Eleição para o SINJORBA escolhe nova diretoria

Moacy Neves, presidente do SINJORBA, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia, falou sobre as eleições que acontecerá nos próximos dias e elegerá uma nova diretoria para a entidade. Segundo ele, a eleição acontecerá nos dias 27 e 28 de julho o processo de escolha da nova diretoria do SINJORBA e também da diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas. "A eleição acontece de forma concomitante e nós estamos aproveitando o espaço que nossos colegas jornalistas nos dão nos veículos de comunicação para divulgar as datas, colocar os nossos colegas que são filiados e que estão em dia com suas demandas e obrigações sindicais a participarem do processo afim fortalecermos a organização dessa categoria tão importante para democracia e para vida do povo brasileiro".

Na Bahia, são 350 jornalistas aptos a votar. Outros são filiados e tem alguma pendência  alguma pendência de mensalidade ou algo do tipo, mas que podem se regularizar até o dia da véspera da eleição e poder ser incluído na lista de votantes. "Esse ano, a votação terá uma particularidade. Será uma eleição on-line. É a primeira vez que nós teremos eleições gerais para a Federação e no caso específico da Bahia para o SINJORBA, de maneira on-line, onde os colegas poderão usar o computador ou celular, terão acesso ao sistema e poderão votar. Isso vai com certeza ajudar a ampliar o número de votantes, uma vez que o voto em urna, como aconteceu até 2019, enfrenta as particularidades de um estado do tamanho da Bahia, 417 municípios. Dos aptos a votar, muitos estão em cidades do interior, onde é mais complicado conseguirmos levar a urnas para colher o voto desses colegas".

Muitas vezes, lembra Moacy, os jornalistas tinham que se dirigir a a cidade pólo da região. No caso aqueles que trabalham nas cidades da região de Feira de Santana teriam que se deslocar até Feira para poder votar. "Hoje ele vai poder votar de maneira on-line, participar melhor do processo. E isso vale para as cidades do interior como vale também até mesmo aqui Salvador na capital porque antes a gente colocava urnas nas sedes dos grandes veículos de comunicação, na sede do sindicato, no Centro Administrativo da Bahia, onde há uma grande concentração de de jornalistas, mais de 200 jornalistas trabalham ali, muitos deles filiados, e mantínhamos uma urna circulando, volante que ia até os locais onde não tinha urna fixa para colher o voto do jornalista".

Hoje essa situação é muito difícil, destaca. "Primeiro porque nós temos ainda muitos colegas trabalhando no regime home office. Muitos ainda não voltaram ao local de trabalho. Posso citar as redações dos três maiores jornais do estado que ainda estão trabalhando em home office. Em muitos sites de notícias os colegas estão trabalhando em regime semipresencial. Trabalha em uma semana em home office, outra na redação. Hoje seria muito complicado a gente fazer uma eleição dessa maneira. O processo online vai nos ajudar a ampliar a participação com mais democracia na entidade".

Em Feira de Santana haverá novidades. Marly Caldas, que foi diretora da entidade durante três mandatos, está saindo da diretoria, mas vai continuar participando da entidade através das comissões, em especial da Comissão da Mulher. "Ela está cedendo espaço para o coelha João Mascarenhas que vai emprestar sua dedicação e o seu compromisso com a categoria para que organizemos o sindicato em Feira de Santana".

A cidade é um pólo importante de jornalismo da cidade e é preciso reforçar a mobilização na cidade. "Queremos representar os colegas da cidade e por isso convoco eles a se aproximarem mais do sindicato, aproveitar a oportunidade de que estamos tende de discutir a nossa mobilização para fortalecer o sindicato. Só temos ele. No momento em que somos tão atacados, tanto do ponto de vista da sua regulamentação enquanto profissional como também do ponto de vista dos nossos direitos corporativos do Cotianos, como um salário digno. "Tivemos em 2019 uma medida que tentou acabar com nosso registro profissional e derrubamos. Em 2021, uma nova medida provisória tentou acabar com nossa jornada de cinco horas diárias com limite de 30 horas semanais e derrubamos", destaca.

Em 2021, lembra Moacy, o sindicato conseguiu incluir os jornalistas no rol das categorias para vacinação prioritária, uma vez que eles estão expostos no trabalho cotidiano. 

Violência contra jornalistas na Bahia 

Sobre a questão da violência contra jornalistas na Bahia, Moacy afirmou que esse é um tema recorrente em sua atuação cotidiana. Na verdade, nunca houve uma situação de pouca violência porque o jornalismo mexe com interesse de grupos econômicos, políticos e está exposto a violência direta, a física (em 2021 foram dois jornalistas mortos), e a indireta que hoje é praticada através do assédio, das redes sociais com os cancelamentos, entre outros. "Houve . crescimento grande da violência de maneira generalizada nos últimos anos. 2021 mostrou que os os números ficaram estacionados em relação a 2020, porém em um patamar alto. Tivemos um crescimento na violência de 54% no ano de 2019 em relação a 2018, crescimento em 2020 de 105% em relação a 2019 e em 2021 a violência se manteve no mesmo patamar de 2020". 

Moacy disse ainda que há uma subnotificação. Os números são relacionados a jornalistas e radialistas. "Muitos dos nossos colegas são agredidos, atacados e ameaçados na Bahia e muitas vezes essa ocorrência não chega até o sindicato por medo de denunciar. Isso contribui para a continuidade da violência".

Ao receber uma denúncia, o sindicato publiciza o caso para inibir a violência por parte de quem está agredindo e ameaçando. "Aos colegas que sofrem, sofreram e que sofrerão ameaças no futuro notifiquem esses casos e procurem as autoridades policiais para fazer a queixa formal para que isso não caia no esquecimento. Muitas vezes um caso subnotificado pode se transformar em um caso pior no futuro", finalizou.