejamento? A especialista sugere obter um extrato dos últimos três meses e verificar a média mensal da relação entre receitas e despesas. Em seguida, projetar receitas, revisar custos, realizar uma avaliação detalhada das receitas e estabelecer metas de investimentos.

Diante desse diagnóstico, a próxima etapa é identificar e mapear despesas e possíveis gastos extras. Júlia oferece uma dica prática: elaborar um calendário anual de compras, indicando os meses ideais para determinados gastos.

“Por exemplo, comprar roupas de verão em junho ou julho, quando estão mais baratas. Além disso, aproveitar a Black Friday em novembro para adquirir eletrodomésticos e também para as compras de Natal”, orienta Júlia.

Outra recomendação é reservar uma parte da renda para emergências e imprevistos, além de destinar entre 10 a 20% para investimentos. Tudo isso envolve definir metas e desenvolver estratégias para alcançá-las. "Para isso, disciplina é fundamental", acrescenta a especialista.

Por fim, a profissional destaca a importância do cuidado financeiro, chamando-o de “tríade do poder feminino”. “Os três pilares mais importantes da vida são saúde física, saúde emocional e saúde financeira”, explica, observando que esses elementos estão interligados.

E alerta: "Um estado emocional fragilizado pode levar ao descontrole nos gastos, enquanto finanças desajustadas podem causar preocupações e problemas que afetam tanto o psicológico quanto a saúde".

 

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