A deputada federal Lídice da Mata (PSB) avaliou que não há risco de ruptura democrática caso o ex-presidente Lula (PT) vença a eleição no segundo turno. A parlamentar baiana também avaliou como positivo o desempenho do cacique nacional nas urnas, bem como o desempenho de Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia.
"Estou muito esperançosa com a vitória de Jerônimo e de Lula. De Jerônimo, quando boa parte da imprensa desacreditava, a nossa campanha sempre disse que Jerônimo ganharia em primeiro turno. A insistência em manter pesquisas que não refletiam a realidade foram desmistificadas no resultado eleitoral", avaliou.
ACM Neto ficou atrás de Jerônimo no primeiro turno. O petista ficou com 49,45%, contra 40,80% do carlista. Ainda no papo, ela faz uma avaliação sobre o desempenho do PSB no pleito: "No Estado da Bahia, o partido foi vitorioso, porque o seu principal desafio era manter a deputada federal. Era fazer federal. Mas, não completamente vitorioso, porque a perda de Fabíola [Mansur] é um registro negativo na nossa luta".
Lídice avaliou ainda o desempenho do PSB nestas eleições, sobretudo no Estado da Bahia. Conforme ela, o partido foi vitorioso, porque o seu principal desafio era manter a deputada federal. Era fazer federal. “Mas, não completamente vitorioso, porque a perda de Fabíola [Mansur] é um registro negativo na nossa luta - embora tenhamos reeleito dois deputados estaduais. Mas o nosso plano era que pudéssemos chegar a três”.
Questionada sobre uma declaração que vista nesta semana era que o partido tem planos futuros para ela, Lídice confirmou, ressaltando que ela teve uma votação extraordinária. Cresceu a votação em comparação com o ano anterior. “Não vamos ficar parados e perder a sua liderança”.
Sobre o desempenho de Jerônimo na eleição estadual, ela disse que foi extraordinariamente bem. “Sustentou o seu crescimento com dois fatores: o primeiro com o amor do povo baiano com o presidente Lula, que faz com que o candidato de Lula seja uma apresentação básica e indispensável; E o segundo é a boa avaliação do Governador Rui Costa”.
Lídice afirmou que acredita que essas últimas polêmicas envolvendo ACM Neto, como a autodeclaração racial como "pardo", o tenha feito perder votos. “Não tenho dúvida que essa eleição no primeiro turno já ofereceu para a cidade e o Estado um nível de desconstrução política para a candidatura de ACM Neto muito considerável”.
Sua avaliação em relação a eleição do Congresso Nacional, ela destacou que causa preocupação; Esse é o Congresso mais conservador da história, com políticos defendendo pautas da extrema direita. “É a expressão de um governo que trabalhou para isso, para consolidar uma posição de extremismo no Brasil. Então, causa espanto e preocupação para todos aqueles que amam a democracia e que acreditam que é no consenso, na conciliação de interesses e na negociação de interesses que podemos encontrar a resolução dos problemas na sociedade. Então, é claro que um Congresso com uma bancada tão grande, seduzida pela extrema direita, realmente é motivo de preocupação. Mas é claro que iniciamos um processo. A eleição do presidente da República, e eu espero que Lula ganhe, redefine algumas dessas coisas”.
Perguntada sobre se acha que esses parlamentares eleitos podem prejudicar a governabilidade de um eventual Governo Lula, Lídice disse que eles tentarão pelo menos.
Sobre como a senhora avalia o PSD, que teve uma votação expressiva para a Assembleia e para a Câmara, sendo que o partido, inclusive, já está pleiteando a Presidência da Assembleia, a deputada disse que acha que isso é colocar o carro adiante dos bois. “Nós não estamos num momento para fazer uma construção independente, partidária. O nosso momento é de eleger Lula e Jerônimo. No tempo certo, as coisas serão discutidas”.
Ela está otimista com a vitória de Lula, mesmo que apesar da vantagem dele, a votação muito apertada no domingo. “Para começar, Lula foi bem no primeiro turno. Ganhou bem. Não há possibilidade de contestação do seu adversário quanto a sua vitória. E acho que vai continuar ganhando no segundo turno, apesar do debate, de ter mais 20 dias de processo eleitoral... Acho que é vantagem para que ele possa explicar os seus posicionamentos que vivem sendo mistificados por uma campanha de fake news inacreditável”.
Ela vê ainda Geraldo Alckmin, que é uma figura mais de centro, sendo capaz de ajudar Lula a dialogar com o mercado e com setores mais liberais que, apesar de tudo, defendem a democracia. “Alckmin já está sendo um bom parceiro. Diria que é um grande parceiro para Lula na intermediação de conversas com os setores mais diversos e não apenas com o empresariado. Até porque, o presidente Lula já foi presidente da República e nunca lhe faltou condição de conversa com o empresariado brasileiro. Então, é óbvio e para nós é importante que Alckmin possa avançar essa conversa de maneira mais rápida. Mas não creio que seja uma característica do presidente Lula a falta de diálogo, nem com os setores da elite brasileira, nem com os setores mais empobrecidos da população. Ele governou dialogando com ambos e fazendo ambos ganharem”.
Foi visto ainda durante toda a campanha um discurso contra as urnas eletrônicas, colocando em xeque a credibilidade do processo eleitoral. Passado o primeiro turno, esse discurso praticamente sumir. Isso porque, na opinião da deputada, nunca teve importância. “A única importância disso era cobrir de névoa o debate eleitoral mais importante sobre o pensamento a respeito das opções da vida do povo brasileiro, para a economia... Nunca teve importância esse negócio de contestação da urna eletrônica, que era um pretexto para criar tensionamento. Nada além disso. Ele não tem coragem para enfrentar qualquer outra situação. Não há espaço internacional para ele criar qualquer outra situação”.
Caso Lula seja vitorioso, ela não acredita que pode haver alguma dificuldade, alguma tensão, algum tipo de levante como a gente viu nos Estados Unidos quando Donald Trump perdeu a eleição. “Não, não acredito nisso. Quando Trump perdeu eleição, primeiro há uma tradição americana de um reconhecer a vitória do outro. No Brasil, trata-se do resultado das urnas. Ninguém espera o reconhecimento do outro, da perda ou da vitória. Para nós, em certa medida, isso é mais prático. Não é necessário isto. E Bolsonaro, como sempre em toda trajetória de presidente da República, faz toda uma cena para depois ceder. Então, acho que ele pode fazer uma cena após o processo eleitoral, sem precisar que tenha novas ameaças. Fará uma cena e depois voltará para o seu canto”.
Lídice concluiu dizendo que está muito esperançosa com a vitória de Jerônimo e de Lula. “De Jerônimo, quando boa parte da imprensa desacreditava, a nossa campanha sempre disse que Jerônimo ganharia em primeiro turno. A insistência em manter pesquisas que não refletiam a realidade foram desmistificadas no resultado eleitoral. Faltou muito pouco para ganharmos em primeiro turno e nós vamos dobrar a nossa votação no segundo”.
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