Ex-procurador e ex-presidente seccional da OAB, Celso Pereira relembra prisão em 1964

Boca de Forno News

Ex-vereador em Feira de Santana, ex-procurador geral do Município e ex-presidente seccional da OAB local, o advogado Celso Pereira relembrou, em entrevista ao Boca de Forno News, o período qual esteve detido durante o governo militar. Segundo ele, a prisão foi 'injusta' e ocorreu por motivação política, uma vez que ele teria sido vítima da intervenção militar.

"Eu passei 64 dias detido em um quartel em Salvador. Lá tinha uma área reservada para intelectuais e estudantes. Lá ficou preso Chico Pinto, prefeitos e governadores. Participavamos de programações para passar o dia como, exercícios, leituras, entre outras atividades. Curtir uma prisão totalmente descabida em 1964 (…) até que nos soltaram por falta de provas e motivos óbvios", conta destacando que seguiu a sua militância até a reabertura democrática na busca por direitos coletivos e individuais. "A censura era grande", ressaltou.

Até 1964, período da intervenção Militar no Brasil, Celso exercia cargo de confiança no então Governo Municipal, como oficial de gabinete da Secretaria de Saúde. Em 64, Celso Pereira foi exonerado por ideologia partidária e depois preso. Ele foi um dos fundadores do MDB (oposição ao ARENA).

Em 1973, retornou a gestão local como procurador geral do município na gestão do prefeito, à época, José Falcão. Em 1977, assumiu como chefe de gabinete. Em 1988 concorreu ao cargo de vereador, tomando posse em 1989 até o ano de 1996 por dois mandatos. Foi secretário municipal por varias vezes, e diretor do Centro Industrial do Subaé (CIS).

Na redemocratização do país, Pereira foi beneficiado pela Lei da Anistia, através do Ministério da Justiça.

Em 2018, após vários recursos da prefeitura de Feira de Santana, o advogado Celso Pereira ganhou na Justiça o direito de retornar ao quadro do município. De acordo com o Procuradoria, a ação judicial tramitava desde 2001 e foi apresentada pelo advogado sob o argumento de que o desligamento por carácter meramente político.

Informações do repórter Reginaldo Lima