Representação contra Hilton avança na AL-BA

A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Ivana Bastos (PSD), recebeu oficialmente uma representação protocolada por vereadores da Câmara Municipal de Salvador (CMS) contra o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL).

O documento foi entregue pessoalmente por um grupo de parlamentares municipais, entre eles Kel Torres, Cláudio Tinoco, Ricardo Almeida, Duda Sanches, Isabela Sousa, Anderson Ninho, Cezar Leite, Daniel Alves, Kiki Bispo, Marcelo Guimarães Neto, Omarzinho Gordilho, Orlando Palhinha, Alex Alemão, Maurício Trindade e Rodrigo Amaral.

Hilton Coelho é acusado de incitar os atos que resultaram na invasão e depredação do prédio do Centro Cultural da Câmara de Salvador, ocorridos no último dia 22 durante uma manifestação de professores e servidores municipais.

Após receber o material, Ivana Bastos informou que a Mesa Diretora encaminhou a documentação à Procuradoria da AL-BA para análise e emissão de parecer jurídico, conforme estabelece o Regimento Interno da Casa. “Toda representação será tratada com responsabilidade, respeitando o direito à ampla defesa, mas também o dever institucional de preservar a ética e o decoro parlamentar”, afirmou a presidente da Assembleia.

Defesa

Em conversa com a imprensa, Hilton Coelho disse não temer a representação disciplinar movida contra ele por vereadores da capital baiana em razão dos episódios ocorridos durante a votação do projeto de reajuste salarial dos servidores municipais.

O parlamentar reiterou que não teve participação em atos de violência, agressão ou vandalismo. A representação, assinada por 33 vereadores aliados ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), pede a cassação de seu mandato.

“Não acredito em cassação. Se conseguirem alimentar esse processo na Assembleia, se for instalado, vai ser com provas forjadas. Não fiz nada naquele momento que não fosse acompanhar o processo. A todo momento eu pedia calma porque vi professoras sendo muito agredidas. Desafio quem possa apresentar elementos que revelem a minha participação em qualquer ato indevido”, declarou Hilton Coelho.

O parlamentar psolista disse acreditar que a iniciativa dos vereadores tenha sido “uma sinalização de que o prefeito não aceita a opinião divergente porque não consegue se pronunciar sobre os problemas da cidade, e quer aniquilar qualquer voz que possa colocar isso em questão”.

Hilton ainda apontou responsabilidade da Prefeitura de Salvador na escalada de tensão ocorrida durante o protesto. “Está evidente o péssimo comportamento de Bruno, que há muito tempo não falava com a imprensa. A Prefeitura é que agiu de forma violenta contra os professores. Aliás, a violência poderia ter sido maior se eu não estivesse acompanhando todo esse processo, até como membro da Comissão de Educação, Cultura e Serviços Públicos da Assembleia”, concluiu.