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COVID-19 COVID-19

Feirense pede pede indenização de R$ 571 mil a Bolsonaro por divulgação de tratamento precoce

Mulher foi diagnosticada com a Covid-19 duas vezes e, hoje, tem sequelas devido à doença, como perda de memória e queda de cabelos

20/10/2021 11h59 Atualizada há 4 anos
Por: Karoliny Dias Fonte: Metrópoles
Foto: Igo Estrela / Metrópoles
Foto: Igo Estrela / Metrópoles

Uma advogada de 34 anos entrou com uma ação na Justiça Federal da Bahia para que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a indenize em mais de meio milhão de reais por ter divulgado o “tratamento precoce” contra o novo coronavírus, mesmo sem haver eficácia cientificamente comprovada.

Manuela Menezes foi diagnosticada com a Covid-19 duas vezes neste ano. Ela chegou a ficar internada devido à doença e foi tratada com azitromicina e ivermectina, fármacos que compõem o chamado kit Covid e que foram amplamente divulgados por Bolsonaro para uso contra o novo coronavírus. O médico que a atendeu teria, inclusive, citado o presidente da República para convencê-la a usar os remédios. Hoje, a advogada tem sequelas devido à enfermidade, como queda de cabelo e perda de memória.

Moradora de Feira de Santana, no interior da Bahia, a mulher cobra R$ 571 mil da União. A ação será julgada na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia (SJBA).

“Tenho problemas psicológicos e físicos. Estou tomando medicamentos devido às sequelas que tive da Covid e um dos efeitos colaterais é estar proibida de dirigir. São remédios para pessoas que têm acima de 70 anos, para memória”, conta a advogada, em conversa com o Metrópoles, por telefone.

“Estou passando situações vexatórias no meu trabalho. Tenho dores de cabeça diariamente. Não consigo nem mais pentear meu cabelo com rabo de cavalo, pois meu cabelo cai muito deste então, tenho vários buracos. Cheguei ao ponto de pensar se foi bom ter sobrevivido à Covid; se isso é uma benção ou uma maldição. O que espero de um governante é que ele seja responsabilizado. Queria que as autoridades tivessem mais atenção aos sobreviventes do vírus”, complementa Manuela.

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