Conceição Borges, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, falou sobre a zona rural de Feira de Santana, reclamou que a comunidade rural está lamentando perdas ao invés de estar celebrando a colheita. “Perdemos mais de 50% da safra de feijão e milho, que são culturas de subsistência que nós ainda insistimos em serem elas as culturas prioritárias apesar de nos dar muito prejuízo. O desânimo e a tristeza já tomam conta de nós da agricultura familiar e no momento deveríamos estar celebrando a colheita”.
Ela explica que essa perda se deve por causa da semente, adubação e o sol. E ela já acontece a mais de dez anos. “Esses são os três fatores que devem ser levados em consideração e é por causa deles que temos essas perdas. E isso independe da quantidade de chuva. Esse ano tivemos uma chuva programada para a agricultura familiar, mas nosso problema é que nosso solo está empobrecido, a agricultura é praticada em quintais produtivos e por isso não conseguimos fazer uma rotatividade. Eu consigo plantar o tempo inteiro no mesmo pedaço de chão que acaba cansando e empobrece”.
Outras culturas, destaca ainda Conceição, os agricultores conseguem fazer a exemplo da fruticultura, as hortaliças, plantas ornamentais e medicinais. “Mas não tem sido suficiente para garantir a renda da família”.
Para voltar a fortalecer o solo, o agricultor não consegue contar com a tecnologia que já está avançada nesse sentido. “Isso tem sido pauta em nosso Sindicato. Já entregamos documento para a Prefeitura Municipal, para a Secretaria de Agricultura tanto do estado como do município para dizer que, se não houver uma recuperação de solo imediata, nos próximos cinco anos alimento consumido em Feira de Santana virá de fora, principalmente em se tratando de feijão e milho”.
Conceição faz o alerta e ressalta que é preciso investimentos porque é caro fazer a recuperação de solo. “E, além de recuperar o solo, temos que convencermos os agricultores familiares que a parte que está sendo recuperada precisa descansar bem, ou seja, nosso solo precisa de férias e recuperação”.
Para a presidente, essa situação deve estar em um projeto contido no orçamento do município. “O investimento na zona rural deve ser feito olhando a segurança alimentar. Assim vão entender porque estamos clamando pela recuperação do solo. Fortalecer a agricultura familiar e garantir a segurança alimentar no meio rural passa pela preparação do solo”.
Os agricultores, diz Conceição, deixaram de plantar as “sementes crioulas”, que é da região, e plantaram sementes do Rio Grande do Sul, que não tem nada a ver do solo. “Isso aconteceu em Feira de Santana e em toda a região. Quem conhece o solo da região sul sabe a diferença que tem para a região nordeste. Esta semente não se adequa aqui, no entanto aderimos a ela. O segundo passo a ser dado é o de resgatar as sementes que são da nossa própria terra, que se adequa ao nosso solo e que resolvemos abandonar o que é nosso”.
Em relação aguadas e reservatórios da zona rural, Conceição diz que a zona rural tem muitas cisternas de captação de água da chuva. Como tem chovido razoavelmente bem, os agricultores tem água armazenada. “Mas não serve para produzir porque água para consumo é uma coisa e água para a produção é outra. E aí os programas de fortalecimento da agricultura familiar que trata a questão da captação de água não entenderam que, se eu quero implantar um sistema de produção, mesmo tendo água da Embasa na casa deve ser implantado porque precisamos de água para produzir. Precisamos fazer os governos dessa importância”.
Já os reservatórios, como as safras de feijão e milho não foram boas e não se tem como garantir outra produção de alimento para os pequenos animais, ela cai porque é caro produzir comprando toda a ração. “Isso não traz lucro e acaba diminuindo a agricultura familiar de frango caipira”.
Com a queda da produção, o homem e mulher do campo já vem fazendo de forma individual uma diversificação de cultura, salienta Conceição. “Quando você chega nos quintais já vê muitas plantas medicinais que têm sido comercializadas, mesmo com dificuldade criatórios de pequenos animais, mas aprendemos a fazer o beneficiamento. Não perdemos mais nada. Com a mandioca não produzimos apenas a farinha, como também o beiju e a tapioca. Com o côco fazemos cocada. É beneficiar para tentar sobreviver a essa situação com o acompanhamento de instituições que tem sido importante nesses grupos de empreendimentos. Mas não é o suficiente para sobreviver porque faltam políticas permanentes de investimento nessas famílias”.
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