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Economia Finanças

Mais de 131 mil baianos negociaram R$ 705 mi em dívidas pelo Desenrola

Em todo o país, o programa beneficiou mais de 15 milhões de pessoas, com a negociação de R$ 52,93 bilhões.

21/05/2024 08h12
Por: Karoliny Dias Fonte: A Tarde
Até o fim desta semana, será divulgado um balanço consolidado do Desenrola - Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE
Até o fim desta semana, será divulgado um balanço consolidado do Desenrola - Foto: Olga Leiria / Ag. A TARDE

Mais de 131 mil baianos negociaram cerca de R$ 705 milhões em dívidas pelo site do Programa Desenrola Brasil, que chegou ao fim ontem. Em todo o Brasil, o Desenrola beneficiou mais de 15 milhões de pessoas, com a negociação de R$ 52,93 bilhões em débitos.

Os números podem aumentar. Segundo informou o Ministério da Fazenda à reportagem, até o fim desta semana será divulgado um balanço com os dados consolidados e detalhados.

Vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon), o economista Edval Landulfo destacou o êxito da iniciativa. Para ele, o programa Desenrola Brasil “poderia funcionar durante todo o ano, para que mais pessoas tivessem acesso ao processo”.

“Foi uma oportunidade para que brasileiros e brasileiras pudessem regularizar as dívidas. Demonstrou simplicidade em todo o processo, o que proporcionou essa experiência tão eficaz, através das ferramentas na internet, entrar em contato com bancos, lojas, fazer uma renegociação cabendo dentro da real situação financeira de cada um”, disse.

Ele pontuou que a formalização dos acordos através de plataformas oficiais, como o Gov.br, Serasa Limpa Nome e Caixa Econômica Fedreal, reduziu os riscos de fraude, e encorajou os consumidores. Landulfo também frisou a preocupação do governo em estimular a atividade econômica.

“Porque as pessoas estavam sem crédito, e, como a renda da maioria da população brasileira, das classes C e D, principalmente, o que corresponde a 70% dos trabalhadores e trabalhadoras ativos, é de até dois salários mínimos”.

O economista lembrou do contexto econômico de criação do programa. “Tivemos um encolhimento na economia brasileira. Já no primeiro semestre de 2020 estávamos no início de uma recessão técnica, que se caracteriza pelo acúmulo de dois trimestres seguidos de desaceleração econômica. Passamos um bom tempo com desemprego elevado, acima dos 12 milhões, com o fecham de algumas empresas, incluindo a Ford, em Camaçari”.

“Isso se agravou bastante, não à toa os candidatos falavam muito sobre isso nas eleições à presidência da República, pois o Brasil precisava dessa retomada econômica. E para impulsionar, como a renda, a situação financeira (da maioria) não é muito boa, criando um programa como esse estimulou-se a atividade econômica”.

Ele ressaltou ainda restauração do crédito, com o programa retirando da situação de negativado consumidores com débitos de R$ 100.

“Veja como a situação estava difícil. Os consumidores tiveram restauração na condição de crédito para que pudessem voltar a ter acesso a esse mercado”, contou.

Educação financeira

“Houve também o estímulo à essa educação financeira, porque os participantes do processo tiveram condições de entender porque entravam nessa ciranda financeira negativa, e com isso incentivar a adoção de práticas mais conscientes, para gerenciar melhor os seus recursos, e evitar assim dificuldades posteriores. Houve então o estímulo à educação financeira, a restauração do crédito, o impulso à economia, ou seja, mexeu nos dois sentidos, no social –, e não tenha dúvida que foi uma sacada do governo Lula, uma oportunidade social fantástica –, e também econômica”, disse.

De acordo com o consultor Econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), Guilherme Dietze, a “consequência” do Desenrola “foi muito importante para o setor.

“Embora tenha chegado ao fim, muitas famílias no Brasil todo conseguiram limpar seus nomes, e até mesmo os dados da Fecomércio mostram uma redução importante da inadimplência, mais de 100 mil famílias só em Salvador”.

“Isso mostra que a geração de emprego, com renda melhor, a inflação um pouquinho mais moderada que no ano passado, permite o avanço e um controle maior das contas. É importante na consequência, no outro lado, nas vendas do comércio, essa segurança das famílias. Não só tirando o nome de cadastros de negativados, mas voltando a ter crédito”, falou Dietze.

“Com taxas de juros mais baixas, vai fortalecer a tomada de crédito pelas famílias. E, por conseguinte, eles não ficarão apenas nas farmácias, supermercados, mas consumindo bens que precisam de crédito e segurança de longo prazo, como eletrodomésticos, eletrônicos, veículos, até no financiamento de um imóvel. Eu creio que esse ciclo, embora esteja encerrando (dê lugar a outros). Tem os feirões que vão surgir ao longo do ano, dando novas oportunidades às famílias de quitar as dívidas e voltar a consumir”.

Gerente do Serasa Limpa Nome, Aline Maciel afirmou que “iniciativas como o Programa Desenrola são importantes para fomentar o debate sobre finanças pessoais no Brasil”. “A plataforma Serasa Limpa Nome notou um aumento nas negociações de dívidas desde o anúncio do Programa”, contou ela.

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