O São João da Bahia é um dos eventos mais esperados e relevantes para a economia do Estado, quase tão significativo quanto o Carnaval. Em tempos de crise econômica, a celebração junina representa uma injeção substancial de recursos, gerando empregos e renda para a população local. No ano passado, a movimentação econômica chegou a impressionantes R$ 2 bilhões.
Durante a pandemia, em 2021, quase R$ 1 bilhão deixou de circular na Bahia devido à ausência das festas de São João. Este ano, espera-se que os festejos juninos superem os R$ 2 bilhões do ano passado, ajudando a compensar as perdas econômicas sofridas durante a pandemia. Isso fortalece a economia local e promove uma recuperação necessária.
Em 2024, as festas juninas no Brasil como um todo devem movimentar cerca de R$ 7 bilhões, mobilizando mais de 26,2 milhões de pessoas. Só na Bahia, a movimentação econômica esperada é de cerca de R$ 2,2 bilhões, com milhares de turistas visitando cidades como Porto Seguro, Salvador e Amargosa.
De acordo com Elde Oliveira, CEO da Advice Group e especialista em contabilidade e desenvolvimento de negócios, além dos benefícios diretos no turismo e no comércio, as festas juninas movem diversos setores da economia baiana. Supermercados, fabricantes de fogos de artifício, produtores de licor, empresas de transporte, hotéis, postos de combustível, lojas de vestuário e pequenos fabricantes de comidas típicas terão uma grande movimentação este ano em todo o estado da Bahia. Esses setores, essenciais para a realização das festas, experimentarão um aumento significativo na demanda, impulsionando a economia local.
Isa Oliveira proprietária da Pousada das Artes, localizada no Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, é um exemplo próximo da importância dessa data para a capital e o interior da Bahia. Ela diz que, durante a época de São João seu empreendimento tem um aumento de clientela em torno de 80%. Agora mesmo, quase todos os quartos já estão reservados por turistas, especialmente os europeus.
“As festas do mês de junho representam uma parcela importante para o faturamento local, além de garantir emprego e renda para trabalhadores de diversos setores, como hotelaria, alimentação e entretenimento”, relata Isa.
A sua pousada, que fica ao lado do mar, possui oito quartos, com diárias que variam entre R$ 600 e R$ 300 reais, e o período da estadia varia muito, depende de cada hospede, mas, geralmente, fica entre 1 e 4 diárias.
“ As procuras por reservas para este mês acontecem durante todo o primeiro semestre. Mesmo com aumento de demanda nos meses mais próximos das festividades juninas, alguns hóspedes já garantiram hospedagem logo no início do ano, em janeiro e fevereiro”, ressalta a empresária. A sua expectativa de lucro em função das festas juninas é de 60%
“Empresas dos setores de alimentação, bebidas, e comércio de vestuário e calçados também são fundamentais para a realização das festas juninas, além do turismo e hotelaria, que têm um grande impacto com a comemoração dos festejos”, explica Elde Oliveira.
Segundo o CEO da Advice Group, as festas juninas também geram emprego temporário, especialmente para empreendimentos com até três funcionários permanentes, pois a demanda por produção de licores e comidas típicas gera uma grande necessidade de mão de obra. A maioria dos prestadores de serviços informais continua exercendo suas atividades principais durante o São João, com destaque para a venda de alimentos.
“Em resumo, as festas juninas são mais do que uma celebração cultural são uma força motriz crucial para a economia baiana, proporcionando um alívio econômico necessário em tempos de crise e promovendo o desenvolvimento sustentável dos municípios através do turismo e do comércio”, esclarece o especialista em contabilidade e desenvolvimento de negócios.
Elde Oliveira ainda arremata: “Diante disso, é importante que os empreendedores façam o seu planejamento estratégico e orçamentário analisando estes aspectos sazonais que movimentam a economia da Bahia como um todo”.
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