Quinta, 28 de Agosto de 2025 10:47
75 9 9702 9169
Feira de Santana Homofobia

Médico que atendeu paciente de peruca em protesto contra homofobia volta a denunciar preconceito em hospital na Bahia

Ginecologista Carlos Lino afirma que foi chamado de 'viado do caralho' por paciente revoltada com atendimento no Hospital da Mulher, em Feira de Santana.

28/03/2024 10h44
Por: Karoliny Dias Fonte: G1 Bahia
Médico usa peruca e maquiagem para atender paciente em hospital na Bahia — Foto: Redes sociais
Médico usa peruca e maquiagem para atender paciente em hospital na Bahia — Foto: Redes sociais

O ginecologista Carlos Lino denuncia que foi alvo de homofobia durante o atendimento de uma paciente no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.

O crime ocorreu cerca de nove meses após o médico protestar por um outro caso de homofobia na instituição. Na época, ele colocou uma peruca para atender uma paciente que teria se recusado a ser consultada por um profissional de saúde homossexual. Além de profissional da saúde, ele também é ator e drag queen, e deu entrevista à TV Bahia montado.

Dessa vez, a violência foi registrada na última sexta-feira (22).

De plantão no hospital, o médico conta que recebeu uma paciente com quadro de aborto retido, o que ele explica não se tratar de emergência por não ter hemorragia ou febre, nem representar risco de morte para a mulher.

Ainda assim, diante da postura da paciente e do acompanhante, o médico encaminhou a documentação para o registro da internação — a unidade de saúde estava lotada e, segundo ele, não havia garantia de leito naquele dia.

Porém, minutos depois, Lino soube que o casal fazia cobranças, alegando que a mulher não foi internada.

"Entraram agressivos na sala e gritando, ele me chamou de vagabundo, xingou minha colega também. (...) Quando ela fechou a porta, ela gritou: 'viado do caralho'", descreveu a agressão.

“Eu não acreditei! Eu falei: ‘vem cá, você tem certeza que vai me falar isso? Eu fui o médico que botou uma peruca nesse próprio consultório para lutar contra a homofobia. Eu vou para a delegacia agora’”.

Logo após a violência, o médico se encaminhou à unidade policial e prestou queixa contra a mulher.

O site procurou a Polícia Civil para apurar quais medidas já foram adotadas, mas ainda não obteve retorno.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.